Agora, deixa o homem trabalhar.
Gostei da primeira lista do Mano, apesar de não conhecer direito o lateral Rafael e o meia Éderson, de achar estranha a convocação do Jucilei e de ver uma certa precipitação em chamar o Renan, que é bom goleiro mas tem menos de dez jogos como titular do Avaí. De qualquer modo, tá valendo. Sobretudo por revelar uma renovação de espírito, um novo conceito. Agora é botar pra jogar e ver quem aguenta o tranco de verdade. É provável que alguns venham a sucumbir, mas faz parte: seleção brasileira é para poucos. Os quatro remanescentes da Era do Comprometimento não tiveram culpa de nada na última Copa. Tiago Silva sequer foi testado, Daniel Alves lutou feito um leão, Ramires entrou bem e teria se firmado, não fosse o cartão amarelo contra o Chile, e Robinho foi nosso melhor jogador na África do Sul. Todos têm crédito e todos sabem jogar bola, o que parece essencial nesses novos tempos. Também gostei dos trechos que vi da entrevista coletiva. Entendo que não é fácil aturar a mesmice e o despreparo da maioria dos nossos repórteres esportivos, mas fiquei com a impressão de que um dos grandes problemas do Dunga era sua pequenez intelectual. É bastante possível que, por não compreender direito as perguntas, Dunga já saísse espanando nas respostas, como se estivesse se defendendo das próprias limitações. Mano tirou todas de letra, sem arrogância e com um sorriso sereno nos lábios. Um bom começo.
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