segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pílulas do final de semana.
Em um dos posts da semana passada, escrevi que técnico bom é o que não atrapalha. No jogo de sábado entre Fluminense e Atlético Paranaense, Carpegiani encheu o blog de razão. Escalou mal o time, deixando o bom meia Branquinho no banco, e fez substituições desastrosas logo no início do segundo tempo, tirando dois zagueiros para pôr dois atacantes e transformando o que era um jogo equilibrado numa barbada para o Fluminense.  Atrapalhou à beça.
Washington reestreou no Flu fazendo dois gols e participando ativamente do outro. Mas quem viu o jogo teve vários motivos para confirmar como Washington é ruim. Coisas do futebol. (Aguardem: em breve, um post dedicado a esses caras que “fazem gols”.) 
Os últimos cinco anos me deram a certeza de que eu jamais veria isso, mas vi: no finzinho do jogo de sábado, no Morumbi, vi o Ceará pressionando o São Paulo e a torcida tricolor implorando ao juiz para acabar a partida o mais rápido possível. Se o título da Libertadores não vier, o bicho vai pegar. 
Não entendi. Palmeiras e Corinthians faziam um jogo com um monte de caras correndo, brigando, se arrebentando, e só dois pensando: Lincoln e Bruno César. Aí o Felipão vai e tira o Lincoln, Adílson Batista vai e tira o Bruno César. Depois reclamam que o futebol brasileiro não tem mais meia-armador. 
Ewerthon, do Palmeiras, é da estirpe daquele Éder Luís que jogou no Atlético Mineiro, no São Paulo e ontem estreou no Vasco: tem excesso de velocidade e escassez de inteligência. Está sempre adiantado em relação à zaga e ainda se faz de vítima, perguntando ao bandeirinha quando ele vai deixar de marcar os impedimentos. Provavelmente, quando ele parar de ficar impedido. Como diria a Oi, simples assim. 
Quem viu os minutos finais de Flamengo e Vasco pode ter ficado com a impressão de que o Flamengo foi avassalador. Ah, que mentira que é essa história de melhores momentos no futebol. 
É verdade que o técnico Rogério Lourenço não tem grandes opções, mas ele ontem se superou e conseguiu escalar uma dupla de ataque ainda mais fraca do que Diego Maurício e Vinícius Pacheco: Val Baiano e Cristian Borja. Val Baiano não é surpresa (é outro para estrelar, em breve, o post sobre os caras que “fazem gols”) e Cristian Borja briga o tempo todo. Com a bola. 
Das duas, uma: ou os defensores do Flamengo são proibidos de recuar bolas para o goleiro Marcelo Lomba, ou o goleiro Marcelo Lomba passa a ficar pelo menos uma hora e meia, após os treinos, treinando chutões pra frente em bolas atrasadas. Não há um jogo do Flamengo em que ele não mate a torcida de susto. 
Assim como as arbitragens do tipo não-me-toque, tão frequentes nos campeonatos estaduais, viciam nossos jogadores, parece que a lamentável paradinha teve o mesmo efeito. Ninguém mais sabe bater pênalti. Nessas cinco rodadas do Brasileirão pós-Copa, Chicão do Corinthians perdeu dois pênaltis em dois jogos seguidos, Róbston do Atlético Goianiense perdeu contra o Vasco, Paulo César e Róbson do Grêmio Prudente perderam no mesmo jogo contra o Santos, Neymar perdeu pela Copa do Brasil, e ainda devo ter esquecido alguém. 
O goleiro Fernando Henrique, do Fluminense, passa o jogo inteiro se benzendo. Já disse aqui no blog que não me meto com a religião de ninguém, mas vou achar muito engraçado no dia em que alguém chutar lá do meio da rua e a bola entrar justo quando Fernando Henrique estiver com a mão no Espírito Santo. Amém.

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