segunda-feira, 7 de junho de 2010

Um bom domingo e um triste sábado.
Ontem havia três clássicos no mesmo horário, e era preciso escolher um. Descartei Santos e Vasco, porque achei que era barbada. Tá certo que o Fernando Prass – que é bom goleiro – não precisava ter feito aquela bobagem que facilitou ainda mais a vida santista, mas se não fosse de um jeito seria de outro. Quando vi o Grêmio escalado sem Jonas e Borges, com William e Róberson formando o ataque titular, desisti de São Paulo e Grêmio. Fiquei com Corinthians e Botafogo. Jogo bom de ver. Aliás, quanto mais eu vejo o Botafogo jogar, menos eu gosto do técnico do Flamengo. Se você comparar posição por posição, jogador com jogador, é possível que os onze do Corinthians sejam superiores aos onze do Botafogo. Minha única dúvida é no gol, menos por causa do Felipe, de quem eu gosto, e mais por causa do Jéfferson, de quem eu gosto muito. Aí alguém pode dizer: mas futebol é conjunto. Sim. E a todo momento que a gente olhava pro campo, ficava claro que o Corinthians era mais time, com mais toque de bola, mais consistência, mais controle do jogo. No entanto, foi uma pedreira. Apesar de fraco individualmente, o Botafogo é organizado – o que é uma prova indiscutível do trabalho do treinador. A partida teve vários destaques, tanto positivos quanto negativos, e com gente jogando nas duas. Elias, por exemplo. O passe para o gol de Bruno César foi dificílimo e perfeito. Mas alguma coisa no Elias está diferente, não? Ele não tem sido o jogador dinâmico e explosivo do início do ano passado, que não dava sossego e estava em todo canto do campo. Talvez a arrumação do time com dois meias (no ano passado era só o Douglas) tenha tirado do Elias espaço para atuar. Bruno César também foi do céu ao inferno: fez um ótimo primeiro tempo, e no segundo sumiu, aparecendo somente lá pelos quarenta minutos, com uma bela bola enfiada para Roberto Carlos. É verdade que Ralf errou no gol de Lúcio Flávio, mas a falha maior foi coletiva: pra que o time todo na área do Botafogo, numa falta que certamente seria cobrada com um chute direto? Bom jogo no Engenhão. Em tudo e por tudo, completamente diferente de Flamengo e Goiás, sábado no Maracanã. O Flamengo é um caso raro. Como o esporte é coletivo, a tendência é que os times melhorem a cada partida. O Flamengo só piora. Senão, vejamos. O jogo de estreia, contra o São Paulo, não vale: eram dois times burocráticos e desinteressados, pensando apenas nos compromissos que teriam pela Libertadores. O jogo da segunda rodada, contra o Vitória, também não vale, por não ter acontecido num gramado de futebol, e sim num lamaçal. A partir daí, de zero a dez, o Flamengo levou nota cinco contra o Grêmio Prudente, quatro contra o Fluminense, três contra o Grêmio, dois contra o Palmeiras (apesar da vitória fora de casa, foi de amargar) e nota um contra o Goiás. Precisa mandar muita gente embora, precisa contratar com precisão cirúrgica – o que, de resto, vale para quase todos os times do campeonato –, mas, repito: vendo o Botafogo jogar, aumenta minha certeza de que o problema maior é mesmo de comando. O Flamengo tem hoje, disparado, o pior treinador do futebol carioca. Rogério Lourenço fez, com Gélson Baresi, uma das mais esquecíveis duplas de zaga do clube. Até aí, tudo bem: Vanderlei Luxemburgo não jogava nada, Felipão era grosso toda vida, mas ambos sempre tiveram personalidade. Rogério é um fraco, que continua achando que dirigir o atual campeão brasileiro é a mesma coisa que dirigir um time de juniores. O resultado é que, enquanto o Ceará levou apenas um gol em todo o campeonato, o Flamengo já tomou sete nos cinco jogos que fez no Maracanã. Fora isso, David, Vinícius Pacheco, Gil, Ramón, Michael, Fernando e Dênis Marques não podem vestir a camisa de nenhum clube grande do Brasil.

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