quinta-feira, 29 de julho de 2010

A Libertadores aproxima o nosso futebol do futebol americano.
Defendo a controvertida tese de que os torcedores brasileiros dão à Libertadores uma importância desproporcional, quase da mesma forma que a mídia tenta fazer com o torneio de futebol na Olimpíada. Não consigo me empolgar com esse sonho de faturar nossa primeira medalha de ouro no futebol olímpico, que me parece meio fabricado. Acho futebol na Olimpíada tão desimportante quanto esses mundiais subvinte ou subdezessete ou subqualquer coisa. A Libertadores não chega a tanto, é emocionante e envolvente, mas que deveríamos encarar como mais uma competição. Os clubes mexicanos, por exemplo, continuam privilegiando o seu campeonato nacional. Até mesmo os argentinos, com sua incontestável hegemonia no torneio, costumam enxergá-lo de forma mais natural, em vez de transformá-lo em questão de vida ou morte. Nessa edição da Libertadores, o Estudiantes mandou um time misto para a primeira partida das oitavas de final, contra o San Luís no México, porque tivera um compromisso importante pelo campeonato argentino no domingo anterior. Em vários jogos da Libertadores que vi esse ano, foi fácil perceber o que ontem ficou claramente confirmado: o regulamento, a mentalidade e o conceito da Libertadores transformam jogos de futebol em estranhos espetáculos de ataque contra defesa, mesmo quando os times se equivalem – o que é o caso de São Paulo e Internacional. Futebol requer equilíbrio. Claro que você tem que saber se defender, mas tem que atacar também, e para isso é importante contar com jogadores que façam a bola sair da defesa e chegar ao ataque. Muitos jogos da Libertadores se parecem com jogos de futebol americano, em que os times têm uma formação para atacar e outra para defender, as duas se revezando na mesma partida. E aí, ficamos assim: fora de casa, só defendemos; em casa, atacamos feito índios. Ontem, se o São Paulo tivesse entrado com Xandão e Renato Silva nos lugares de Fernandão e Dagoberto, não haveria qualquer diferença. E todo mundo acha que é isso mesmo, Libertadores pede esse tipo de comportamento, só ganha quem joga desse jeito. Pode ser. Mas o resultado é que, apesar da empolgação, da emoção, da tensão e do nervosismo, os jogos da Libertadores costumam ser tecnicamente pobres. A não ser pra quem é fã do futebol americano, o que definitivamente não é o caso desse blog.

2 comentários:

  1. a unica coisa que gosto da libertadores é o fato do corinthians nunca ter ganho. ass: marcelo henriques

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  2. Grande Henriques, saudade. De qualquer modo, pode se preparar, porque tudo indica que no ano que vem vocês estarão lá. (Pra quem não sabe, Henriques é santista dos bons).

    Abração.

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