segunda-feira, 23 de maio de 2011

Não há campeonato que se compare ao Brasileirão.
Ontem à tarde, antes do almoço, eu e minha mulher bebericávamos caipivodkas de abacaxi, quando Valéria me perguntou que jogo teríamos. Respondi que eram vários: Grêmio e Corinthians, Palmeiras e Botafogo, Fluminense e São Paulo. Ela, que não é muito de futebol, comentou: puxa, só jogão. E eu emendei observando que, mesmo com nossos gramados horrorosos, nossas arbitragens lamentáveis e nossos times que se desmancham no meio da competição, não há, no mundo inteiro, campeonato tão equilibrado e imprevisível quanto o brasileiro. No Campeonato Espanhol do ano passado, a diferença entre o campeão Barcelona e o terceiro colocado (Valencia) foi de vinte e oito pontos. Esse ano, a diferença entre o bicampeão Barcelona e o terceiro colocado (Valencia, de novo) foi de vinte e cinco pontos. Ou seja: para o Barcelona ser campeão espanhol, basta ganhar do Real Madrid. E vice-versa. Nada muito diferente do que estamos acostumados a ver nos campeonatos estaduais de Minas Gerais e do Rio Grande do Sul. Na Itália e na Inglaterra há no máximo quatro candidatos ao título, em Portugal há três e na Alemanha só existe o Bayern de Munique. Campeonato alemão vencido pelo pelo Borussia Dortmund, como aconteceu esse ano, é zebra total. Pelo menos em tese, o Brasileirão começa com doze equipes a ser consideradas – os doze grandes clubes do nosso futebol. Corinthians, Palmeiras, Santos, São Paulo, Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco, Atlético Mineiro, Cruzeiro, Grêmio e Internacional, nove deles com mais de um título no currículo. Agora em 2011, me parece claro que, aos times do Palmeiras, Botafogo, Vasco e Atlético Mineiro, falta muita coisa pra brigar pelo caneco. Mas não há como prever nada, se até os clubes com os conjuntos mais afinados e os elencos mais fortes continuam se mexendo. O Santos quer Borges, vai perder Zé Eduardo e ninguém sabe o que será feito do Ganso. O Inter quer Jorge Henrique e deve ficar sem Andrezinho – chegada e saída que, de resto, não representam grandes coisas –, mas esses movimentos significam que os times não se julgam prontos. Por outro lado, vale lembrar que, em 2009, até a segunda rodada do segundo turno o Flamengo era um verdadeiro saco de pancadas. O rubro-negro só se equilibrou na vigésima-segunda rodada, quando Álvaro e Maldonado entraram e arrumaram as coisas lá atrás, e dali partiu para o título. Olhando hoje os times do Flamengo, do Corinthians, do São Paulo e do Grêmio, por exemplo, fica difícil apostar em algum deles. De repente chegam dois caras mais ou menos, resolvem um problema crônico, o time encontra o jeito de jogar e pronto: pinta o campeão. 
Sábado, na próspera cidade de Macaé, Ronaldinho fez sua melhor apresentação desde que chegou ao Flamengo. Tá certo que o Avaí estava com um time remendado, mas o time remendado do Avaí não é pior do que o Bangu ou o Cabofriense completos, e nem contra esses Ronaldinho tinha feito grandes coisas. Na partida de sábado ele começou a jogada do primeiro e do terceiro gols, fez o segundo e construiu, numa tabelinha curta com Diego Maurício, o lance do quarto. Jogou mais simples, ficou mais fácil. Entretanto, os defeitos do Flamengo continuaram todos lá, e se o clube permanecer com essa fixação no quarto-zagueiro Juan e no atacante Vágner Love, sem abrir a cabeça para outras possíveis soluções, vai ser difícil montar um time competitivo. 
No jogo entre Grêmio e Corinthians, o melhor em campo foi o juiz Nielson Nogueira Dias. Ao inventar dois pênaltis, um pra cada lado e um atrás do outro, ele conseguiu animar uma partida que estava chata toda vida, sem uma jogada sequer de gol. Depois dos pênaltis, melhorou. O Grêmio mostrou, pela terceira ou quarta partida consecutiva, uma instabilidade incompreensível – e é aí que eu digo ao meu amigo Beto Callage que falta uma orientação mais efetiva do treinador. E o Corinthians deixou claro que tem muito o que fazer para brigar pelo título. O meia Alex e o atacante Emerson são dois bons reforços e podem ajudar bastante, mas acho que ainda vai faltar coisa ali. Vamos aguardar as contratações do Ganso, do Seedorf, do Kaká, do Piqué, do Xavi e do Iniesta. 
Acabou o tabu. Pra terminar de vez com as injúrias, as calúnias e as difamações, ontem vi São Paulo e Fluminense do início ao fim. O São Paulo foi escalado pra jogar feio e ganhou com dois gols muito bonitos. Não entendi por que entrar com um meio-campo repleto de cabeças-de-área e o Ilsinho no banco. Talvez Carpegiani estivesse preocupado com a força e a qualidade do ataque adversário, formado por Rafael Moura e Rodriguinho. Depois, entendi. Wellington colou em Conca, o argentino nada fez – o que vem se repetindo desde que ele voltou da operação no joelho –, Casemiro jogou solto e tudo deu certo. Jaime tem razão quando diz que a gente só conhece um jogador quando ele atua pelo nosso time, mas ainda acho que a torcida do São Paulo implica demais e injustamente com o Dagoberto. Eu bem que gostaria de poder xingá-lo com a camisa do Flamengo. Para encerrar por hoje: ver o Deco tentando correr atrás do Lucas no lance do segundo gol serviu pra duas coisas. Primeira: a gente sentir pena. Segunda: a torcida do São Paulo compreender por que não dá pro Rivaldo ser titular. Como diria Fred Zero Quatro, do Mundo Livre S/A: a ôia é pesada. 
Pra ninguém esquecer: nesta quarta, 25 de maio, a partir das oito da noite, blog-boteco no Da Quina. Av. Lavandisca, 185, Moema.

5 comentários:

  1. botafogo, fluminense e atlético mineiro não são times grandes. tá. vc vai falar q um deles é o "atual campeão brasileiro", mas a gente já falou sobre a maneira q esse título foi conquistado. e outra, no futebol o pior pode ganhar. dá uma olhada no xilique q o dagoberto tava armando no gol do lucas qdo ele chutou no gol. depois vê oq ele fez qdo o lucas chutou no gol, depois de deixar o zagueiro do fluminense de bunda no chão. só não foi gol pq o goleiro defendeu. um lance antes, o lucas tava livre no meio da área e o dagoberto preferiu bater em diagonal. tb só não foi gol pq o goleiro defendeu, mas se fosse ao contrário ele ia dar um xilique daqueles. ganhamos. o time foi bem, mas jogou contra um time pequeno e não fez mais q obrigação, mesmo jogando com 10 volantes. gol dos dois caras q sumiram contra o avaí. isso é outro motivo pela má vontade q tenho com o dagoberto. o lucas tem crédito ainda pela pouca idade, mas isso não justifica. tem q ser assim sempre. se em crise já ganhamos assim, imagina qdo mandar o carpegiani e o rivaldo pra rua? é hepta. fui uma merda no cartola, mesmo apostando no toró e ele marcando gol. quarta tô lá.

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  2. Murta, infelizmente não consegui assistir os jogos que gostaria neste fim de semana. Quando recebi a escala e vi que faria Atlético/MG x Atlético/PR, Santos x Inter e América x Bahia, logo pensei...será muito ruim. Ruim mesmo foi assistir o jogo do Inter, não digo jogo do Santos, pois, com o time que entrou em campo não tinha a mínima obrigação de ganhar e muito menos jogar bem. O jogo foi péssimo e pelo que vi o Inter precisa melhorar muito. Tive uma agradável surpresa com o Atlético/MG. Tem um garoto, Giovanni Augusto, jogou o fino da bola. O time jogou certinho, apresentou um futebol agradável e o eterno Magno Alves fez 02 gols no time do interminável Paulo Baier. O Atlético/PR precisa melhorar muito e para piorar o técnico dos caras é o Adilson Batista. Por fim América x Bahia foi até interessante. O América com Fabio Junior e Irênio, pensei que já tivesse encerrado a carreira, e o Bahia com meio time do Corinthians, Boquita, Lulinha, Souza...aliás o Souza, como perde gols o infeliz. Assisti o primeiro tempo do Corinthians e continuo preocupado, mas confesso, não esperava que ganhasse do Grêmio em Porto Alegre.
    Embora tenhamos o Tite como técnico a vitória e a chegada de alguns reforços, conseguiram diminuir algumas rugas na minha testa. Quem sabe né Murta, dá para beliscar alguma coisa.
    Abraços.

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  3. bom comecou ontem o q se pode falar "a reta final da pre-temporada" os times ja firam as merdas q contrataram agora correrm pra aproveitar a janela em AGOSTO e ai sim ter o time ideal pra ou lutar pleo titulo ou lutar pra nao cair..... pra isso vao depender do resto q vem da Europa, jogadores sem forma ou Bichados ( nenhuma referencia aos Sao Paulinos, apesar do L. Fabiano esta Bichado)....... o Tite ganhou no unico lugar q sabe ganhar no Sul...... q fique por la e arrume um emprego no Caxias nou no Cruzeiro da PutaQPariu......
    Acho q esse campeonato teria tudo pra ser bom se fosse serio e com times realmente fortes lutando pelo titulo......

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  4. Jaime:
    Não lembro quando foi, mas o Thomas já trouxe essa questão aqui pro blog: seria mesmo o Atlético Mineiro um time grande? Eu acho que sim. Não dá pra gente ter um critério muito preciso para avaliar isso. História do clube, serviços que prestou ao nosso futebol, jogadores que revelou, jogadores que cedeu pra seleção, títulos conquistados etc. Também reconheço que, com o tempo, um time que era grande pode deixar de ser. Me parece que a Portuguesa de Desportos já foi um time de médio pra grande. Ou o América lá no Rio. E hoje os dois estão nessa lama que a gente vê aí. Claro que isso pode acontecer com qualquer um, mas não creio que já tenha acontecido com nenhum dos doze. Agora, ao dizer que o Botafogo não é grande, você tá querendo briga com nosso querido amigo Jorginho Gomes. Tomara que ele não leia o blog. Também já disse que não concordo com essa choradeira sobre o título do Flu no ano passado. Quando o Corinthians foi campeão brasileiro em 2005, houve aquela confusão toda dos jogos anulados. Quando o São Paulo foi campeão da Libertadores em 2005, o clube se mexeu nos bastidores para impedir que o Atlético Paranaense fizesse o primeiro jogo da final na Arena da Baixada – a partida acabou sendo em Porto Alegre. Todo título tem sempre um rolo desses, uma discussão sobre entregadas ou não, sobre um erro decisivo de arbitragem. Ganhou, ganhou e tá acabado. Vamos deixar a choradeira para o Cuca e o Diguinho, ou para quarta-feira, lá no blog-boteco. Falei pra você pular fora dessa história de cartola. Só serve pra derrubar a gente.

    Luiz Eduardo:
    Concordo. Depois da atuação risível do Fluminense, o Internacional foi a maior decepção da rodada. Eu vi o jogo e nem tive paciência de comentar. O Santos não entrou com time misto: entrou com time reserva, de cabo a rabo, inclusive o goleiro, e o Inter com aquele joguinho morno, chocho, frio. É isso que eu digo: aí chega no final do campeonato, vai reclamar que o juiz roubou, que o clube tal entregou etc. Ganha os jogos que tem que ganhar, soma os pontos que tem que somar e não enche o saco. Eu não tenho percebido no Corinthians aquela vibração que a gente via na época do Christian, do Douglas, do André Santos. Não falo de qualidade: falo de vontade. O time tá meio desligadão, e parece só acender quando encara os clássicos regionais. Se isso for resolvido, com mais dois reforços dá pra brigar sim. Mas vamos parar com esses devaneios de Seedorf, Ganso e botar os pés no chão. Não precisa de muita coisa não, mas precisa.

    Magalha, já na terra:
    Infelizmente, é isso mesmo. É a fase final da pré-temporada, porque a temporada de verdade só começa depois da janela. E o melhor exemplo disso é, como escrevi, o título do Flamengo em 2009, conseguido a partir da terceira rodada do segundo turno. De qualquer forma, não dá pra ficar desperdiçando pontos agora. O Inter fez isso em 2009, quando acordou era tarde. O Cruzeiro idem em 2010.

    Abraços pros três e até quarta, ao vivo e a cores.

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  5. opa, opa, opa... em 2005 o estádio do atlético paranaense, time pequeno q é, não tinha capacidade para receber um jogo de final de libertadores. não precisou mexer na nos bastidores. não cabe, não joga. simples. e outra time q toma 4 em final de libertadores é uma bosta e não tem nem oq chorar.

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