terça-feira, 8 de junho de 2010

Paulo Asano, a Jabulani e o direito de resposta.
No dia 12 de abril, fiz um post sobre o jogo entre São Paulo e Santos em que, por vias transversas, comparei o futebol do centroavante Washington ao do meu amigo Paulo Asano. Paulo entende tanto de futebol quanto eu de curling, mas como este é um blog democrático e que cumpre leis, estamos abrindo espaço para que ele exerça o seu inalienável direito de resposta. Portanto, o texto abaixo é do meu amigo Paulo Asano.
“Pronto: agora meu problema tem nome. Desde criança eu tento explicar aos meus colegas de campo, ou melhor, da rua mesmo, que era onde jogávamos nossa pelada diariamente, que o meu problema com futebol não se chamava Paulinho, que todas as furadas, bolas fora e bicudas que eu dava em qualquer direção eram apenas um problema técnico. Da bola. E olha que nem era uma Jabulani! Normalmente de “capotão”, pesada e toda torta, a bola que usávamos era péssima. Não sei como os outros não percebiam. Não me dava a menor chance de mostrar todo o meu potencial, minhas habilidades eram mascaradas a cada jogada. Mas como poderia um garoto, que até então era apenas uma promessa para o futebol europeu, dizer que o problema dele era a bola? Pois é, com direito a trocadilho e tudo, ninguém me dava bola na época, e então fui obrigado a partir para esportes onde as hoje chamadas jabulanis não existiam. Aliás, nem mesmo suas parentes eu queria ver por perto. Sim, qualquer esporte que envolvia uma bola me parecia um tanto estranho. Basquete, vôlei, handebol, enfim, se tinha bola o Paulinho preferia ficar de fora, ou entrava na quadra só pra correr de um lado para o outro, torcendo pra que ninguém lhe passasse a maldita. Enfim, essa Jabulani sempre me pareceu estranha mesmo. De pé e deitada ao mesmo tempo, girando ou parada, na mão ou no pé, o que ela queria mesmo era acabar comigo. Instável demais, enquanto era tratada por meus amigos com todo o carinho, eu olhava pra ela com desconfiança e sabia que, um dia, alguém iria entender do que eu estava falando naquela época. E agora, com todas as principais seleções de futebol a meu favor, espero que meus amigos se retratem e me peçam desculpas por todas as vezes em que fui deixado por último na seleção de times, e saibam que, assim que esse problema com a tal Jabulani for resolvido, o Paulinho voltará aos gramados para pôr todo o seu talento em jogo.”

Um comentário:

  1. Concordo com o Paulo Asano e faço minhas suas palavras, pois também sempre passei pelo mesmo problema das bolas "sobrenaturais". Tanto, que sempre joguei no gol. KKK

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