quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Vitória e título com os nervos à flor da pele.
A catimba na final da Libertadores começou antes mesmo da bola rolar, com a provocação do mexicano Bautista durante a execução do hino brasileiro. Uma boa oportunidade pra gente perguntar: o que é que hinos nacionais têm a ver com partidas de futebol? Aqui em São Paulo, o ouvirundum é executado até mesmo em jogos do Ituano contra o Mogi-Mirim, e creio que todos concordam que não há nada que justifique essa banalização. Hino nacional em jogos entre seleções é até compreensível – embora desnecessário –, mas por que na final de ontem da Libertadores, se pelo menos metade do Rio Grande do Sul estava torcendo contra o time brasileiro? E, provavelmente, muito mais da metade do México torcia contra o Chivas? 
Os jogos da Libertadores costumam ser tensos, brigados e tecnicamente ruins. Na decisão, essas características são potencializadas. O primeiro tempo foi chato, e o que salvou foi o bonito gol de Fabián no finalzinho. No segundo tempo, o gol de Rafael Sóbis surpreendeu o Chivas e acalmou o Inter. O resto foi consequência. Celso Roth conseguiu seu primeiro título importante, mesmo teimando em manter Giuliano no banco. Ele é melhor do que qualquer outro jogador de meio-campo do Inter, e talvez seja melhor até do que todos eles juntos. 
É impressionante como a Libertadores mexe com os nervos e altera a forma de jogar dos times brasileiros. Em condições normais de temperatura e pressão, o Chivas não aguenta um mata-mata com o Vitória ou o Atlético Paranaense. Mesmo nervoso, mau-humorado e com dor de cabeça, o time do Inter é algumas dezenas de vezes superior ao do Chivas. Mas, enquanto os mexicanos tinham um plano de jogo – cozinhar a partida até os vinte e cinco ou trinta do segundo tempo, e aí então partir para tentar a vitória que levaria aos pênaltis –, o Inter não sabia o que fazer com a gigantesca vantagem que trouxe de Guadalajara. De qualquer modo, no final deu a lógica e o time gaúcho conseguiu seu segundo título. Agora só falta um para se igualar ao poderoso Olímpia do Paraguai.

Nenhum comentário:

Postar um comentário