sexta-feira, 24 de maio de 2013

A PARTIR DE 23.05.2013, OS TEXTOS SOBRE FUTEBOL QUE ERAM PUBLICADOS NESTE BLOG PASSARAM A OCUPAR UM NOVO ENDEREÇO:
http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/questoes-do-futebol 
SE VOCÊ GOSTAVA DE LER AS COISAS AQUI, NÃO DEIXE DE APARECER POR LÁ.

segunda-feira, 20 de maio de 2013

O blogueiro se despede temporariamente do jorgemurtinhofc, agradece aos fiéis leitores e, sem um pingo de vergonha na cara, beija com ardor o escudo de seu novo time. 
Tudo aconteceu mais ou menos assim. No final do ano passado, eu e meu filho Lucas conversamos bastante sobre futebol, blogs, textos etc. Talvez pela quantidade um pouco maior de álcool – minha, porque o Lucas gosta mesmo é de limonada Do Bem –, surgiu a ideia de tentar algo novo para o jorgemurtinhofc. 
Criterioso editor escondido sob a capa de economista da BR Distribuidora, Lucas fez sugestões valiosas e se propôs a tentar contatos. Aí, na edição de fevereiro, a revista Piauí publicou um ótimo artigo do Tostão sobre o retorno de Luiz Felipe Scolari ao comando da seleção brasileira. Escrevi um longo texto, concordando com a maioria dos argumentos e discordando de outros, e mandei para a revista, que o publicou na seção de cartas da edição seguinte. 
As pontas começaram a se juntar, até que, na companhia de um agradável filé à Oswaldo Aranha devidamente rachado sob os toldos da Glória, decidi aceitar o felipônico frila mensal proposto pela revista e, a partir dessa quinta-feira, 23 de maio, passarei a escrever o blog de futebol da Piauí
Tenho o compromisso de publicar um post por semana, mas pretendo fazer mais que isso e postar textos novos sempre que pintarem jogos importantes ou assuntos bacanas. Para facilitar, continuarei informando pelo twitter e pelo facebook sempre que tiver coisa nova. 
Minha participação no canal virtual da revista tem duração prevista para seis meses, depois dos quais retorno ao jorgemurtinhofc – mais ou menos como fez o grande Verón, que ficou rico, famoso e voltou a La Plata para encerrar a carreira no Estudiantes que o revelou. 
O endereço do site é www.revistapiaui.com.br. Entrou lá, é só clicar em Blogs. Com exceção do The Piauí Herald, os blogs da Piauí têm nomes que começam com a palavra "questões". Questões Cinematográficas, Questões Musicais etc. Nessa linha, o novo blog se chamará Questões do Futebol. Apareçam, cadastrem-se, comentem, elogiem, desçam o cacete, curtam, compartilhem, ajudem a fazer o blog bombar. 
Valeu aí todo mundo que sempre prestigiou, todo mundo que sempre deu força, todo mundo que me ajudou a não deixar a peteca cair. E, claro, espero todo mundo lá.

quinta-feira, 9 de maio de 2013

Precipitação. 
Aqui em São Caetano, temos algumas coisas que remetem às cidades mais famosas do mundo. Exemplo: costumamos encerrar o horário de almoço com um agradável café na praça central, como se estivéssemos, digamos, no Boulevard Saint-Germain. Outro dia, aí nesse tal café, os amigos são-paulinos Roger e Alê acreditavam na passagem do time para as quartas de final da Libertadores, e eu discordava. Já disse aqui e repito: não falta muita coisa para o São Paulo montar um grande time, mas falta. Com a saída do Lucas e a entrada do Ganso, o São Paulo mudou muito mais do que a maioria das pessoas tem considerado. Perder o Lucas e ganhar o Ganso significa alterar completamente o jeito de jogar, e equivale, praticamente, a ter que montar um time novo. O São Paulo ainda não se achou e a longa duração do Campeonato Brasileiro pode ajudar. Mas é preciso que a comissão técnica, a diretoria de futebol e, sobretudo, os torcedores – que costumam comprar qualquer coisa – façam uma autocrítica isenta e parem de acreditar em bobagens. (Denílson é bom jogador porque é cria da casa e passou muito tempo na Europa? O cara joga no meio-campo e não acerta um passe. Carleto não foi titular nem no América Mineiro, pode ser titular do São Paulo só porque chuta forte? Futebol é um pouco mais que isso.) Talvez seja importante, também, parar de acreditar em mitos, em preleções, em discursos que ganham jogos. Será que ontem não teve discurso do Rogério antes do time entrar em campo? Ainda não vi nada no youtube. 
Houve uma certa precipitação na avaliação que o São Paulo fez de si mesmo, depois daqueles dois a zero sobre o Atlético no Morumbi. Ronaldinho Gaúcho talvez tenha se expressado de forma inadequada, mas ele tinha razão. Naquele jogo estavam em campo dois times com objetivos bem diferentes. Para acreditar no que não deviam, os torcedores do São Paulo embarcaram na história de que o Atlético ia entrar com tudo porque não lhe interessava enfrentar o São Paulo nas oitavas. Uma certa mistura de soberba com imaginação fértil. Claro que seria mais cômodo encarar o The Strongest ou o Arsenal, mas a equação não era tão simples assim e, se o Atlético eliminasse o São Paulo naquele jogo, havia grande chance de pegar o Grêmio. Tenho minhas dúvidas sobre o que seria melhor.  Não estou dizendo que o Atlético tenha feito corpo mole. O time até entrou pra ganhar, mas o São Paulo entrou pra não morrer. São coisas distantes. 
E por falar em se expressar de forma inadequada, ontem tive mais uma evidência de que alguma coisa não bate na biografia do Caio Ribeiro. Filho de classe média alta, criado em bairro chique e tendo frequentado bons colégios, outro dia – não me lembro qual foi o jogo – Caio disse que era “imperdoável a falta de desatenção da zaga”. Ontem, quando alguém falou que o São Paulo precisava reter mais a bola e tal, ele atacou a concordância afirmando que “para isso é fundamental dois jogadores, o Ganso e o Jadson”. Pais paulistanos de classe média alta: se vocês têm filhos estudando no mesmo colégio em que o Caio estudou, fiquem de olho no professor de Língua Portuguesa. 
Um assunto puxa outro. Ainda na transmissão de ontem, quando Diego Tardelli fez três a zero, Cléber Machado começou a explicar o que era preciso acontecer para o São Paulo se classificar. Como diria Caio Ribeiro, é muita falta de sacanagem. 
Não vi o jogo do Fluminense, mas botei pra gravar e, dependendo da paciência da patroa, talvez eu dê uma espiada logo mais. Entretanto, se ela me acusar de algo por querer ver um jogo gravado do Emelec, serei obrigado a enfiar a viola no saco e botar o rabo entre as pernas. Nenhum ser humano em perfeito domínio das faculdades mentais assiste a um jogo gravado do Emelec.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O jogo de Volta Redonda foi bem melhor que o de São Paulo. Pena que quase ninguém viu. 
Todo jogo decisivo é muito marcado, pegado e tenso, o que não quer dizer que precise ser tão ruim quanto foi São Paulo e Corinthians. Mesmo porque, até por motivos físicos, o excesso de marcação dos primeiros minutos não consegue se manter até o final, deixando as chances aparecerem. Só que elas não surgem do nada: é preciso o mínimo de competência para criá-las, e competência foi algo que ontem não deu as caras no Morumbi. O Corinthians ainda é forte, mas está abaixo do time do ano passado. O São Paulo ainda não é forte, embora eu ache que em breve será. Mas é bom que não demore, porque depois de sete anos consecutivos caindo nas semifinais do Paulistinha, parece que o Vasco acaba de ganhar um rival à altura. 
Tá certo que Volta Redonda é uma cidade sem grandes atrativos, mas bem que Abel Braga poderia ter aparecido por lá. Porque, pela entrevista que deu à repórter do PFC, na volta dos dois times depois do intervalo, fiquei com a impressão de que ele estava em outro planeta. Abel disse que o Fluminense tinha dominado quarenta e quatro minutos, enquanto o Botafogo foi melhor por um minuto, deu sorte e fez o gol. Aqui de São Caetano, espremido entre caixas de mudança, o jogo que eu vi foi bem diferente. Um jogo que começou cheio de machezas de lado a lado, parecendo que ninguém assistiu às desastradas intervenções do Chris e do Lúcio no meio da semana, e que não teve domínio de ninguém. Mas essa é outra especialidade dos nossos treinadores: achar – ou, pelo menos, dizer – que seus times sempre jogaram bem. Mais uma do Abel: a jogada do gol do Botafogo, em que o Leandro Eusébio não saiu a tempo de deixar o ataque adversário impedido, não é responsabilidade do técnico? Isso não faz parte do beabá do sistema defensivo de qualquer time de futebol que se preze? Isso não precisa ser treinado exaustivamente, até que zagueiro nenhum tenha dúvida do que fazer naquele tipo de lance? Ok: nem sempre os jogadores fazem, dentro de campo, aquilo que treinam e que o técnico pede. Mas, paciência, a responsabilidade é dele. Para finalizar a bela performance de um dos nossos técnicos-top: aos vinte e cinco do segundo tempo, com o Fluminense precisando virar o jogo, precisando de gente veloz e com capacidade de conclusão, Abel pensou, pensou e pôs em campo o Felipe. Tudo isso, dizem, por mais de seiscentos mil mensais. 
Sejamos justos: mesmo com o Campeonato Carioca respirando por aparelhos, não é fácil pra ninguém vencer onze jogos seguidos, incluindo aí os três clássicos. (Não custa lembrar que, em 2011, o Flamengo foi campeão carioca vencendo apenas dois dos seis clássicos que disputou.) O Botafogo é certinho, tem um goleiro muito técnico e que joga sério – jamais vi uma defesa espalhafatosa do Jefferson – e faz a maior parte de seus ataques com rapidez e bola no chão. Sem ter nada a ver com a falência do Vasco, a necessidade de recomeçar do zero do Flamengo e o cansaço do Fluminense, o Botafogo cozinhou um honesto feijão com arroz e papou o título. O time ainda tem muitos pontos fracos – Bolívar é lento e não me convence, Júlio César é no máximo um razoável reserva, faltam dois caras com qualidade na frente –, mas pode não fazer feio no Brasileiro. O que está a léguas de distância de pretender algo mais sério. 
Em 1969, fui a um Fla-Flu decisivo, vencido pelo Fluminense por três a dois, com um público de cento e setenta mil pessoas. Em 1971, eu e mais cento e sessenta mil pessoas vimos o Fluminense ser campeão em cima do Botafogo. Em 1974, eu e mais cento e sessenta e cinco mil pessoas vimos o zero a zero entre Flamengo e Vasco que deu o título ao rubro-negro. Tudo isso no fantástico Maracanã, na maravilhosa cidade do Rio de Janeiro. Ontem, no acanhado estádio Raulino de Oliveira, na siderúrgica cidade de Volta Redonda, quinze mil pessoas viram o Botafogo ser campeão. Depois desse número de dar dó, depois do fiasco do Engenhão, depois do Flamengo fazer dois a zero no Resende e ser derrotado por três a dois, só faltava o Campeonato Carioca ser decidido com um gol do Rafael Marques. Foi.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Barcelona e Real Madrid: uma tese despretensiosa. 
O blog pede a compreensão dos leitores para cair em tentação e praticar o esporte preferido dos comentaristas de futebol: babar regra depois dos resultados. Mas o motivo me parece justo, pois trata-se de defender uma tese e abrir o debate aos dois ou três abnegados que frequentam a caixa de comentários. Vamos lá. 
Todos nós já aprendemos que os campeonatos estaduais não servem de parâmetro para a avaliação dos nossos times. O Paulistinha talvez pudesse ser uma exceção, desde que não fosse disputado ao mesmo tempo que a Libertadores e tivesse um número menor de participantes. Do jeito que está, é tão enganoso quanto qualquer outro. O problema é que, apesar de nunca na história desse país etc e tal, ainda não perdemos o hábito de pagar pau para as coisas lá de fora. (Explicação necessária a quem não é de São Paulo: pagar pau significa, mais ou menos, encher a bola exageradamente de qualquer coisa. Para ficar em alguns exemplos futebolísticos: a imprensa esportiva carioca costuma pagar pau para o enganador do Thiago Neves; a torcida são-paulina paga pau, inexplicavelmente, para o Luís Fabiano, que jamais conquistou um título importante com a camisa do clube; a torcida do Flamengo andou pagando pau, precipitadamente, para o Rafinha. Acho que é por aí.)
Retomando: costumamos pagar pau para os feitos do Barcelona e do Real Madrid, esquecidos de que muitas dessas façanhas são alcançadas às custas do campeonato nacional mais desigual de que já se teve notícia. Sábado passado eu vi o finalzinho de um jogo, na tevê, em que o Barça lutava desesperadamente para fazer um golzinho no tal do Levante. Trinta e cinco do segundo tempo e zero a zero no placar, o que interromperia uma inacreditável série de quarenta e nove partidas consecutivas, na Liga Espanhola, fazendo gol em todas elas. Muito mais do que competência do Barcelona, isso significa fragilidade dos adversários, e a gente sabe que o futebol é um esporte onde a sua qualidade só pode ser testada quando encontra adversários à altura. Peguem o Quissamã, que acaba de cair para a segunda divisão do Campeonato Carioca, e tragam pra jogar contra o nosso time aqui da Y&R. Eles ganham da gente por, no mínimo, quinze gols de diferença. 
Claro: se Barcelona e Real Madrid estivessem no Brasil, seriam campeões brasileiros e da Libertadores ano sim, outro também. Não é isso que está em questão. Mas os cinquenta jogos seguidos marcando gols em todos, os noventa e nove gols do Barcelona só nessa temporada, os recordes e mais recordes quebrados por Messi e Cristiano Ronaldo, tudo isso só é possível pela disparidade descomunal entre os dois clubes e o resto. Por isso – ao contrário do nosso futebol, onde ganhar o Brasileirão é mais difícil que a Libertadores –, o verdadeiro desafio para os clubes europeus está na Champions League, e não nos torneios nacionais. 
A tese é essa: da mesma forma que nossos clubes se beneficiam de estaduais indigentes para se enganar, será que Barcelona e Real Madrid – que são indiscutivelmente dois timaços, e não há goleada ou eliminação que altere isso – não passaram a ter uma visão distorcida de suas próprias forças? 
Ontem teve Brasil e Chile. Vaias, gritos de olé, um treinador superado de um lado, um treinador atualizado do outro. Tudo isso mereceria post, mas é muito difícil pra mim escrever qualquer coisa sobre uma seleção brasileira em que o lateral-esquerdo é André Santos. Reconheço que o futebol está cheio de casos de jogadores que fracassam em determinados times e brilham em outros, mas pra mim não dá. Eu vi André Santos jogar no Flamengo e não quero ver de novo. Se isso vale para o Flamengo, imaginem para a seleção brasileira.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O Henrique V do Morumbi. 
Circula com sucesso, no youtube, o rápido e empolgante discurso de Rogério Ceni na porta do vestiário, segundos antes do São Paulo entrar em campo contra o Atlético Mineiro. Virou moda: no mundo pós-internet, toda importante vitória futebolística é seguida por um vídeo emocionante postado logo após o jogo. O curioso é que a gente só vê os vídeos de quem vence. É bastante provável que o capitão do Huachipato tenha feito um discurso semelhante antes da partida com o Grêmio, só que isso ninguém nunca vai saber, porque o Huachipato foi eliminado. E será que Rogério não fez um discurso parecido em 2006, quando o São Paulo perdeu a final da Libertadores para o Inter? Ou em 2007, 2008, 2009 e 2010, quando foi eliminado por Grêmio, Fluminense, Cruzeiro e, novamente, Inter? O maior filósofo futebolístico da Praia de Botafogo, Neném Prancha, dizia que se macumba ganhasse jogo, o campeonato baiano terminava empatado. Com discurso motivacional é meio parecido. 
Não há competição mais surpreendente que a Libertadores. Mesmo depois de ter visto o Arsenal de Sarandi, o Sporting Cristal, o Deportes Iquique, o San José e o lendário Tolima, cada um pior que o outro, eis que na quinta-feira passada fui apresentado ao inacreditável Huachipato. Time sem talento algum, com um goleiro de fazer rir – como são desajeitados os goleiros da maioria dos times da Libertadores! – e que tem como única jogada ofensiva a bola aérea para um centroavante grandalhão e limitado, chamado Braian Rodriguez. Futebol é um negócio do qual ninguém pode dizer que entende. Gosta-se ou não. Acompanha-se mais ou menos. Mas entender, ninguém entende. Porque, entre outras coisas, é impossível entender como o Huachipato ganhou do Grêmio em Porto Alegre e empatou com o Fluminense no Rio, e como Braian Rodriguez foi o artilheiro dessa primeira fase da Libertadores. 
Vanderlei Luxemburgo, que certamente sabia por que estava apanhando, nos fez lembrar Diego Hypólito, que nos faz lembrar Arthur Zanetti, que ganhou medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de Londres e agora ameaça competir por outro país. Apesar de ser vizinho em São Caetano – a cidade é tão pequena que aqui todo mundo é vizinho de todo mundo –, nunca tinha ouvido falar em Arthur Zanetti e sua ausência não vai interferir nos meus interesses esportivos. Mas pelo que li, vi e ouvi na última semana, sou capaz de apostar que nosso medalhista irá se estabelecer em Boston. Tem mais brasileiro em Boston do que argentino em Búzios.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

A pré-temporada que não acaba nunca. 
Com tanta coisa desimportante acontecendo no fim de semana futebolístico, uma saída para o habitual post de segunda-feira seria apelar para um paragrafozinho básico de abertura, pensar em três ou quatro linhas bem sacadas para o encerramento e rechear o texto com uma receita de miojo. Não teria a originalidade do menino do Enem, mas ao menos ficaria de acordo com o futebolzinho tacanho que vem sendo jogado pelos nossos times, com a já citada exceção – ver post publicado em 9 de abril – do Atlético Mineiro. 
O São Paulo perdeu para o XV de Piracicaba, o Corinthians para o Linense, o Atlético Mineiro para a Caldense, e nada disso teve a menor importância. O Flamengo fez um ótimo primeiro tempo contra o Fluminense, o que também não teve importância alguma. Eu poderia seguir no embalo do “grande momento que vive o Palmeiras”, como ouvi outro dia de um empolgado narrador do SporTV, mas meu ceticismo não permite. Poderia engrossar o coro dos que afirmam, no Rio, que o Botafogo está sobrando. O problema é que, nas três primeiras rodadas do primeiro turno, quem sobrava lá no Rio era o Vasco. Depois, até a semifinal, sobrava o Flamengo. Parece que enquanto não conseguirem resolver a encrenca financeira em que estão metidos, os times do Rio continuarão sobrando e despencando em velocidade espantosa. 
O certo é que, a cada ano, os estaduais se revelam uma brincadeira mais e mais sem graça e dispendiosa, com estádios desertos, times reservas e partidas sofríveis. Até o Santos, que ganhando ou perdendo costumava ser divertido, virou uma chatice. Muricy conseguiu. 
Que venham logo as fases decisivas, o mata-mata da Libertadores e o Campeonato Brasileiro. Por mais que a gente goste de futebol, não há quem aguente quatro meses de pré-temporada.