quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Flamengo e Goiás fizeram um jogo de quem tá doido pra cair.
O Campeonato Brasileiro é feito de ciclos e momentos. Às vezes um clube vem mais ou menos, pega duas ou três rodadas favoráveis, ganha os jogos, ganha moral e embala. Às vezes acontece o contrário. Eu não tenho a menor dúvida de que, nesse momento, a pior equipe do Brasileirão é a do Flamengo. O time está dando uma sorte danada, porque os outros candidatos ao rebaixamento também não conseguem crescer na tabela. Só que não há time de futebol que consiga dar sorte no campeonato inteiro, e uma hora dessas o caldo vai entornar. Como o elenco do Flamengo está longe de ser o pior da competição, me parece que o fato do time ser o pior em campo deixa evidente uma crise de comando. E aí não tem remédio: troque-se o comandante. Ah, mas o time vai ter três técnicos no mesmo campeonato? Dane-se. Isso não é bom, mas paciência. O Corinthians teve três treinadores em 2005 e foi campeão. É necessária uma sacudidela das boas – que nem a de Joel Santana em 2007 – e é óbvio que, esta sacudidela, Silas não deu. 
Qualquer rubro-negro que tenha assistido ao jogo de ontem desde o início sabia que, em algum momento, a zaga ia entregar o ouro. Jean e David faziam bobagens, corriam riscos e se enrolavam nas jogadas mais simples. E como o Goiás não demonstrava a menor competência ofensiva, Jean foi lá e resolveu. Fazer gol contra acontece com qualquer um. Fazer gol contra daquele jeito acontece com zagueiro ruim, sem colocação, sem tempo de bola, sem visão de jogo. Aquele lance morreria tranquilamente nas mãos do Marcelo Lomba ou nos pés do Léo Moura, pois o Rafael Moura vinha bem mais atrás. Falar em Rafael Moura, pela segunda vez o Flamengo é salvo por uma expulsão adversária. Contra o Grêmio Prudente, o jogo mudou com o cartão vermelho do Adriano Pimenta; ontem, foi a vez do Rafael Moura. Entrar ou sair da zona do rebaixamento, agora, não faz muita diferença. A mídia cria uma onda gigantesca sobre o assunto e todo mundo embarca – até nós, que vivemos justamente da mídia. Nesse momento, o problema não é a posição em que o Flamengo começa ou termina a rodada. O problema é a bolinha ridícula que vem jogando e o lugar nenhum a que o time pode chegar. 
Ao lado de Léo Moura e Marcelo Lomba, Williams era um dos três únicos jogadores do Flamengo a fazer um bom Campeonato Brasileiro. Até que Mano Menezes acompanhou dois jogos do time e alguém inventou que Williams poderia ser convocado. Nunca mais jogou nada.

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