quarta-feira, 16 de junho de 2010

Até o jogo de estreia, a seleção do Dunga deve melhorar.
Já vi vários times vencerem jogando com um a menos, mas ontem vi, pela primeira vez, um time vencer jogando com apenas um. Só Robinho jogou bola. Nossa seleção confirmou o que todos sabemos desde que Dunga assumiu o comando: por praticar um futebol mecânico e burocrático, ela tem sempre enorme difculdade para vencer seleções mais fracas. Todo mundo deve lembrar: a pior exibição do Brasil no últimos tempos foi no zero a zero com a Bolívia, ainda nas eliminatórias, no Engenhão. Quando a seleção de Dunga enfrenta bolívias, coreias e uzbequistões, não dá outra: é um drama fazer um golzinho que seja. Contra equipes mais qualificadas, que temem menos e saem mais pro jogo, os espaços aparecem e a seleção rende mais. E é bom mesmo a gente se apegar a essa esperança, porque ontem foi uma lástima. É óbvio que chega a ser ridículo entrar com dois volantes de marcação contra um time que joga com dez atrás, mas Gilberto Silva e Felipe Melo foram os menores dos nossos problemas. Deles não esperamos nada, e eles não nos decepcionaram. Os problemas maiores foram os jogadores dos quais dependemos ofensivamente. Maicon foi eleito, não sei por quem e nem por quais critérios, o melhor em campo, mas eu não gostei. Estava lento, nada incisivo e achou um gol sabe-se lá como, num chute bem dado, é verdade, mas que um goleiro experiente teria defendido sem esforço. Kaká teve desempenho patético e deixou no ar uma pergunta inquietante: será que ele vai repetir, agora em 2010, o que foi Raí em 94? E por fim, Luís Fabiano. Pra jogar preso entre os zagueiros, sem mobilidade e sem conseguir dominar uma bola, era melhor ter levado o Imperador ou o Fenômeno. Pelo menos esses dois impõem respeito. Luís Fabiano pode fazer todos os gols do mundo, mas eu gosto mais do estilo do Nilmar. De qualquer modo, e como a Itália provou em seus títulos de 82 e 2006, o importante nessa fase é se classificar. Por isso, nossa maior preocupação fica por conta da magreza do placar. Portugal e Costa do Marfim, embora também sem qualquer brilho, fizeram um jogo bastante equilibrado. Se conseguirem equilibrar também os jogos contra o Brasil, os saldos obtidos diante da Coreia serão decisivos. Tomara que não seja preciso lamentar aquele golzinho bobo, bobo que a gente tomou no final.

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