sexta-feira, 16 de abril de 2010

Botafogo: a poucos dias da glória, a alguns meses do sufoco.
O goleiro Jéfferson é ótimo e o garoto Caio dá trabalho. Fora isso, o time do Botafogo é bem ruinzinho. Zaga insegura, laterais instáveis, meio-campo que não cria e dois atacantes destrambelhados – que às vezes até obtêm sucesso exatamente por seu destrambelhamento. Entretanto, esse time tem enormes chances de levar o título carioca. Isto se explica pela fraqueza generalizada de um campeonato em que os pequenos são praticamente proibidos de incomodar os grandes e tudo conduz a semifinais reunindo Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco. Aí, as rivalidades regionais pesam, os times se superam e os jogos são sempre disputados no limite da dedicação. Foi assim, jogando no limite, que o Botafogo ganhou do Flamengo e do Vasco, conquistando o primeiro turno. E nem precisa ganhar o jogo de domingo: se empatar e depois vencer a disputa por pênaltis (não há prorrogação, o que é apenas mais um absurdo), leva o caneco. Além disso, o alvinegro tem as ciências matemáticas a seu lado. É como aquela regrinha básica dos cassinos: se você vai pra roleta, aposta no vermelho e perde, você não pode dobrar sua aposta no vermelho infinitamente, porque é óbvio que uma hora você vai ganhar. Não é possível que o Botafogo passe o resto da vida perdendo a final do estadual para o Flamengo. A parte ruim dessa história só vai chegar lá em novembro, nas rodadas finais do Brasileirão, quando muito provavelmente a equipe estará lutando pra não cair. Porque no Campeonato Brasileiro não há times pequenos, com a exceção de um Ipatinga aqui, um América de Natal ali, essas coisas que aparecem devido a um critério de rebaixamento e subida do qual eu também discordo, e que vai ser tema de post quando o Brasileirão começar. Daí, o óbvio: como os jogos são quase todos contra clubes grandes, não há como disputar um campeonato inteiro no limite. Voltando ao estadual, só há um problema grave no fato de o Botafogo ser campeão: nesse caso, o bravo Santa Cruz, do meu amigo Heitor Pontes, poderá reivindicar o título de campeão moral do Rio de Janeiro no ano de 2010.

2 comentários:

  1. Pior que o Campeonato Carioca só a história da Taça das Bolinhas.
    Mais um parágrafo na burocrática e demagógica métrica do futebol do Brasil.

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  2. Meu blogueiro preferido:
    O teu blog tá cada vez mais cada vez.
    Agora, por favor, não compare Calos Alberto do Flamengo de 1966 com Alarcon do América de 1955
    Isso queima o teu filme...

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