segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Pílulas do final de semana. 
O primeiro tempo de São Paulo e Palmeiras foi bastante amarrado, e o que houve de mais emocionante foi a expulsão de Luís Felipe Scolari. Muito barulho por nada. O São Paulo entrou com uma volantada danada e o Palmeiras deixou claro que, sem o Kléber em campo, a esperança fica por conta das bolas paradas do Marcos Assunção. Mas não dá pra querer que o cara faça gol de falta em todos os jogos. De qualquer modo, como Felipão transformou o Campeonato Brasileiro numa peneira, em que ele vai observar os jogadores para montar o elenco pro ano que vem, parece que o Palmeiras já se resignou a apenas cumprir tabela. Discordo do técnico e desconfio que Felipão vem jogando pra valorizar seu trabalho. Na minha opinião, o time não está a uma distância tão grande dos outros – vai dizer que o elenco do Botafogo é melhor que o do Palmeiras? – e poderia ter um pouco mais de ambição. Pena. Com a volta de Alex Silva, dando à defesa a segurança que sumira, e o talento de Lucas, que mais uma vez ganhou o jogo sozinho, o São Paulo pode crescer. Pra quem só pensa em Libertadores, e como esse ano existe a possibilidade de garantir a vaga chegando em sexto lugar, até dá. Mas sexto lugar pro São Paulo é muito pouco, não? 
A rodada deixou a impressão de que começa a acontecer com o Corinthians o mesmo que aconteceu com o São Paulo nas temporadas do tricampeonato, quando o tricolor seguia vencendo e os outros se comiam uns aos outos. Dos times que ocupam as seis primeiras colocações, só Corinthians e Inter ganharam. Santos empatou com Guarani, Fluminense empatou com Flamengo, Botafogo e Cruzeiro empataram entre si. Contra o Grêmio Prudente, o Corinthians só correu risco no comecinho da partida, numa bola cruzada que o centroavante Hugo cabeceou pra fora quase da pequena área. Mas foi o tipo do jogo que, mesmo se tivesse tomado o gol naquele momento, o Corinthians certamente viraria e chegaria à vitória. Elias e Paulinho jogaram muito. E apesar do time não ser espetacular, já que sequer é tão bom quanto o do primeiro semestre do ano passado, quem quiser ganhar do Corinthians vai ter que jogar muito também. 
O clássico carioca, estranhamente disputado no Engenhão – é muito estranho ver um Fla-Flu em outro estádio que não o Maracanã –, deixou claro que a principal diferença entre os dois times está no condicionamento físico. Mesmo muito desfalcado, tendo que correr atrás do placar em duas oportunidades e trocando apenas um jogador na partida inteira, o Fluminense acabou inteiro. Já o Flamengo, praticamente completo (só Juan não jogou), fez as três substituições possíveis e, ainda assim, acabou com pelo menos três jogadores com a língua lambendo o gramado: Léo Moura, Renato e Deivid. Este último, que fez seu primeiro gol com a camisa rubro-negra, merece um comentário à parte. Pode ser que eu me engane, e tomara que eu me engane, mas tá difícil acreditar que ele ainda vá ser o atacante que a torcida do Flamengo imaginou que ele seria. Pior que isso: que o Zico garantiu que ele seria. A falta de dinheiro reinante no futebol brasileiro tem provocado esse problema: nossos times vêm contratando jogadores pelo que eles já fizeram, e não pelo que eles estão fazendo. E o futebol é implacável: nele, o passado não conta. 
Existe alguma coisa mais esquisita do que a Libertadores? Existe: a Copa Sul-Americana. Na última quinta-feira, o time uruguaio do Defensor, que é muito do mais ou menos, derrotou o peruano Sport Huancayo por nove a zero.

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