Inter: uma boa razão para se mexer em time que está ganhando.
O uruguaio Jorge Fossati não é mais o treinador do Inter de Porto Alegre. Por um lado, não entendo; por outro, aplaudo. O que não consigo compreender: no ano passado o Inter tinha Tite no comando e dezenas de interrogações sobre o seu trabalho. Quando a direção do clube começou a ver ameaçada a tão cobiçada vaga para a Libertadores, Tite caiu. Mário Sérgio foi contratado por um prazo fixo e um objetivo determinado: ficar até a última rodada do Brasileirão e levar o time à Libertadores. Com uma boa campanha na reta final, a meta foi alcançada. Pensando em Libertadores, Libertadores, Libertadores, essa recente e inexplicável paixão nacional, o Inter chamou Jorge Fossati, que conquistara a taça em 2008 dirigindo o mediano LDU. Pois bem: o Inter está nas semifinais da competição, posição alcançada após um heróico duelo contra o Estudiantes, campeão do ano passado. Aí acontece uma derrota muito da sem-vergonha em um jogo muito do sem-importância, contra o Vasco em São Januário, e Fossati é demitido. Se o objetivo era a Libertadores, precisamos reconhecer que o cara estava chegando lá. Entretanto, seguindo ou não na Libertadores, a verdade é que o Inter de Fossati jamais jogou o que seu elenco promete. Kléber, Sandro, Guiñazu, Taison, Giuliano, o time é cheio de bons jogadores – acho o D’Alessandro meio enganador, mas isso entra no rol das minhas implicâncias gratuitas – e tinha que jogar muito mais do que tem jogado. O vice-presidente de futebol Fernando Carvalho é pretensioso e chorão, mas deve ser elogiada a coragem do clube em reconhecer que avançar na Libertadores não é tudo na vida, e que não é possível ver um time com tanto potencial produzir tão pouco. Por isso, aplaudo.
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