Não seria o caso da FIFA intervir nos critérios da arbitragem brasileira?
Na primeira rodada do Brasileirão, Fluminense e Ceará jogaram em Fortaleza. Aos trinta e cinco do primeiro tempo, houve um lance muito bacana. Geraldo, meia-atacante do time cearense, invadiu a área com a bola dominada, pronto para abrir o placar, mas seguido de perto pelo zagueiro tricolor Cássio. Numa jogada que parecia impossível, Cássio adiantou o corpo, esticou a perna e tocou na bola com extrema consciência e absoluta lisura. Da mesma forma que existe o gol de placa, foi um desarme de placa, um toco exemplar, coisa de fazer qualquer negrão da NBA morrer de inveja. Mas o juiz Paulo César Oliveira achou que não. Viu falta e marcou pênalti. Não satisfeito, expulsou Cássio. E ainda não satisfeito, mandou Geraldo bater o pênalti duas vezes, já que o goleiro Rafael se adiantara quando pegou a primeira. Como diria o presidente Lula, nunca antes na história desse país um juiz de futebol conseguiu cometer tantas barbaridades em tão poucos minutos. Fico pensando: se os clubes decidem se levantar contra os desmandos cometidos por uma determinada federação, a FIFA intervém. Se um clube se recusa a jogar em cidades com mais de dois mil e oitocentos metros de altitude, a FIFA intervém. Por que, então, a FIFA não pode intervir nesse absurdo critério de arbitragem que está tornando o futebol brasileiro insuportável, com faltinhas o tempo inteiro e pênaltis a torto e a direito? O esporte é um só, as regras são as mesmas em todo lugar, há torneios internacionais, é óbvio que a arbitragem tem que seguir um único padrão. Alguém poderia mandar para a FIFA um DVD com o jogo entre Fluminense e Boavista pelo Campeonato Carioca desse ano, quando, em menos de trinta minutos, o celerado soprador de apito Rodrigo Nunes de Sá marcou dois pênaltis a favor do Fluminense e expulsou dois jogadores do Boavista. Junto com o DVD, um bilhetinho curto: senhores, aqui está apenas um dos muitos exemplos que temos para mostrar, porque é assim que se apita jogo de futebol no Brasil. Intervenções, por definição, não costumam ser recomendáveis. Mas nesse caso, não estou vendo outro jeito.
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