quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Que todos sobrevivam ao abominável espírito do Natal e tenham um ótimo 2012.
Quem diria. O blog caminha para completar dois aninhos de vida, o que acontecerá na metade de março. Agora entramos na temporada da falta de fatos e do excesso de especulações, mesmo com a enxurrada de dinheiro que começa a entrar nos cofres dos clubes brasileiros tornando algumas possibilidades mais concretas. 
Certas discussões poderiam ser levantadas. O Flamengo deveria fazer das tripas coracão pra manter o Thiago Neves? Eu acho que não. O Montillo, que é muito bom jogador, vale tudo isso que estão se propondo a pagar por ele? Também acho que não. Mas como não sabemos onde tudo isso vai chegar, melhor seguir um dos mais sábios conselhos políticos de Tancredo Neves: é hora de deixar as ondas baterem pra depois estudar a espuma. 
O blog agradece – a quem leu e apareceu na caixa de comentários, a quem leu e comentou nos corredores da agência ou no almoço e a quem simplesmente leu mesmo sem falar nada – e entra de férias até a segunda quinzena de janeiro. 
Quando voltar (talvez com novo leiaute, dependendo da boa vontade do Alê Santos), aviso lá no twitter e no facebook. Um Natal tranquilo, se é que isso é possível, e um Ano Novo bem bacana pra todo mundo. 
Beijos e abraços gerais.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Será que abandonar o Brasileirão é mesmo uma boa ideia?
Segunda-feira houve a tradicional festa reunindo a Y&R de São Caetano e o Marketing de Casas Bahia e Pontofrio. Enquanto os corajosos artistas amadores das duas empresas não iniciavam o show de talentos, eu conversava com a Dani Bello – gente finíssima e santista da melhor qualidade – sobre Santos e Barcelona. A Dani lançou uma tese interessante: será que a estratégia adotada pelo Inter no ano passado e pelo Santos esse ano é a mais adequada? 
Não lembro como São Paulo e Inter agiram nas conquistas de 2005 e 2006, mas o que a Dani questionava era o completo desinteresse pelo Campeonato Brasileiro, deixando o time por muito tempo afastado do clima de competição. Não se trata de um juízo de valor, de achar esse ou aquele título mais importante, mas sim da perda do ritmo e da pegada. 
Vamos focar no Santos. Desde que venceu a Libertadores, no dia 22 de junho, o Santos só se interessou por um jogo de futebol quando ele estava bom de ser jogado. Ou seja: foram quase seis meses de treino. E como já dizia mestre Didi, treino é treino, jogo é jogo. Enquanto isso, além de ser aquele timaço todo, uma semana antes o Barcelona estava em contato com uma das partidas de futebol mais competitivas da temporada, contra o Real Madrid no Santiago Bernabeu. 
Claro que é bobagem tentar explicar por que o Santos perdeu – o mais provável é que perdesse de qualquer jeito –, mas poderia pelo menos ter jogado. No entanto, o que se viu foi um time juvenil em campo, frouxo, em ritmo de treino e cheio de amor pra dar. Onde já se viu: jogo valendo taça mundial, os caras faziam falta e iam lá passar a mão na cabeça do adversário e ajudá-lo a se levantar? Ora, façam-me o favor. Isso me lembra a indignação do Edmundo com o fairplay do Rivaldo na lamentável final de noventa e oito contra a França. 
Se continuar disputando o Brasileirão pra valer, o time que for decidir o Mundial pode perder jogadores importantes por contusão, pode chegar à final cansado, pode tudo. Mas pelo menos vai estar com a cabeça na pressão, vai ter acabado de sair de um sufoco lá no Presidente Vargas contra o Ceará à beira do rebaixamento, vai estar no clima competitivo. 
Do jeito que estamos fazendo, nossos times ficam parecidos com o personagem principal do filme “O Dorminhoco”, do Woody Allen. Dormem durante seis meses, acordam na hora da decisão e vão pro campo sem entender nada. E tome chocolate.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Santos e Barcelona: o que mais me impressionou.
Nessa altura do campeonato, tudo já foi dito sobre o baile catalão em Yokohama. Mas como não consegui escrever ontem, aproveito pra destacar três coisas que me impressionaram na decisão de domingo – além de tudo o que todo mundo já está cansado de ver e que todo mundo já previa. 
A primeira aconteceu bem antes do jogo começar, na entrevista coletiva em que o meia Fábregas afirmou que a melhor maneira de neutralizar Neymar era jogar do jeito que o Barcelona joga sempre e ficar o maior tempo possível com a bola. Dessa frase a gente tira algumas lições, sendo que a mais importante, embora óbvia, é essa: o Barcelona tem um jeito de jogar. É com ele que o Barcelona joga bem ou joga mal, é com ele que o Barcelona ganha, empata ou perde. Não tem mistério. Não tem essa de inventar escalações ou mudar o esquema em cima da hora, pra surpreender o adversário e aplicar “nós táticos” – baboseiras nas quais os treinadores brasileiros, esses enganadores de marca maior, são mestres. A outra coisa que salta da declaração do Fábregas, tão óbvia quanto a primeira mas que muita gente parece não absorver, é que ficar o maior tempo possível com a bola é, antes de tudo, a melhor maneira de se defender. Quando o Barcelona toca, toca, toca e não agride, ele não está com dificuldade para atacar: na verdade, ele está se defendendo. Agora, para isso é preciso de algo que tem sido desprezado aqui no Brasil: saber jogar. Raça, dedicação, entrega, força de marcação, essas coisas são fundamentais. Mas, acima de tudo, futebol é para ser jogado por quem sabe. Comparar chega a ser um despropósito, mas não há um Durval no Barcelona. Não há um Willians do Flamengo. Não há um Edinho do Fluminense. Não há um Xandão do São Paulo. Uns mais, outros menos, no Barcelona todo mundo sabe jogar bola, se bem que o Messi, o Xavi e o Iniesta exageram. 
A segunda coisa impressionante aconteceu por volta dos trinta minutos do primeiro tempo, quando Elano estava à beira do campo para entrar no lugar do Danilo, houve um escanteio a favor do Barcelona e Muricy decidiu retardar a substituição, pelo fato de Danilo ser mais alto que Elano. Hahahahahaha! Muricy deve ter achado que, assim como é pra ele, escanteio para o Barcelona é uma oportunidade sagrada de levantar bola na área. E o que fez o Barcelona? Bidu: alguém tocou curtinho, o outro recebeu, virou de costas pra linha de fundo e teve início mais um toca-toca. Muricy, o gênio dos três zagueiros, deve ter achado aquilo um desperdício e uma irresponsabilidade. 
A terceira coisa impressionante e que me deixa feliz toda vida: gostaria que alguém me respondesse quem é o “homem de referência” do Barcelona. Quem é o cara que no futebol brasileiro virou imprescindível, aquele grosso e desajeitado que “empurra a bola pra dentro”. Quando joga o David Villa, ou o Alexis Sanchez, o Barcelona até tem um atacante mais avançado, mas não dá pra chamar nenhum dos dois de “homem de referência”. Pelo contrário: os dois caem para os lados, voltam pra buscar jogo, saem pra tabelar e sabem lançar um companheiro. E quem empurra a bola pra dentro é qualquer um. É todo mundo. 
É muito bacana ver o Barcelona ganhando tudo e massacrando todos, jogando de um jeito totalmente antiquado. Sem chutão, com a bola no chão, com toques curtos e de pé em pé. Futebol de resultados é aquele que ganha, certo? Então, futebol de resultados é aquilo lá.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Blog-boteco supera desfalques, engarrafamento e o abominável espírito do Natal, vira o jogo e é um sucesso.
Sabe o Corcovado? O Pão de Açúcar? Então, aqui em São Paulo tem a árvore de Natal do Ibirapuera. Daí que à noite a cidade sai em massa para admirá-la, e o trânsito que já é péssimo consegue ficar pior ainda. 
Sou uma espécie de antiGPS humano, costumo me perder de carro até quando percorro distâncias de cem metros, mas imagino que, numa relação com o Rio, o Ibirapuera esteja para a Vila Madalena assim como a Igreja da Penha para o Forte de Copacabana. Não importa: em São Paulo, tudo é motivo para engarrafamento. Aliás, essa é uma das paixões do paulistano. Além do justificado orgulho por sua invejável capacidade de empreender, de produzir e de gerar riquezas, o paulistano bate no peito pra falar dos seus engarrafamentos. Você está trabalhando e alguém da baia vizinha informa, feliz da vida: "O engarrafamento hoje já atingiu cento e oitenta quilômetros!" Esperançoso, alguém rebate do outro lado: "É, mas amanhã com certeza vai ser maior." É cultural. 
Foi difícil chegar ontem ao glorioso São Cristóvão, mas valeu a pena. 
Por problemas de datas – enquanto não seguirmos o calendário europeu isto continuará ocorrendo –, Magalha, Laerte, Rodney e Carol não puderam ir. Luiz Eduardo prometeu e não cumpriu. Roger precisou visitar o pequeno sobrinho internado com meningite. (Felizmente, Vitor Hugo – o Neguinho Magia – passa bem e já vai ter alta hoje.) E Pedro Saud, que vem de uma cidade cinzenta, fria e feia, foi visto no meio da noite embasbacado com a tal árvore de Natal do primeiro parágrafo. 
Mas o blog-boteco contou com reforços importantíssimos: Amanda, Alex Borba, Kride, Marcelo Henriques, Marcus Weber, Biza e sua adorável namorada espanhola (Monica). Não consegui encontrar o Robertinho: quando cheguei, ele já tinha ido embora. Mas como ontem, um pouco antes de eu sair da agência, ele me mandou um msn com algumas sugestões de títulos para um hotel em Jatiúca, imagino que ele estivesse bebendo desde cedo. 
Camilinha, Fernanda, Karina, Valéria, Alê Santos, Gobato e Jaime, que foram no primeiro, repetiram a dose ontem. Mas o grande destaque da noite, direto da seleção subquarenta, foi a presença da pequena e linda Lara, filhota querida do Jaime e da Amanda, com seus quarenta dias de idade. 
Tirando os atrasos – desculpa aí, Robertinho –, esquecendo o engarrafamento e passando por cima do abominável espírito do Natal com sua alegria obrigatória, o blog-boteco bateu um bolão.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Blog-boteco de fim de ano: é hoje à noite! 
A partir de oito, oito e meia, no São Cristóvão. Rua Aspicuelta, 533, Vila Madalena. Lembrando que não falaremos só de futebol – e a Karina garantindo presença é mais uma prova de que o futebol vai passar longe de alguns setores da mesa. Portanto, gostando ou não do esporte, quem chegar será muito bem-vindo. Todo mundo lá!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Amanhã tem blog-boteco. É que nem pênalti sem goleiro: não dá pra perder.
A manhã futebolística começou bem, com Cléber Machado afirmando, com três minutos de jogo, que “reza a lenda que o time do Kashiwa é ruim nas bolas altas”. 
Não, Kléber Machado. O time do Kashiwa é ruim nas bolas altas e nas bolas rasteiras, é ruim na defesa e no ataque, não tem goleiro e é organizado pelo futebol previsível e monocórdio do Jorge Wagner. Não dá. 
De qualquer modo, sempre vale a pena ver o Neymar jogar. No lance do gol, fiquei com a impressão de que ele não tinha driblado ninguém e que tinha chutado para um gol sem goleiro. Neymar faz as jogadas com tanta facilidade que parece que os adversários não existem. Também valeu ver o Ganso aparentemente recuperado, jogando os noventa minutos, se movimentando bastante e tocando a bola com a conhecida elegância. 
Apesar da fraqueza do time japonês, creio ter ficado claro, mais uma vez, que o Santos é de longe o melhor time brasileiro. Mas como é um time brasileiro, não podia deixar de tomar um gol em bola parada. Acho que isso a gente nunca vai aprender. Agora, é torcer pro Barcelona jogar o mínimo necessário pra vencer o time do Qatar e acordar cedo no domingo, porque Santos e Barcelona é imperdível. 
Antes disso, claro, amanhã todo mundo lá no São Cristóvão (Rua Aspicuelta, 533, Vila Madalena), para o blog-boteco de fim de ano. A partir de oito, oito e meia da noite.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Atenção: nesta quinta-feira, blog-boteco com a entrega dos prêmios do Brasileirão 2011.
Em democrática eleição organizada, votada e apurada exclusivamente pelo blogueiro, acaba de sair a premiação do blog. Veja abaixo a lista com os ganhadores. 
Troféu Renato Abreu, para o meio-campista que mais errou passes de um metro: vai para o Willians, do Flamengo. 
Troféu Willians, para o meio-campista que mais errou passes de dois metros: vai para o Renato Abreu, do Flamengo. O belo gol na última rodada, contra o Vasco, não alivia. A escolha já estava feita.
Troféu Ampliador de Placar (homenagem à Fê Serejo): apesar de ainda não ter desisitido do futebol dele, ao contrário de muitos são-paulinos, o troféu vai mesmo para o Lucas. Só fez sucesso em jogo fácil. 
Troféu Kléber Pereira: vai para o Luís Fabiano. Explico: no período em que jogou no Santos, entre 2007 e 2009, Kléber Pereira ganhou o apelido de “Artilheiro da Vila”, porque só fazia gol na Vila Belmiro. Em casa, era um leão; fora de casa, um gatinho. Luís Fabiano fez seis gols no Brasileirão – boa média pra quem participou de apenas doze rodadas –, só que quatro deles foram no Morumbi contra os dois últimos colocados e os outros dois contra o time reserva do desinteressado Santos. Vai ajudar bastante no ano que vem, mas esse ano só miou. 
Seleção da decepção: o goleiro é Renan, do Corinthians. O lateral-direito improvisado é Souza, do Fuminense. Miolo de zaga com Victorino (Cruzeiro) e Rodolfo (Grêmio). Na lateral-esquerda, apesar de não ser exatamente uma decepção porque sempre foi aquilo, Juan (São Paulo). O meio-campo tem três são-paulinos, Denílson, Casemiro e Lucas, mais o Martinuccio (Fluminense). Na frente, Guilherme (Atlético Mineiro) e Wellington Paulista, por sua triste passagem pelo Palmeiras. Com exceção do Juan, esperava-se muito desses caras. Deram muito pouco. 
Gol mais bonito do campeonato: Neymar, o terceiro do Santos no jogo do primeiro turno contra o Flamengo. 
O gol do campeonato: Adriano, o Imperador, contra o Atlético Mineiro. 
Jogador mais importante do campeonato: Paulinho, do Corinthians. 
Pior técnico: páreo duríssimo entre Luxemburgo, Felipão e Caio Jr. Mas no final a taça vai mesmo para o Caio Jr. Loser é loser. 
Troféu Imprensa: outra briga de cachorro grande. Todos são péssimos, mas esse ano ninguém superou Paulo César Vasconcelos. 
Troféu Vergonha: Palmeiras, pelo jogo em que ganhava por um a zero do Atlético Goianiense, tinha dois a mais em campo e mesmo assim deixou o time goiano empatar. 

Troféu Papelão: Atlético Mineiro, pela chinelada de seis a um que levou do Cruzeiro, quando toda a torcida do Galo esperava ansiosamente que o time mandasse o rival pra segundona. Corre à boca pequena que houve ex-governador se metendo na história e tal, mas perder bastava. Precisava tomar de seis? 
Troféu Thomas Newlands para a seleção dos nomes bizarros: Weverton; Sheslon, Werley, Walisson e Héracles; Richarlyson, Acleisson, Glaydson e Elkeson; Keirrison e Cléverson. Menções honrosas, pela excelência da grafia, para Dionantan, Rhodolfo, Saimon, Diones, Maicon, Maikon Leite. E destaque especial para Diogo Orlando. Acho esse nome lindo.  

Frase do ano: Carleto, lateral-esquerdo do América Mineiro, depois de um princípio de briga com D’Alessandro, uma semana depois do Inter cair na Libertadores. Na saída do campo ele disse mais ou menos isso: “D’Alessandro tinha que ter sido macho contra o Peñarol, que eliminou o time dele lá no Beira-Rio.” 
Fato do ano: o protesto do Jaime Agostini no Morumbi, que ganhou as páginas dos melhores jornais esportivos e foi destaque nos bons sites do ramo. 
Os prêmios serão entregues na próxima quinta-feira, no blog-boteco que acontecerá no São Cristóvão (Rua Aspicuelta, 533, Vila Madalena), a partir de oito, oito e meia da noite. De todos os ganhadores, apenas o Jaime confirmou presença.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Blog-boteco na quinta que vem. Todo mundo lá.
Como não tenho a vida mansa desses dois vagabundos, pedi ao Magalha e ao Jaime que organizassem o blog-boteco de fim de ano. Doce ilusão. É possível que não haja um só assunto em que os dois concordem, daí que não foi surpresa discordarem quanto ao lugar. Botando lenha numa polêmica que queima desde o comes e bebes de confraternização da criação de São Caetano, no final do ano passado, Magalha propôs o Bar do Nico – a polêmica é interna, não é o caso de explicá-la aqui. Usando o forte argumento do conceito do blog, Jaime sugeriu o São Cristóvão. Duas ótimas lembranças. 
Deixei a bomba nas mãos da Diretora de Relações Públicas do blog, Camila Godinho, que embarcou na canoa do Jaime e optou pelo São Cristóvão. A decisão é irrevogável, mas acho que a Camilinha se precipitou: ela não levou em conta que o Magalha trabalha quase ao lado de sua mesa. Vai ouvir um monte. Para neutralizar o Jaime, bastava não entrar nas redes sociais. 
Sendo assim, está batido o martelo: blog-boteco na quinta-feira que vem, 15 de dezembro, no São Cristóvão. Rua Aspicuelta, 533, Vila Madalena. Por volta de oito, oito e meia da noite.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Comentando os comentários.
Magalha tem razão quando diz que o Corinthians foi o único que lutou pelo título do começo ao fim. Claro que isso só foi possível devido àquele início insano – nove vitórias em dez jogos é algo que não acontece nem no campeonato espanhol. O Vasco, que fez mesmo uma campanha bem bacana, ainda mais se levarmos em conta que o time tem Renato Silva na zaga e Alecsandro no comando do ataque, só deu o ar da graça a partir da segunda metade do segundo turno. Ninguém pode reclamar de nada. 
Jaime continua chorando. É o único são-paulino que eu conheço com alma de botafoguense. Que mané entrega que nada: nos outros anos também ganhou quem tinha que ganhar. E o Corinthians não perdeu o título do ano passado porque Palmeiras e São Paulo entregaram seus jogos pro Fluminense. (Aliás, no Brasileirão desse ano, Palmeiras e São Paulo perderam em casa para o Fluminense. Entregaram?) O Corinthians perdeu o título do ano passado porque, nas últimas quatro rodadas, empatou duas vezes com times que terminaram rebaixados. Quanto à história dos clássicos, o conselheiro tem razão. O problema é que, com as obras no Maraca, fica praticamente impossível marcar dois clássicos no Rio pra mesma data. Se o Botafogo tivesse mantido o nível que eu imaginei que manteria – e por isso fui chamado de Poliana pelo Jaime no msn –, essa última rodada teria sido uma confusão danada. 
Laerte: pois é. O que eu acho é que, se certas coisas são ruins com o Tite, sem ele podem ser até piores. Tá ganhando, deixa lá. Até porque, como o São Paulo acaba de provar, mudar o técnico nem sempre resolve as coisas. 
Luiz Eduardo: a chance de conhecer todo mundo você terá na próxima quarta-feira, dia 14 de dezembro. Confirmo amanhã de manhã, assim que chegar do dentista. 
Marcelo Henriques: texto brilhante é, obviamente, bondade sua. E como se trata do corajoso usuário daquela inesquecível camiseta pink colada no corpo magrelo, creio que há algum interesse sexual nesse elogio. Quanto ao campeonato: se foi sofrível – sob certos aspectos não há o que contestar –, a culpa foi do seu time, que em momento algum se interessou por ele. Apareça mais, apareça sempre e não deixe de aparecer também no blog-boteco, que terá dia e local anunciados amanhã. PS: que porra é essa de “anônimo”? Larga de preguiça e faz o cadastro aí. Leva nem um minuto. 
Para encerrar por hoje: muito bacana os depoimentos de vocês todos sobre o Sócrates. É isso que eu digo: nunca foi campeão brasileiro, nunca disputou Libertadores, não ganhou Copa do Mundo. No entanto, marcou a vida de muita gente e fez um monte de caras gostarem de futebol. Ao contrário, por exemplo, do Jorge Henrique, que acaba de ser campeão brasileiro, do Bolívar, que ganhou duas Libertadores, e do Edmílson, campeão do mundo em 2002.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Salve o Corinthians!
Alex Borba. Bruna Marchi. Bruno Moreira. Carol e Rodney. Dani e Vinicius. Daniel França. Fausto, Fê e Júlia Serejo. Felipe Rocca. Josi Guedes. Krika. Laerte. Letícia e Tiago. Luís Felipe. Luiz Eduardo Loureiro. Magalha e Gabriel. Mococa. Reinaldo Brasil. Renato Martorelli. Saulo. Serginho. Tony Oliveira. Vanessa Forti. Vivi. Bando de loucos e varridos, parabéns pra todos vocês. 
Não quero comprar briga com Magalha, Luiz Eduardo e Laerte, mesmo porque, dificilmente esses caras hoje vão brigar com alguém, mas acho que é preciso um certo cuidado nessa campanha contra o Tite. Não costumo atribuir méritos excessivos aos treinadores, porque acho que eles não os têm e que todos são superestimados, mas é preciso reconhecer algumas coisas. A primeira e fundamental: o time do Corinthians não é essa coca-cola toda e chega a ter algumas peças bem fracotes. Entretanto, é um time. Um conjunto. Joga compactado. Briga o tempo todo. Deixa o coração em campo. Maior prova disso é que, mesmo atuando mal nas últimas cinco rodadas, o Corinthians conseguiu treze pontos em quinze. Se fosse um time com craques de cabo a rabo, não diria nada. Mas como não é, algum mérito nessa história o Tite tem. 
A revista Piauí publicou, se não me engano em abril desse ano, um texto do diplomata Marcos de Azambuja em que ele cita uma passagem magnífica do médico e memorialista mineiro Pedro Nava. Azambuja conta que, certa vez, Pedro Nava foi a um enterro no Cemitério São João Batista, no Rio. Com medo de se perder naquele labirinto de alamedas e chegar atrasado à cerimônia, pediu a um funcionário da Santa Casa que o conduzisse ao local exato do sepultamento. No caminho, Nava se distraía lendo as lápides sempre fartas em elogios aos mortos: ali só havia soldados cheios de bravura, marinheiros corajosos, magistrados impolutos, esposas amantíssimas, mães extremosas, médicos incansáveis e professores desprendidos. Até que Pedro Nava não se conteve e perguntou ao funcionário: aqui neste cemitério, onde é que vocês enterram as pessoas que não prestam? Com certeza absoluta, Sócrates nunca fez parte do time dos que não prestam. Era craque, jogava com muita inteligência e elegância, e tecnicamente foi superior, inclusive, ao seu irmão Raí, ídolo maior do timaço armado por Telê Santana no São Paulo. Titular absoluto de um dos times mais sensacionais que eu já vi jogar – a seleção brasileira de oitenta e dois – e cabeça de um dos movimentos mais bacanas da história do futebol, a Democracia Corintiana, Sócrates entra fácil na lista dos quarenta melhores jogadores brasileiro dos últimos quarenta anos. Concordando com Pedro Nava, meu pai costumava dizer que, aqui no Brasil, todo mundo que morre vira bom. Esse, definitivamente, não foi o caso do Sócrates, que foi bom sempre.
O fato de morar em São Caetano do Sul há mais de seis anos, o que me livra de ter que aturar os torcedores dos outros clubes cariocas em dias mais negros do que rubro-negros, me permite um distanciamento interessante pra quem se mete a escrever um blog sobre futebol. Não vacilei em elogiar o Botafogo num determinado momento do campeonato e há menos de quinze dias não tive pudor em escrever um post em homenagem à honradez desse time do Vasco. É sobre isso que quero voltar a falar – o Vasco –, porque acho que neguinho já anda extrapolando. Nada mais justo do que reconhecer a bravura e a seriedade daqueles caras, mas não dá pra dizer que esse time fez história, que foi um ano glorioso e coisas semelhantes. O Vasco em dois mil e onze conquistou a Copa do Brasil, igualando-se, por exemplo, ao Criciúma, o Juventude, o Santo André, o Paulista de Jundiaí e o Sport Recife. Claro que se trata de um torneio menor. Vamos pôr cada coisa em seu lugar. O time do Vasco merece ser reconhecido e elogiado, mas fazer história é outro papo. 
Em mais um lampejo surpreendente, o genial Vanderlei Luxemburgo decidiu mandar a campo um temível setor direito composto por Fierro e Negueba. Quase que o projeto vai pro cacete. No intervalo, o gênio corrigiu a invencionice tirando os dois inúteis, e ajudado pelo cansaço do Vasco, o Flamengo conseguiu fazer um bom jogo. A zaga esteve firme, Thiago Neves se movimentou bastante, Ronaldinho deu muito trabalho. Até o Cagalhão Parrudo entrou bem na partida, fez boa jogada no lance do gol e mostrou que em dois mil e doze pode render mais. De preferência, bem longe da Gávea. 
Já deixei clara aqui minha implicância com o goleiro Fernando Henrique, que enganou por um bom tempo no Fluminense e acaba de ser rebaixado com o Ceará. A cada bola que defende, Fernando Henrique se benze três ou quatro vezes, agradecendo a Deus por ter pulado no canto certo. E agora? Como acho difícil que o Pai, o Filho e o Espírito Santo tenham paciência para assistir àqueles joguinhos safados da segundona, quem vai proteger o goleiro-beato do Ceará?