segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Passeio pela rodada.
Entre as qualidades e os defeitos do grande treinador Telê Santana, sempre se destacaram o gosto pelo futebol bem jogado e a ranzinzice. Neste último quesito, ficou célebre a bronca que ele deu no Zetti, no dia em que o goleiro quis sair jogando com os pés, errou e a bola foi parar dentro da rede são-paulina. No auge do siricotico, Telê olhava fixo nos olhos de Zetti e esbravejava: “Todo goleiro pensa que sabe jogar bola. Nenhum sabe. E você não é exceção.” Acho Victor o melhor goleiro do Brasil, mas ao acreditar que sabe jogar bola ele entregou o ouro e tirou o Grêmio do jogo de sábado contra o Flamengo. Foi mais uma partida truncada, como a maioria delas no Campeonato Brasileiro e, talvez não seja exagero dizer, no futebol moderno. Um monte de volantes marcando firme no meio-campo, pouca gente talentosa pra criar, muitas dificuldades na saída de bola e duas ou três chances pra cada lado. Ronaldinho e Thiago Neves foram muito precisos no primeiro gol, Ronaldinho foi esperto no segundo, e pronto. Jogo definido. O Grêmio continua o mesmo. Até a gauchinha Mariela, linda netinha do meu compadre Beto Callage, sabe que o time tem sérios problemas de armação. Aí eles vão e contratam o Gilberto Silva. No jogo de sábado, quando o Grêmio já perdia, o técnico Julinho Camargo substituiu o único cara que tentava armar alguma coisa, e manteve em campo seu intocável trio de volantes. Não sei se Escudero pediu pra sair – como já disse aqui, assisto aos jogos do Flamengo sem áudio, porque não aturo mais de dez minutos das bobagens que narradores e comentaristas falam –, mas se ele não pediu, não deu pra entender. E se na quarta-feira o Flamengo deu o azar de ser o primeiro clube a enfrentar o Santos completo, sábado teve a sorte de pegar o Grêmio todo desfalcado. É verdade que o único titular ausente foi o Douglas, mas ali ele é meio time. 
Palmeiras e Atlético Mineiro correram muito, lutaram à beça, suaram a camisa e erraram demais. Aliás, embora distantes um do outro na tabela, são dois times que costumam errar muito mais que acertar. Fui ao Pacaembu ver Palmeiras e Flamengo, e achei estranho tanto o jeito do verdão atuar quanto o comportamento da torcida. Em vez de jogar o jogo, o Palmeiras fica o tempo inteiro em busca de bolas paradas. Isso é tudo. E quando o juiz marca qualquer falta depois da linha do meio-campo, a torcida vai ao delírio. Tá certo que o Marcos Assunção bate muitíssimo bem na bola, mas aquilo lá já é insanidade. Se fosse uma disputa só de bolas paradas, tipo aqueles torneios de enterradas da NBA, o Palmeiras era fortíssimo candidato ao título. Como não é, tudo aponta para mais um ano de seca. 
Se tem um time que pode encarar o Palmeiras de Marcos Assunção numa imaginária competição de bolas paradas, esse time é o Vasco de Juninho Pernambucano. Ontem, no primeiro tempo, o Vasco nada fez além de cavar faltas pro Juninho bater com aquele mezzo chute–mezzo cruzamento. Como isso quase sempre é pouco, o São Paulo mandou no jogo e deu trabalho ao bom goleiro Fernando Prass. Mas depois do intervalo, com a saída do Juninho e a entrada do Felipe, o Vasco pôs a bola no chão, passou a jogar e o São Paulo só concluiu uma vez ao gol. Foi a melhor partida que eu vi do Diego Souza com a camisa do Vasco, Dedé jogou uma barbaridade e o gol de Felipe deixou clara a diferença entre classe e boa vontade. Pouco antes, o zagueiro são-paulino Luiz Eduardo caiu com a bola de forma constrangedora, quando subia sozinho pelo meio do campo. Logo depois, numa rápida e linda jogada pela esquerda, com Diego Souza e – quem diria – Jumar, Felipe fez um gol de muita categoria. Boa vontade é sempre bem-vinda, mas o futebol fica mais legal quando existe algo além disso.
Outro dia eu conversava aqui na agência com o Serginho, corintiano clássico e roxo, sobre o maior perigo para o Corinthians na sequência do campeonato: começarem a achar que o time é extraordinário e imbatível, quando na verdade o time é bom e aplicado. Isso vale para a torcida, para a mídia e, principalmente, para o próprio time. Se os caras lá dentro de campo se mantiverem distantes do oba-oba, beleza, mas o problema é que, quando torcedores e imprensa entram nessa, quase sempre o time embarca. Escrevi aí em cima que assisto às partidas do Flamengo sem áudio, pra não me irritar, mas nos outros jogos gosto de escutar o festival de tolices, pra me divertir. Quem ouvisse os comentários do Caio no primeiro tempo do jogo de ontem poderia pensar que o time em campo era o atual Barcelona ou a seleção brasileira de setenta, com demorados e rasgados elogios ao Jorge Henrique (!), ao Danilo (!!) e até ao Tite (!!!). Mas como futebol é danado e o Brasileirão é osso, aí acaba o jogo, o time perde para o lanterna do campeonato e o cara não tem o que fazer, a não ser enfiar o dedo e rasgar.

4 comentários:

  1. me fala uma coisa: qual foi o grande jogo que vc viu desse merda desse lucas? me fala? quem foi o animal que viu ele desiquilibrar um jogo, sem ser contra o mirassol, pra chamar ele pra sorteio de copa? qual jogo contra time grande ou decisisvo q ele não ficou escondido atrás do zagueiro, aceitando a marcação? vai toma no cu esse moleque do caralho. vem aí um novo kaká. mais um escoteiro vindo de cotia. por falar em escoteiro, vcs viram a cara do lucas piazon? pqp... e o filhodumaputa do dagoberto? safado, sem vergonha, jogador se comprometimento. o rivaldo. o carpgiani foi um burro de não colocar pra jogar. se deixasse, rapidinho a torcida ia pedir pra tirar e ele evitava tanto desgaste. o resto não tem como exigir. xandão, carlinhos paraíba, fernandinho, marlos, jean e juan são ruins. mas já vi time ser campeão com jogador ruim. com jogador safado e pipoqueiro, não. tem que abrir a porta do ct e deixar a torcida chutar o carro dos caras de novo. até quando vão ficar jogando assim e derrubando técnico? ninguém serve pra eles?

    ResponderExcluir
  2. Aquela do Vitor me lembrou o Danrlei, o pior goleiro com a bola nos pés que já vi na vida. Cada vez que atrasavam uma bola para o Danrlei eu ja esperava alguma trapalhada. Pobre da Lalá, nasceu
    num tempo em que o time do coração do seu pai e do seu avô está uma farrapo, sem esquema, sem técnico, sem talentos, nem a velha garra tricolor, nada. Esse Grêmio eu não reconheço. Volta Felipão ! A direção do Grêmio deveria dar a ele uma parte do estádio, um bônus estratosférico, um percentual das rendas vitalício...é o único que poderia fazer do Grêmio novamente um time vitorioso, jogando futebol com alma.

    ResponderExcluir
  3. Magalha revoltado com o Salto Alto1 de agosto de 2011 às 14:53

    Bom o Jame ja disse tudo q eu tb acho do time dele..... algora sobre o meu nao e tao diferente...... Ja falei aqui q acho fudido o Liedson o cara ta cheio da grana selecao de Portugal tem mais 2 ou 3 anos de futebol e memso assim o cara divide todas da de bico num ta nem ai. ai vem esse filho da puta do Emerson chielinho de merda e qr dar todas de chapa...... onde ja se viu jogador marmanjo amarelar em bola cara cara com goleiro..... tem q apahar no vestiario...... alias o Morais putaquepariu o Moraes entrou pra fuder o time........ Tite fz merda. mudeou errado e depois ficou consertando a merda...... ai ja tv 3x1 a sorte é q o Jorge Henrique é Volante e deu de bico pra nao ficar tao feio......

    ResponderExcluir
  4. O pessoal tá brabo, e todos têm razão.

    Jaime,
    Preciso concordar com você - e com o Magalha, que vive buzinando a mesma coisa em meus ouvidos. Eu vi o Lucas comer a bola, de verdade, na seleção subvinte. Claro, fez um gol esperto contra o Coritiba, outro aqui, outro mais ali, mas o cara não tá estourando como parecia que ia acontecer. Eu continuo acreditando que dali ainda vai sair coisa boa, mas que tá estranho, isso tá. Outra coisa que não dá pra discordar: time campeão pode ter jogador ruim mesmo, até em Copa do Mundo. A Itália de 2006 tinha Luca Toni, um centroavante de fazer rir. Mas tem que correr e mostrar vontade, isso é o mínimo.

    Beto,
    É chato e surpreendente ver o Grêmio destroçado desse jeito. O post de hoje no blog do Vitor Birner fala dos times em condições de disputar o título ou chegar à Libertadores, e dos doze grandes clubes brasileiros os únicos sequer citados são o Grêmio e o Atlético Mineiro. Esse seu comentário segue mais ou menos a linha da reclamação do Jaime: o cara pode não ser craque, o time pode não ser grandes coisas, mas é inadmissível que falte disposição. Aí não é Grêmio.

    Magalha,
    Você tá certíssimo em sua bronca, mas eu tenho a impressão que o Tite tá escalando mal o ataque. O Emerson é mais um segundo atacante, desses de cair pelas pontas, de abrir espaço, de voltar para participar das jogadas um pouco mais atrás. Não sei se o Willian faria bem esse papel de centroavante, mas não é exatamente a do Emerson. O que, claro, não justifica perder gols como ele perdeu.

    Abraços nos três.

    ResponderExcluir