quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pílulas do final de semana, depois da ressaca do feriadão.
Todo mundo que gosta de futebol se pergunta, de vez em quando, o que leva alguém a escolher a posição de goleiro. No último programa "Central da Copa", realizado poucas horas após a decisão entre Espanha e Holanda, os participantes fizeram um rápido balanço e, obviamente, o inacreditável frango que o inglês Green papou no jogo contra os Estados Unidos foi eleito o maior da competição. O apresentador Tiago Leifert quis saber do convidado especial, Ronaldo Fenômeno, se ele tinha sentido pena do Green. Resposta: "não, eu nunca sinto pena de goleiro". Sábado, no Pacaembu, o Corinthians operou um massacre absoluto em cima do Goiás, com mais de trinta finalizações. Ou seja: uma finalização a cada três minutos. Neste Brasileirão, duvido que qualquer jogador tenha trabalhado tanto, numa única partida, como o goleiro Harley, que fez pelo menos meia dúzia de grandes defesas e ainda teve que buscar a bola cinco vezes no fundo das redes. Vida inglória. Outro que teve um árduo final de semana foi Deola, do Palmeiras. Até os dez minutos do segundo tempo, quando Marcos se machucou, o Cruzeiro chutara apenas uma vez ao gol, numa cobrança de falta do Montillo. Deola entrou em campo com seu time ganhando de dois a zero, levou três gols em que não teve culpa alguma, saiu de campo derrotado e praticamente sem tocar na bola. Mas foram eles que escolheram essa vida, não? 
Quem se irritou com o defensivismo de Dunga, e apostava em Felipão para a redenção da seleção brasileira, deve estar um tanto decepcionado com a escalação e o modo de jogar do Palmeiras. O lateral-esquerdo é Fabrício, um zagueiro de área pesadão e sem qualquer vocação ofensiva. O meio-campo tem quatro volantes: Pierre, Edinho, Marcos Assunção e Rivaldo. O meia Valdívia – completamente fora de forma – atua como falso atacante, o que acaba transformando Kléber numa espécie de Robinson Crusoé entre os defensores adversários. No jogo de domingo, quando o placar já estava dois a dois e Valdívia se arrastava em campo, Felipão tirou o meia chileno e pôs outro homem de meio-campo, o Tinga. Com a agravante de que o Palmeiras tinha quatro atacantes na reserva: Tadeu, Luan, Patrick e Ewerthon. Se nenhum deles podia ajudar num jogo como aquele, pra que levá-los pro banco? Ao contrário do que acontece com Corinthians, Internacional e Cruzeiro, bem armados já há algum tempo, o Palmeiras está sendo montado agora, e é sabido que um time deve ser ajeitado a partir da zaga. Até aí, ok. Mas me parece que está havendo um excesso de cautela combinado com uma total falta de confiança. 
Ao contrário do Felipão, e para surpresa de todos, quem tem apostado no futebol ofensivo é o folclórico Joel Santana. Não é difícil ver o Botafogo jogando bem e com três atacantes em campo – mais o Maicosuel, que é um meia que não marca ninguém –, mesmo quando o time está ganhando e contra adversários poderosos. Outro dia, aqui na agência, eu conversava com o corintiano Rodney e o palmeirense Kride sobre jogadores e técnicos que acabam ficando com uma imagem estereotipada, e aí podem fazer o que for que nada tira aquele carimbo de suas testas. Kride citou Obina, que está tão longe de ser um craque quanto de ser um mau jogador, eu concordei e emendei com Joel Santana. Se buscarmos o histórico do Joel, vamos ver que, quase sempre, o cara pega roubada. Alguém pode alegar: ah, mas vida de técnico é sempre assim. Não é não. Nesse Brasileirão mesmo, temos dois casos de vida mansa: Cuca, atual treinador do Cruzeiro, herdou um time certinho, armado por Adílson Batista. Este, por sua vez, pegou no Corinthians um conjunto afiadíssimo, montado por Mano Menezes. É claro que Cuca e Adílson vêm tendo muito mais facilidades do que Silas, no Flamengo, e Felipão, no Palmeiras. Em quase toda a sua trajetória, Joel Santana só tem sido chamado para salvar, remendar ou reparar os erros alheios. Times dilacerados, elencos pífios, atrasos de pagamento, riscos de degola. Tendo que arrumar a casa e levantar o moral da tropa, o cara chega e faz o óbvio: começa a se defender, e aí consolida a fama de retranqueiro. Mas não dá para imaginar outro jeito. Esse ano, por exemplo, Joel assumiu o comando do Botafogo após uma terrível goleada de seis a zero para o Vasco. Pouco tempo depois, exatamente aqueles mesmos jogadores beliscavam o título estadual. Não há como discutir o lado tosco e pitoresco da figura, mas por trás daquela pança indecente e daquela misteriosa prancheta, podem crer que há uma boa dose – e bota dose nisso – de competência. 
O São Paulo teve muita disposição e foi bem contra o Atlético Mineiro, mas a virada e a vitória devem ser lançadas na conta do meia Marcelinho. É rápido, se movimenta bastante, parte pra cima e não tem medo de arriscar as jogadas, como na meia-lua que deu num pequeno pedaço de campo e que iniciou o lance do terceiro gol. Sim, o lateral-esquerdo Eron revelou ingenuidade ao levar o drible e o volante Rafael Jataí, em vez de cortar, acabou ajeitando a bola pro Fernandão concluir, mas foi a ousadia do Marcelinho que criou toda a confusão e provocou os erros da zaga atleticana. Bom jogador. Ainda sobre São Paulo e Atlético Mineiro: não sei quanto a vocês, mas eu não consigo engolir esses pênaltis marcados nos cruzamentos em que todo mundo agarra todo mundo e ninguém é de ninguém. O suposto pênalti de Miranda em Obina foi assim. Já o de Casemiro em Serginho me pareceu pênalti, embora desnecessário e fruto de precipitação. Dagoberto é que continua o mesmo. Depois de cumprir um período de castigo, parecia desinteressado. Como a janela europeia fechou, não dá pra saber qual é a dele, já que é, sem dúvida, um bom atacante. 
Apesar do zero a zero, Flamengo e Santos fizeram um bom jogo no Maracanã. Ficou claro que, mesmo com as saídas de Robinho, André e Wesley, a contusão do Ganso e a suspensão do Neymar, o Santos está pronto. E que, mesmo com as entradas de Diogo e Deivid, o Flamengo ainda está em formação. O time fez um bom primeiro tempo, criando suas chances de gol pelo lado direito, com Léo Moura e Williams. Numa delas, Diogo completou para ótima defesa do Rafael; na outra, Deivid perdeu um gol que até o Val Baiano faria. Pelo menos o rubro-negro demonstrou mais força no ataque, o que sempre serve para equilibrar as partidas: quando o adversário percebe que não vai ser fustigado, parte pra cima sem dó nem piedade – como o Cruzeiro fez na quarta-feira passada – e não há defesa que aguente. No segundo tempo o Santos foi mais consciente e objetivo, mas o Flamengo mostrou que começa a se aproximar daquilo que se convencionou chamar de time de futebol. O problema é que dezembro está logo ali. 

3 comentários:

  1. Coloca ae que o time do filhodumaputa do muricy e do merda do uóxitou perdeu. Coloca ae que ele é um safado, sem vergonha e que o goleiro dele é um frangueiro, mascarado, que se joga igual a uma bicha em bola fácil só pra sair bonito na foto. Coloca ae que o filhodumaputa do muricy vai ser demitido e ficar sem emprego e sem seleção. Não vai nem pra libertadores esse maldito. E digo mais: prefiro o corinthians campeão do que esse filhodumaputa.

    ResponderExcluir
  2. Felipão tem moral no Palestra. Qualquer outro técnico já tinha caido. Não que eu queria que ele fique, pra mim o que importa é ver o Palmeiras ganhar.

    ResponderExcluir
  3. Lord Agostini permanece firme em sua violenta cruzada antimuricysta. Cada um com suas lutas. E o Nick pode se manter otimista: eu acredito que o Palmeiras vai se acertar e crescer, mas um pouquinho mais de ousadia do Felipão só ajudaria.
    Abraços aos dois.

    ResponderExcluir