segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Corinthians com cara de São Paulo.
Corinthians e São Paulo sempre tiveram estilos diferentes, mas as quatro últimas rodadas do Brasileirão transformaram o Corinthians numa reedição do que foi o São Paulo nos títulos de 2006, 2007 e 2008. Um time aplicado e de muita força defensiva, que pratica um futebol sem brilho mas eficiente. Ontem, por exemplo, o Corinthians teve apenas uma chance de gol, que Liédson conferiu. Uma. Mas o recado parece claro: como o São Paulo ganhou em 2006, 2007 e 2008, e o Corinthians só perde o desse ano se der muito mole, esta é a fórmula. 
A rapaziada lá do Rio não deve ter se surpreendido com a origem do gol de Liédson. Quem perdeu a bola boba no meio-campo, permitindo o contra-ataque aproveitado com uma aula de futebol do Alex, foi o Coutinho, um botinudo que começou sua carreira no Vasco e desde cedo a gente via que seria um razoável volante pra segunda divisão. Jogador de futebol que honra a camisa que veste e, mais que isso, honra a profissão que escolheu, tem que correr o tempo todo, não pode se entregar até que o jogo acabe, etc, etc, etc. Isso a gente sabe, e é o mínimo. Mas quando fica só nisso, temos um Coutinho qualquer. Dá no que deu. 
Quando o Inter enfrentou o São Paulo, no Morumbi, elogiei a atuação do zagueiro Rodrigo Moledo, que eu não conhecia. Acho que ele leu aquele post e ontem decidiu retribuir, oferecendo o gol que o Flamengo não sabia de onde tirar. O time jogou mal como fez no campeonato inteiro, com cinco ou seis partidas de exceção, mas ontem pelo menos brigou. Felipe começou pessimamente, saindo mal em todas os cruzamentos para a área, mas acabou sendo o cara mais importante da partida, com duas ou três defesas muito boas e uma espetacular, numa conclusão do Leandro Damião. O jogo de ontem deixou duas coisas claras. A primeira é que o Flamengo não é um time de futebol, é um bando. (No futebol, muitas vezes o bando ganha.) A segunda é que, se ficar com a vaga na Libertadores e continuar jogando desse jeito, se não reforçar pontos que chegam ao ridículo, como o miolo de zaga, a armação das jogadas e o comando do ataque, são grandes as chances de termos um Tolima da vida afundando o rubro-negro já na fase pré-grupos. 
Tudo que precisaria ser dito sobre a vitória do Vasco pode ser lido no post de quinta-feira, cujo título é “Um time honrado”. Basta rolar o blog um pouquinho pra baixo, e tá tudo lá. 
Assunto para o ídolo do Jaime, o PVC. Com o que aconteceu em 2009, em 2010 e agora em 2011, acredito que o Brasileirão esteja batendo um recorde: no mundo inteiro, é o único campeonato por pontos corridos que tem trinta e oito rodadas e que, por três anos seguidos, só foi decidido na última. A qualidade técnica pode não ser nada do outro mundo, mas não há campeonato mais bacana que esse.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Um time honrado.
Ontem vi boa parte de Vasco x Universidad de Chile, pelas semifinais da Copa Sul-Americana. Como não dá pra levar a sério uma competição que o Atlético Paranaense disputa com o time reserva, tinha prometido a mim mesmo que não escreveria uma linha sobre esse torneiozinho vagabundo, talvez até mais vagabundo que a Copa do Brasil, mas vamos lá. 
A Copa Sul-Americana pouco me interessa, a Universidad de Chile – que é um time bem treinado e difícil de ser batido – pouco me interessa, só que o Vasco me interessa. Outro dia o corintiano Vinicius fez um comentário aqui no blog elogiando a seriedade do Vasco no Campeonato Brasileiro, e lembrou que, ao contrário do Corinthians em 2009 e do Santos em 2010, mesmo com a conquista da Copa do Brasil e a vaga assegurada na Libertadores do ano que vem, o time entrou no Brasileirão pra jogar sério. A verdade é a seguinte: o time do Vasco não tem nada demais, mas dá gosto ver o Vasco jogar. 
Nunca houve na história do futebol um clube que conseguisse subverter aquilo que o futebol tem de único e mais espetacular, que é a possibilidade do mais fraco, além de ser mais fraco, ser massacrado nos noventa minutos e mesmo assim vencer. Nem os times mais vitoriosos de todos os tempos deixaram de ter seus dias de derrotas incompreensíveis e fracassos surpreendentes. Por isso o futebol é incomparável. 
Você pode ter um time mediano, bom ou muito bom, você pode ganhar jogos difíceis ou perder partidas fáceis, mas você tem a obrigação de correr, marcar, lutar pela bola, tentar e brigar o tempo todo. Isso é o mínimo. 
Com os resultados das últimas rodadas no Brasileirão e do jogo de ontem pela Sul-Americana, o mais provável é que o Vasco termine o ano com apenas um título, um título até pobrezinho, conquistado sem uma partida sequer contra nenhum dos outros onze grandes clubes do futebol brasileiro. Mas a torcida do Vasco não tem do que reclamar. 
Não importa se ontem o Fernando Prass ficou no meio do caminho, se Dedé e Renato Silva deixaram o chileno subir sozinho, se o Alecsandro (que eu acho um horror) perdeu duas vezes o gol de cabeça que traria a vitória, o que importa é que aqueles caras se matam em campo. 
Time da virada é bobagem de torcedor que a mídia potencializa. Mas é um time que tem vergonha na cara.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Corinthians, Vasco e Fluminense. Três provas incontestáveis de que futebol é coisa séria. 
A rodada começou com um sábado sem graça e sem surpresas. Sim, houve a inesperada vitória do Ceará sobre o Grêmio em Porto Alegre, mas tirando a gigantesca legião de garçons e fazedores de sushi do Rio de Janeiro, quem mais se interessava por esse jogo? Depois das três anomalias que foram as inexplicáveis vitórias sobre Corinthians, Fluminense e Botafogo, o América Mineiro voltou à normalidade e não deu trabalho ao São Paulo, num jogo que honrou o friozinho que fazia na cidade às sete da noite de sábado. Lá em São Januário, o Avaí ainda tentou complicar a vida do Vasco, mas a expulsão do volante Júnior Urso aos vinte minutos do primeiro tempo destruiu qualquer chance do time aguentar. Mais uma vez, a maior diversão ficou por conta da transmissão. Deixando claro que jamais fizeram três embaixadinhas na vida, Luiz Carlos Júnior e Paulo César Vasconcelos garantiram que Felipe tinha chutado de bico no primeiro gol. Tenho a impressão de que alguém um pouco mais íntimo da bola soprou dos bastidores: gente, vamos parar de falar essa besteira aí. Malandro, Luiz Carlos Júnior chamou a repetição do gol pela terceira vez, para ver “se foi mesmo de bico o chute do Felipe”. Só então os dois admitiram que havia sido uma trivela da mais alta categoria. Entretanto, o melhor do sábado aconteceu mesmo no Morumbi: o protesto de um torcedor são-paulino que carrega também os títulos de conselheiro e presidente de honra do blog. Munido de alguns cartazes pra lá de toscos, ele manifestou sua indignação com a campanha do time, expondo ao mundo improvisadas placas onde se lia “bando de vagabundo” e “elenco sem vergonha”. Os advogados do blog estavam de plantão, caso o pior acontecesse, mas como até o Juan fez seu golzinho, tudo acabou bem. Pra ver o protesto que ganhou as folhas do Lance e o site do Terra, clique aqui.
Fez muito calor ontem em Goiânia, e isso prejudicou demais a atuação do Flamengo. Como todos sabemos, o elenco rubro-negro é formado por jogadores nascidos e criados em Oslo e Estocolmo – alguns, poucos, são de Reykjavik –, gente que não está acostumada com temperaturas um pouco mais elevadas. Ressalvado esse pequeno detalhe, o time foi mais uma vez uma lástima absoluta e tomara que não consiga essa bosta de vaga na Libertadores. Mudei completamente de opinião e decidi radicalizar: o melhor a fazer é mesmo jogar uma bomba na Gávea e começar tudo de novo. Empresta aí os cartazes, conselheiro! Bando de vagabundo. Elenco sem vergonha. Fora todo mundo. 
Tá certo que o campeonato é cheio de surpresas, que o primeiro perde pro último, que ninguém ganha jogo de véspera e tudo o mais que a gente já conhece. Mas não dá para entender por que o Corinthians insiste em matar sua torcida do coração a cada rodada. A lenda da tabela fácil já foi devidamente pro saco e o time continua tendo que deixar a alma em campo pra conseguir as vitórias. A diferença – viu, Flamengo? Viu, São Paulo? – é que o Corinthians deixa a alma em campo. Acho uma irresponsabilidade completa botar o Adriano pra jogar, mas preciso reconhecer que nessa hora vale tudo. Ontem, obviamente, valeu. 
O segundo tempo do Fluminense, contra o Figueirense, foi uma das melhores coisas que eu vi de um time nesse Campeonato Brasileiro. Marcação, rapidez, precisão no contra-ataque, seriedade. Por falar em seriedade: o Fluminense fez dois a zero e ficou claro que a partida estava decidida. Porque, ao contrário do que fez o Flamengo contra Bahia, Figueirense, Internacional e Grêmio, jogos fora de casa em que o rubro-negro abriu boa vantagem e acabou deixando de ganhar, no time do Fluminense ninguém ficou dando caneta, ninguém ficou virando a cara prum lado e tocando pro outro, todo mundo continuou jogando sério, pegando firme e querendo mais. Muitas vezes o futebol é bem mais complexo do que parece; outras vezes, é bastante simples. 
Perguntinha rápida aos cinco ou seis abnegados rubro-negros que acompanham o blog: quem fez mais pelo Flamengo, Adriano ou Ronaldinho? Ampliando a pergunta: quem fez mais pelo Flamengo, a dupla Adriano e Petkovic ou a dupla Ronaldinho e Thiago Neves?

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Time grande que se preza não pode ter como meta apenas chegar à Libertadores.
O torcedor do Flamengo está numa encruzilhada. Se o clube não ficar com uma das vagas na Libertadores, periga de acontecer uma debandada geral, que vai nos obrigar a começar tudo do zero. E se ficar com a vaga – sabe Deus como –, corremos o risco de neguinho achar que o time é bom, contratar um reserva pra lateral esquerda e partir para mais uma temporada de fracassos e explicações hipócritas de um técnico arrogante. 
Entre os times que um dia se julgaram capazes de ganhar o Brasileirão 2011, o Flamengo tem seguramente o meio-campo menos criativo de todos. Junte a isso mais uma atuação desastrosa do Ronaldinho Gaúcho e pronto: nenhuma conclusão no segundo tempo. Pior: além de não produzir lá na frente, a autossuficiência de Ronaldinho tem provocado prejuízos lá atrás. O segundo gol do Coritiba, no último domingo, começou numa bola que ele matou mal e deixou de graça pro contra-ataque. O pênalti de ontem a favor do Figueirense começou num passe displicente que ele deu na meia-esquerda. Uma lástima. 
O que me incomoda nessa história de Libertadores é a esperteza dos nossos milionários treinadores. O Figueirense chegar à Libertadores é algo digno de comemoração, mas Flamengo, São Paulo e os outros grandes não podem se conformar com isso. Futebol é título, vaga na Libertadores é conversa pra boi dormir. A não ser que o senhor Vanderlei Luxemburgo assine um documento garantindo que, caso a vaga na Libertadores venha, o título da Libertadores virá também. É isso? Se não for, o que ele está fazendo é colar na testa de todos nós, rubro-negros, o carimbo de trouxas.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O vovô e o comentarista. 
No segundo tempo do jogo de ontem, o Corinthians adiantou a marcação, manteve a posse de bola e, ao abrir mão dos três atacantes, criou espaço para as subidas do Fábio Santos. Com isso, sufocou o Ceará e ganhou o jogo, certo? Tudo lorota. Cascata de comentarista pra justificar seu emprego, já que não há emprego mais desnecessário do que o de comentarista de futebol. 
Vi o Ceará jogar umas seis ou sete vezes nesse campeonato e uma coisa me deixou surpreso: levando a sério o carinhoso apelido de “Vovô”, em todos esses jogos o time simplesmente morreu aos dez minutos do segundo tempo. A participação do zagueiro Fabrício no lance do gol de Ramirez foi típica de um cara que não se aguenta em pé. E o precário condicionamento físico explica a queda do Ceará, que dificilmente escapará da segundona. 
O Corinthians continua jogando mal, mas nessa altura pouco importa: agora, o que interessa é vencer, e do jeito que der. Porque você não consegue ganhar o Brasileirão jogando mal o campeonato inteiro, mas é possível levantar o caneco chegando nas cabeças nas quatro ou cinco rodadas finais e passando por esses jogos aos trancos e barrancos. Foi assim com o Flamengo em 2009, foi assim com o Fluminense em 2010, tá sendo assim com o Corinthians em 2011. 
Por falar em comentarista: quando o repórter de campo anunciou a entrada de Ramirez no lugar de Danilo, Caio Ribeiro deitou falação. Disse que Tite deveria ter optado por Adriano – mesmo daquele tamanho e mancando – e que o Ramirez talvez até melhorasse um pouco a movimentação, mas não contribuiria para aumentar o poder de definição do time. Conforme pudemos ver poucos minutos mais tarde. 
Pra que serve um comentarista de futebol?

terça-feira, 8 de novembro de 2011

E a tabela fácil do Corinthians continua criando as maiores dificuldades.
Ninguém dava nada por Bahia e São Paulo, e no entanto foi um jogão. Wellington fez um gol que nunca mais vai fazer na vida, Souza comeu a bola, coisas estranhas aconteceram sábado em Salvador. E a torcida são-paulina sentiu a mesma decepção que a torcida do Flamengo teve no outro domingo: o time abriu dois gols de vantagem jogando fora de casa, dominava e tomou a virada. Como escrevi aqui no blog outro dia, Flamengo e São Paulo têm tanta convicção dos seus erros que os repetem à exaustão. A novidade no time de Leão foi entrar em campo sem lateral-esquerdo. Se bem que isso também não chega a ser novidade. O São Paulo vem jogando sem lateral-esquerdo desde que contratou o Juan. Sábado, só oficializou. 
Antes do jogo entre Bahia e São Paulo, o macaco velho Joel Santana reclamou da escalação de um árbitro do Paraná, já que ao Atlético Paranaense interessava a derrota do Bahia. (Vanderlei Luxemburgo também já tinha chiado: a indicação de um gaúcho para apitar Flamengo e Cruzeiro poderia beneficiar o Internacional.) Ingênuos, o narrador Milton Leite e o comentarista Maurício Noriega endossaram a bronca do Joel, dizendo que a CBF poderia ter mais cuidado com esse tipo de coisa e blablablá. Fiz um exerciciozinho rápido e concluí que, em partidas de quem está no alto da tabela contra quem está na rabeira (São Paulo x Bahia e Flamengo x Cruzeiro, por exemplo) era simplesmente impossível escolher juízes com neutralidade absoluta. Nesses dois jogos, só poderiam atuar árbitros de Goiás ou de estados sem clube na série A. Moral da história: em vez de cair na conversa mole desses treinadores espertalhões, seria muito melhor que a nossa imprensa esportiva adquirisse o saudável hábito de pensar. 
Não costumo admirar treinadores, mas de alguns eu consigo gostar menos ainda. Caio Jr. é um deles. Em 2007, perdeu em casa para o Atlético Mineiro, que fizera um campeonato bem fracote, o jogo que daria a vaga na Libertadores ao Palmeiras. E, na parte que me toca, em 2008 recebeu um time redondinho do Joel Santana, mas se enrolou todo, fez um Brasileirão absolutamente irregular – num dos jogos, o Flamengo colocou três a zero em cima do Goiás, no Maracanã, e deixou o time goiano empatar – e repetiu a dose, perdendo a vaga pra Libertadores na última rodada. Agora, quando parecia que o Botafogo tinha se ajustado, jogando com equilíbrio, rapidez e objetividade, o inventivo treinador começou a mexer no esquema, a inverter posicionamentos, e foi ao auge com a irresponsável tentativa de adiantar o Renato no jogo de sábado. Pior: fez isso justo contra o Figueirense, um time certinho e traiçoeiro toda vida. Bem feito. 
Dá pra reclamar alguma coisa de um time que ganha de cinco a um? Como sou chato, reclamo sim senhor. Esse é, com certeza, o pior Cruzeiro que eu já vi. A defesa é desatenta, o meio-campo é confuso e o ataque é um horror. Entretanto, faltou muito pouco para esse time despachar o Flamengo já no primeiro tempo. Fez um daqueles gols que a zaga rubro-negra adora levar, com o centroavante livre na pequena área na cobrança de um escanteio, não fez outro por pura falta de sorte, numa conclusão do Farias que bateu no travessão, e ainda perdeu um pênalti. Claro que no segundo tempo o Flamengo sobrou, apesar do Ronaldinho, mais uma vez, ter começado a enfeitar todas as jogadas quando o placar ficou dois a um. Minha mulher puxou minhas orelhas, disse que eu preciso enfiar a viola no saco e dar o braço a torcer a respeito do centroavante. Reconheço que ele melhorou demais, mas prefiro esperar o campeonato acabar. Outra coisa: quem acompanha o Flamengo deve ter percebido que, no jogo de domingo, nosso goleiro não deu voos mirabolantes, não fez defesas acrobáticas, não ficou três ou quatro vezes estendido no gramado sentindo dores lancinantes. Felipe não chega a ser mau goleiro, mas é um tremendo de um presepeiro. 
O Internacional disputa pau a pau com o São Paulo o título de time mais blasé do Brasileirão. Joga como se tivesse a capacidade de fazer os gols e vencer as partidas na hora que bem entendesse. Aí, quando o jogo chega aos quarenta do segundo tempo e o Inter está perdendo, sai todo mundo correndo pra tudo quanto é lado, levantando bolas e mais bolas na área, batendo cabeça, dando carrinho e dando porrada. Tem um dos melhores elencos do país e o time titular ficou bem menos vulnerável com a barração da geriátrica zaga formada por Bolívar e Índio, mas continua com a mesma soberba que já o tirou da briga pelo título e agora pode afastá-lo também da Libertadores. O Fluminense jogou sério e fez, fora de casa, o que o Flamengo deveria ter feito contra Bahia, Figueirense, Inter e Grêmio. Tomou a frente do placar, segurou o jogo com sabedoria e ficou com os três pontos. Vale muito mais a pena do que ficar dando toquinhos bonitos pros lados e virando de costas quando o adversário chuta pro gol. 
Apesar das desnecessárias firulas do Ronaldinho – na verdade, ele sempre foi assim –, vale o registro de quanto um cara que sabe jogar bola é capaz de mudar o destino de um jogo. Na partida entre Flamengo e Cruzeiro, ele não foi sequer um dos quatro melhores do time, mas a bola que meteu para o Thiago Neves no primeiro tempo e o escanteio que bateu na cabeça do Parrudo no lance do segundo gol são jogadas que obrigam o adversário a pensar: ôpa, a gente não pode deixar esse cara solto. E aí sobra espaço pros outros. O mesmo pode ser dito do Deco, com seus dois passes sensacionais para os gols de Rafael Moura e Rafael Sóbis. 
É evidente que a maior decepção da rodada ficou por conta do Corinthians. Menos pela derrota, que sempre pode acontecer num campeonato imprevisível como esse, e mais pela falta de vontade de ganhar um jogo que não estava difícil. Vou cruzar duas conversas que tive sobre o Corinthians. A primeira ainda no primeiro turno, com o corintiano roxo Serginho, a segunda há duas ou três semanas com o pai da Lara, são-paulino de cantar hino. Quando o Corinthians abriu grande vantagem e pintou como favorito absoluto, Serginho temia que o time começasse a acreditar que era bom e perdesse a pegada. Jaime achava – e creio que ainda acha, da mesma forma que eu, – o Corinthians o maior candidato ao título pela diferença que fazem os dois volantes e por jogar com alma, pondo o coração na ponta da chuteira. Ambos têm razão. O time do Corinthians não é nem melhor nem pior do que outros cinco ou seis do campeonato, mas joga com muita vontade. Entretanto, se essa disposição faltar na reta final, tá arriscado a entregar mais uma vez o título de bandeja. E coitado de quem acreditou na lenda da tabela fácil. O que é fácil nesse campeonato é estar lá em cima e cair feito um mamão maduro. 
E o Palmeiras segue se esforçando ao máximo para presentear sua torcida com fortes emoções na reta final do campeonato.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O ciclo da vida.
Apesar de ser segunda-feira, hoje não tem post. Apenas duas homenagens a quem chega e a quem parte. Seja bem-vinda, Lara, filha querida dos queridíssimos Jaime e Amanda. Vai em paz, D. Maria José, avó dos meus filhos, bisavó do Martin e um dos maiores exemplos que eu já conheci de carinho e desprendimento.