Quatro notas sobre o final de semana.
Fluminense e Botafogo fizeram uma partida que explica por que o futebol é tão bacana. O Fluminense líder do campeonato, o Botafogo lá na rabeira; o Fluminense com as contratações mais caras do futebol carioca para o Brasileirão, o Botafogo com o mesmo time do título estadual; o Fluminense com o técnico que fora convidado para dirigir a seleção brasileira, o Botafogo com um técnico que a toda hora é vítima de chacotas. E não é que o Botafogo deu um calor no Fluminense? Foi melhor o jogo todo, Leandro Guerreiro anulou Conca, Somália correu uma barbaridade e dominou o meio-campo, e o time ainda encontrou forças para chegar ao empate e quase virar, depois de tomar um gol absurdo, numa cobrança de tiro de meta infeliz do bom goleiro Jéfferson. O Botafogo não desanimou, partiu pra cima, conseguiu empatar aos trinta do segundo tempo e, até o final, teve mais quatro grandes chances de gol, que terminaram com uma cabeçada de Antônio Carlos na trave e três ótimas defesas de Fernando Henrique em chutes de Leandro Guerreiro, Edno e Caio. Surpreendentemente, um jogaço.
Nesse final de semana, vi quatro expulsões bastante discutíveis: Daniel Carvalho e Neto Berola do Atlético Mineiro, Danny Morais e Somália do Botafogo. É preciso ter muito cuidado pra não voltarmos ao lamentável nível de arbitragens que tivemos no início do ano, durante os campeonatos estaduais.
Bonita e merecida a homenagem da torcida e dos jogadores do Corinthians ao Mano Menezes. Apesar de não ter atingido a principal meta do clube, não conseguindo realizar o antigo sonho de conquistar a Libertadores, Mano fez um trabalho muito bom. A gente precisa compreender que técnico de clube tem sempre certas limitações, pela necessidade de trabalhar com o que está disponível. Houve erros, como a indicação do Tcheco, que sempre foi mediano mas que chegou para a torcida corintiana vendido como craque. As indicações de Iarley e Danilo, pelo estranho critério da “experiência na Libertadores”. E o mais grave de todos, que foi a demora em reacertar o time depois da saída de André Santos, Cristian e Douglas – o que talvez tenha colaborado para a eliminação precoce na Libertadores. Mas o saldo é bastante positivo. Como escrevi no post da última sexta-feira, meu preferido era o Vanderlei Luxemburgo, um cara competente mas nebuloso, um técnico sem dúvida discutível. Meu segundo nome era o Mano, à frente do Muricy e também do Felipão. Acho que ele tem tudo pra fazer sucesso.
O treinador do Flamengo, Rogério Lourenço, disse que o resultado do jogo com o Inter foi injusto, e que o Flamengo merecia melhor sorte. Acho bobagem falar sobre justiça ou injustiça no futebol, mas como quem começou foi ele, vamos lá. Foi injusto sim, porque o Flamengo merecia perder de muito mais. Aliás, a torcida rubro-negra deveria torcer com todas as forças para que isso acontecesse o mais rápido possível – de preferência contra o Vasco, já no próximo domingo. O maior Flamengo de todos os tempos surgiu depois de uma goleada que o time levou do Grêmio, no Estádio Olímpico. O Flamengo atual está precisando levar outra chacoalhada daquelas, para que joguem uma bomba no time e comecem tudo de novo.
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