quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Depois de muito tempo, ontem entrou em campo uma verdadeira seleção brasileira.
Deixando claro um posicionamento: adoro futebol e detesto amistoso. Querem me ver de cara amarrada, é só me convidar para assistir aos Amigos do Zidane contra os Amigos do Ronaldo. Acho um saco. Futebol tem que valer três pontos. Mas como a nossa seleção não terá que disputar as eliminatórias, esse meu gosto terá que ser revisto, porque os amistosos passarão a ter muito mais importância. 
Adiante. Agora de manhã eu conversava com meu amigo Alex Borba e chegamos a uma proposta. O Brasil é um país tão pródigo em leis, que não custava nada criar mais uma: só pode ser convocado para a seleção brasileira quem souber jogar bola. E revoguem-se as disposições em contrário. Não dá mais pra ficar chamando jogador porque é evangélico, porque é comprometido, porque é bom pai, bom filho e bom marido. Amistoso é amistoso, sei, e a seleção dos Estados Unidos está longe de ser a seleção holandesa, mas ontem não havia em campo, com a camisa amarela, ninguém que não soubesse jogar futebol. 
A seleção brasileira ganhou a Copa de 70 e perdeu a de 82 jogando bonito. Ganhou a de 94 e perdeu a de 90 jogando feio. Ganhou a de 2002 e perdeu a de 98 ficando no meio termo. Futebol é assim: ganha-se e perde-se jogando bonito ou feio, com esquemas ofensivos ou retrancados. Daí que não há nada mais pretensioso, arrogante e falso do que o conceito do “futebol de resultados”. Se ele garantisse a vitória, ninguém diria nada. Mas não garante. Ontem jogamos pra frente, sufocamos, não paramos o jogo inteiro, tínhamos apenas um volante – que não briga com a bola – e não corremos perigo em momento algum. Fizemos dois bonitos gols, chutamos duas bolas na trave, tivemos pelo menos mais três ou quatro chances. Por outro lado, também não dá pra dizer que, se esse time e essa filosofia estivessem na África do Sul, teríamos levantado a Copa. De novo: pode ser que sim, pode ser que não. Mas, sem dúvida nenhuma, foi um começo para devolver a todos nós o prazer de ver a seleção brasileira de futebol. 
Para encerrar: em jogo que tem o Ganso em campo, o ingresso devia custar muito mais caro, não?

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