segunda-feira, 2 de maio de 2011

São Paulo e Santos: no esperado confronto entre Jaime Agostini e Muricy Ramalho, deu Muricy.
Sexta-feira o Jaime me contava, pelo msn, a fórmula imbatível para o São Paulo derrotar o Santos. Era meio complicada. Carlinhos Paraíba perseguiria Paulo Henrique Ganso por todo o campo, não o deixando respirar. Rhodolfo, que acabou não jogando por contusão, anularia Neymar. Dagoberto e Marlos estariam bem abertos, para inibir os avanços dos laterais santistas. Ilsinho e Jean trocariam rapidamente de posição, enlouquecendo o sistema defensivo do peixe. Dagoberto entraria em velocidade da ponta para o meio. Etc. Depois de ler aquilo tudo, brinquei com esse lado PVC do conselheiro e só argumentei que, se aqueles dois demônios resolvessem jogar, nada disso adiantaria. Não deu outra. A gente fica com a impressão de que, no intervalo, Muricy virou para os dois e disse: vão lá e resolvam. Resolveram. 
Nos dias seguintes aos jogos do São Paulo, meu grande amigo Alê Santos – que além de ser excelente diretor de arte acumula a função não remunerada de diretor de TI do blog – sempre reclama da pontaria do time. Sábado não foi diferente. Jean, Juan, Casemiro, Carlinhos Paraíba, Ilsinho, Marlos, todos chutaram, e eu só lembro de duas defesas do goleiro Rafael, em duas conclusões do Dagoberto. O resto foi pros lados ou por cima, passou longe ou passou perto, mas dentro dos três paus mesmo, só aquelas duas. Apesar do São Paulo parecer melhor no primeiro tempo, quem via o jogo com neutralidade percebia que a diferença de qualidade entre um e outro poderia resolver o jogo pro lado santista. E logo depois do gol de Elano, quando Carpegiani pôs Fernandão e a torcida começou a pedir Rivaldo, ficou claro que a partida acabara. 
Aliás, nessa história da torcida eu discordo do Magalha, um dos mais constantes comentaristas aqui do blog. É claro que um estádio de futebol abriga um monte de gente que conhece bem o jogo, que entende o que está se passando e tal, mas a verdade é que a grande massa – aquela que canta, pula e faz coreografia – não percebe nada. Ou o cara passa os noventa minutos se sacudindo, ou ele presta atenção no campo. As duas coisas ao mesmo tempo, não dá. (Já escrevi sobre isso no ano passado, quando a torcida do Flamengo gritava em coro o nome do Petkovic em todos os jogos. Pet entrava em campo e se arrastava, mal tocava na bola, dava pena.) A torcida do São Paulo não sacou que o jogo de sábado não era adequado ao Rivaldo, e era melhor compreender de uma vez por todas que o Rivaldo que todos nós temos na lembrança não existe mais. E que, agora, os jogos adequados a ele são aqueles entre casados e solteiros, aqueles que são disputados nas manhãs de domingo e valem um engradado de Brahma.
Sei que corro o risco de perder um bom número de leitores, mas paciência, vou dizer: eu jamais vi um jogador igual ao Ganso. Pode ser que, desse último sábado em diante, ele nunca mais acerte um passe na vida, pode ser que não ganhe nada, que vire uma fraude completa, como já aconteceu diversas vezes no futebol. Mas o que o Ganso fez no primeiro semestre de dois mil e dez e vem fazendo esse ano, após a recuperação da lesão no joelho, isso eu jamais vi alguém fazer. Atenção: não estou dizendo que o Ganso seja o maior meio-campista da história do futebol brasileiro. Mas ele é diferente. Os dois melhores meias que vi por aqui foram Gérson e Rivellino. Gérson tinha uma visão de jogo inacreditável e uma impressionante capacidade de fazer lançamentos de longa distância, mas chegava na área bem menos que o Ganso, não tinha o domínio de bola e não driblava que nem o meia santista. Rivellino era um meia extremamente agressivo, que driblava e chutava uma enormidade, porém sem o sangue frio, o controle do jogo e a elegância que o Ganso tem. O lançamento para Léo, na jogada que terminou em boa defesa de Rogério Ceni. A clareada na lateral da área, a levantada de cabeça e o cruzamento na cabeça de Elano, no primeiro gol. O toque rigorosamente preciso para Neymar, a presença na área e a conclusão consciente no segundo. O lançamento perfeito para Neymar na inacreditável chance que o atacante perdeu, quando o jogo já estava dois a zero. Não há uma partida em que ele não faça quatro ou cinco jogadas que só ele faria, e tudo com uma simplicidade capaz de deixar qualquer um pensando que jogar bola é mole. Fora de série é isso aí.

19 comentários:

  1. Murta, no jogo de sábado, o Carpa foi pro jogo com o que tinha. Nesse caso, faltaram os destaques: Lucas e Rhodolfo (não dá pra comparar com o Xandão). E o Santos foi completo.

    E o Rivaldo tem entrado bem nos jogos, por incrível que pareça. Muito melhor um cara que faça jogadas do que um que mate as jogadas, o Marlos no caso. Podia ter entrado antes.

    Mas até agora me questiono o porquê do Fernandão. Parece uma coisa tipo "usa antes que vença o prazo".

    Nota: a torcida sãopaulina gritou o nome do Muricy no meio do jogo. Merecido.

    E esse time do Santos é candidato direto ao título do Brasileiro, afinal juntou a Besta com a Fera. Puta time e puta técnico, o rei dos pontos corridos.

    Já no de domingo, que não vi, reproduzo palavras do Paulo Asano: o Palmeiras jogou MUITA bola, mas perdeu.

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  2. Magalha finalista a contragosto2 de maio de 2011 às 07:46

    O Alê ta certo nao só com relação ao Sao Paulo mas no geral ta foda de ver jogador entrar na área e fechar o olho dando de bico..... nossasenhora..... num é possível o cara ganha pra isso é atacante e nao olha pra onde chuta..... ai vc vê o Ganso e o Neymar jogando e entende a diferença.... mais uma falha da SuperZaga do SP e o Neymar , assim como o Moraes, fica na cara do gol..... nessa o Rogerio teve competencia pq o cara olhou e deu no canto certo...... Aprende Moraes CARALHO!!!!!!
    O Rivaldo como ja disse antes era MKT puronão da mais pro cara..... no Paulistão contra os timinhos até vai mais no Brasileiro é só ajuda moral....
    Quando ao Palmeiras e Corinthians falo no Post certo mas vale ressaltar e o Palmeiras foi tão incopetente quanto o Corinthians mas qm viu o jogo pela Globo acha q foi roubado e q o Palmeiras jogou muito..... qm joga muito ganha facil dum time q jogou como o meu ontem.....

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  3. Achei mais prático postar tudo aqui no último post....

    Não consegui ver o jogo entre Santos e São Paulo, mas olha, consegui perceber o quanto o rádio é sensacionalista, a gente sempre sabe que é mas nesse sábado foi demais... eu estava indo jogar bola sabadão, e estava vendo um pouco do jogo antes de sair de casa, um jogo em que o Santo fez 2 ataques que pararam no filhodumaputa que eu odeio aquele goleirinho do SP, uma na trave e outra q ele defendeu, blz, ai chego no carro ligo o jogo na radio, e só ouço o São Paulo, e os comentaristas falando de um jeito que achei q era uma questão de tempo pro São Paulo golear, quando chego em casa e vejo um breve resumo vi q foram lances sem importância talvez um ou 2 defesas do goleiro, mas vi tbm em ppoucos lances a diferença q a dupla Neymar e Ganso fazem...

    Corinthians e Palmeiras foi uma vergonha, o Corinthians não jogou nada, é fato, muitos erros de passe, o Alessandro jogando menos do que já era esperado, Dentinho teve a bola nos pés por 36 segundos e saiu de campo achando ruim, a bola nem chegava no ataque... Agora o que me deixa puto mesmo é falar que o Sujeito Danilo não fez nada, carrinho absurdo coisa de quem tá desesperado, ai falam que foi roubado, o Liedson foi malandro, e só foi pq o Danilo foi burro de dar aquele carrinho, é o mesmo q cavar um penalti, o cara foi burro e não justifica querer culpar o juiz, o felipão foi outro que decepcionou, um técnico com a qualidade dele ser expulso por causa de gestos é ser muito amador, parece um moleque. Agora o que mais gostei foi ver o Valdívia se fuder por causa do tal chute no ar... quem fica falando muito faz pouco, isso é fato, e ele poderia ter sido um grande problema pra classificação do Corinthians, mas foi fazer graça seu fudeu e eu gostei....

    Quanto aos demais clássicos deu o q eu já esperava, mas não acompanhei nenhum deles...

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  4. Magalha em direito de resposta2 de maio de 2011 às 10:52

    Jorge concordo integralmente quando vc fala q ir no jogo e ficar no meio da torcida é uma puta cagada...... ai o jogo vale pela festa e espetaculo...... nunca fui em jogo no Rio... minha casa do futebol é o Pacaembu..... esse tipo de estadio pra mim é ideal pra ver jogo..... até pq o canto reservado pra pular e cantar e bem restrito e tanto pelo setor vermelho quanto pelo amarelo da pra ver muito bem o jogo...... e se vc qzr ainda da pra descer na Grade e ver o jogo de um angulo melhor ainda ..... ao bom e velho estilo de ver pelada em campo....... tenho um amigo corintiano q uns 4 ou 5 anos......num brasileirao q o time era ruim de doer....... de tanto manda o Tencnico Osvaldo de Oliveira tomar no cú via Grande do Pacaembu teve q aguentar um revide num jogo do Corinthians e Payssandu em q o Fred Rincon aos 47 do segundo decretou a suada e heroica vitoria do time por 2x1...... coisas q estadios Frios e chatos de ver jogo como o Morumbi nao proporcionam...... sei-la.....
    Derrepente não sou só um admirador de jogos em campos e sim do bom e velho Pacaembu.....

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  5. vamos lá: complicado era o caralho. complicado é chegar na cara do gol e mandar pro alto. isso o jean faz sempre. complicado é um jogador de futebol profissional ter a mesma força do chute de um infantil, como faz o marlos. isso é complicado. o santos não queria ganhar. não tava nem aí pro jogo. ai vira 0x0, depois do adversário perder 30.000 gols e um olha pra cara do outro e fala: "ah, agora vamos jogar, vai." deu no q deu. complicado é tirar um volante e tomar o segundo gol como se fosse final de jogo de velho em society. estádio de futebol abriga muita gente q entende de jogo, qdo tem 3.000 pessoas, qdo é jogo ruim. em jogo assim só tem idiota. é filhodumaputa levando filho pra ficar gritando "rogério" em qqer lance, é arrombado com a namorada vestida q nem uma puta e q quer ir mijar no meio do jogo e o corno tem q ir junto pra nao sentarem a mão no rabo dela, é o desgraçado q vai pra acompanhar o cunhado... aí grita rivaldo, grita o nome do filhodumaputa no intervalo. queria ver se o time fosse pra final se o maldito ia no pacaembu. se vai em jogo com chuva. mas foda-se isso tb. o técnico cagou na escalação do banco. já viu isso, errar nos reservas? fernandão não tem condição nem de banco. e quem treina, ou não treina, o time pra chutar no gol é ele tb. não dá pra culpar só o técnico pelos gols perdidos, mas olhando desse jeito ele tb tem culpa. agora é ir pra copa do brasil, torcer pro luis fabiano jogar e pau no cu do muricy.

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  6. Magalha ainda finalista a contragosto2 de maio de 2011 às 13:55

    Concordo com o Jaime..... se o jogo fosse no Pacaembu e o Chico Braga fosse São Paulino queria ver o Pardal colocar o Fernandão em campo kkkkkk

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  7. Jaime, vendo o mar se abrir,2 de maio de 2011 às 14:04

    outra coisaaaaaaa. estava me esquecendo do milagre q li. o ganso? e o zico? opa! a tá, então reconheceu q ele não é tão grande coisa assim. se vc, ziconático, fala q nunca viu um jogador como o ganso, é sinal q pensa o mesmo q eu. zico foi bom sim, mas tem muiiiita gente na frente dele nessa lista de gênios, craques e mitos do futebol. e pelo visto ele acabou de cair uma posição na sua lista, né?

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  8. Jaime, cobrando de novo,2 de maio de 2011 às 14:05

    KD O BLOG BOTECO, PORRA?

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  9. Parabéns pelo aniversário e pela rapidez na postagem do bolg. Abs

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  10. Murta, estava reticente em meter a colher no assunto "Zico", mas como o Jaime provocou tenho que escrever. Como bom corinthiano, sei que posso levar pedradas por isso, acho que o Sócrates sim era gênio, não fazia gols como o Zico, mas jogava com uma classe impressionante, cabeça erguida, passes espetaculares. Na década de 80, ainda garoto, ficava pensando, quem é melhor? Falcão, Sócrates ou Zico. Era do tempo em que diziam que o Zico só jogava bem no Maracanã. Eis que um dia o Flamengo vem jogar com o São Paulo no Morumbi e ganha por 4 x 3 com um show do Zico, tive que reconhecer que o cara jogava muito. Até hoje fico na dúvida entre os 03, mas o coração corinthiano ainda diz que o Sócrates era gênio.
    Abraços

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  11. Daniel:

    Não quero ser injusto, mas o Rhodolfo é destaque?
    Quanto ao Lucas, concordo plenamente, embora, no tal msn da sexta-feira, o Jaime tenha dito que ele não ia fazer falta nenhuma, que havia se escondido contra o Santa Cruz etc. Pois eu acho que ele fez uma falta danada.
    Não tenho acompanhado o São Paulo com tanta frequência pra falar do Rivaldo, mas continuo achando que não é o caso. Pode até entrar aí num jogo ou outro da Copa do Brasil, ajudar e tal, mas já deu.
    O Marlos é um jogador muito especial: todo lance de que ele participa é um perigo, mas nenhum lance de que ele participa acaba bem. É um dom. Talvez um técnico paciente e exigente, como era o Telê, por exemplo, conseguisse transformá-lo num cara mais produtivo.

    Abraço.

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  12. Magalha (1):

    Tá certo sim. A gente pode dizer que o Palmeiras foi valente, que se superou, que honrou a camisa, mas jogar muito é outra coisa. Jogar muito foi o que fizeram Ganso e Neymar no segundo tempo da partida de sábado. Mas olha: não reclama do jogo não. Perto de Flamengo e Vasco, Corinthians e Palmeiras foi o jogo do século.

    Abraço.

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  13. Laerte:

    O chute no vento do Valdívia foi, pelo menos até agora, a jogada do ano. Esperteza quando é muita, vira bicho e come o dono. Já conhecia esse ditado? Pois é. O Valdívia também não.

    Abraço.

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  14. Magalha (2):

    Todo mundo fala que o Pacaembu é muito bacana e ver o jogo no estádio é outra experiência, claro. Eu mesmo já fui um rato de Maracanã, tava lá quase toda quarta e domingo – naqueles tempos o menguinho só ganhava e dava show, né? O que eu não concordo é com a radicalização: só entende quem vai ao estádio e acompanha o time. Nem sempre. Ou, mais ou menos como disse o Jaime no comentário dele, quase nunca.

    Outro abraço.

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  15. Jaime (1):

    Magnífico! Soberbo! Irretocável! Mas que a fórmula era complicada, isso era.

    Abraço.

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  16. Jaime (2):

    Quando falei do Ganso, só o comparei com jogadores de meio-campo. Pensei até em fazer uma lista deles, mas achei que ia ficar chato. Como o assunto voltou, agora vai: Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Falcão (um volante que também jogava de armador), Carpegiani (um armador que também jogava de volante), Cerezo, Pita etc. Zico jogava na posição que chamávamos, estranhamente, de ponta de lança. Ponta de lança deveria ser o cara mais avançado do time, mas esse sempre foi o centroavante. Maradona, Tostão, Zico, Sócrates, Leivinha, esses caras voltavam pra buscar jogo, lançavam, sabiam armar, mas não eram exatamente jogadores de meio-campo. Me expliquei?

    Outro abraço.

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  17. Luiz Eduardo:

    Opinião absolutamente respeitável. Como disse lá naquela abençoada discussão com o Jaime – que serviu para aumentar bastante o número de leitores do blog - não há problema algum em se achar o Falcão ou o Sócrates melhor que o Zico. Aí entra muito, inclusive, a questão do gosto de cada um. (Cheguei a dar o exemplo do Gérson e do Rivellino: Gérson era mais jogador, mas eu preferia ver o Rivellino.)
    O que não dá é pra dizer que o Zico era enganador, que só jogava no Maracanã (eu também me lembro desses quatro a três em cima do São Paulo, no Morumbi), aí é paixonite dispensável.

    Abraço.

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  18. Magalha em treplica3 de maio de 2011 às 13:52

    Murta proximo jogo no Paca vou chamar vc...... vamos la eu vc o Gabriel e o Chico Personagem Braga...... concordo contigo... nem so de estadio vive uma opinião mas tb num dapra achar q o jogo q a TV mostra com aqueles bostas comentando a pura verdade......

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  19. um time que chega na cara do gol 3 vezes no primeiro tempo e não mata o jogo é sinal que não sentiu a falta do lucas. as chances foram criadas.

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