terça-feira, 13 de abril de 2010

Dois esportes bem diferentes.
Meu irmão Mário, que de vez em quando aparece aqui no blog, foi um ótimo jogador de vôlei. Excelente levantador, chegou a uma dessas seleções cariocas sub-15 ou sub-16, mas teve que parar de jogar porque parou de crescer. Mesmo assim, Mário manteve alguns amigos ligados ao vôlei, e eu me lembro de dois deles, os irmãos Cid e Felipe, que atuavam pelo Botafogo e iam à Praia do Leme com a gente. Cid e Felipe só jogavam vôlei de praia quando a temporada na quadra terminava. Eles diziam que tudo era diferente: tempo de bola, velocidade das jogadas, regras etc. Se eles jogassem na praia, isto certamente atrapalharia o rendimento na quadra. Na Libertadores acontece o mesmo. Nem tanto pelas viagens, já que no Brasileirão também se viaja à beça, mas porque o jogo é outro. Os estádios, os campos, a bola, os critérios de arbitragem, a marcação mais dura, a pressão da torcida. E o pior é que nós não ajudamos: nossos grandes clubes não enfrentam mais os pequenos em seus antigos alçapões, nossos árbitros são tarados por faltas, pênaltis e cartões amarelos, enfim, em vez de nos aproximar, aprofundamos as diferenças. Aí, não dá outra: quando chega a Libertadores, a gente se estrepa. Domingo, qualquer esbarrão é pênalti. Quarta-feira, o pau come e ninguém vê. E como os torneios acontecem ao mesmo tempo, a dificuldade só aumenta. Já que os torcedores de todos os clubes do Brasil desenvolveram essa obsessão pela Libertadores, talvez fosse o caso de rever o que temos feito, para que os nossos times possam disputá-la com chances maiores. Até porque, ao contrário do que pregam alguns dos nossos românticos comentaristas, futebol é muito mais aquilo lá do que isso que a gente tem visto aqui.

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