segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

O bola murcha da semana atende pelo nome de Muricy Ramalho.
Parece que existem certos conflitos entre dois textos que regulamentam a profissão de técnico de futebol, e eu acho que um bom começo para acabar com o problema seria exigir dos nossos treinadores o diploma de inventor. No meio da semana, na estreia do Santos na Libertadores, Adílson Batista beirou a irresponsabilidade ao escalar Neymar completamente exausto. E fez uma tremenda bobagem ao optar por Diogo para completar o ataque, já que Neymar e Diogo só foram apresentados um ao outro lá em San Cristóbal. O sonolento zero a zero não foi obra do acaso. Nos jogos do Flamengo pelo primeiro turno do Campeonato Carioca, o professor Luxemburgo deu seguidas aulas de escolhas equivocadas – e algumas delas estão no parágrafo abaixo. Técnico inventor é pleonasmo, técnico teimoso também. Mas o troféu da semana vai, fácil, para Muricy Ramalho. Sábado o Fluminense pegou o Boavista pela semifinal do primeiro turno. Marquinhos foi escalado no meio-campo e Souza ficou no banco. Entrevistado antes da partida, Marquinhos disse que com ele o time ficava mais forte na marcação, já que o Souza é mais ofensivo. Em português claro, o time entrava – contra o Boavista! – com redobrados cuidados defensivos. Mas Muricy se superou. Embora bastante parelho, o primeiro tempo terminou dois a um pro Fluminense, e quando Fred sentiu sua famosa panturrilha de vidro, Muricy decidiu substituí-lo por Souza, mesmo tendo Rodriguinho no banco. Moral da história: sem ser atacado, o poderoso Boavista partiu pra cima no início do segundo tempo, fez o gol de empate e o Fluminense só conseguiu voltar pro jogo quando Rodriguinho entrou no lugar de Marquinhos, reequilibrando o time. Era tarde. A partida foi para os pênaltis e o Boavista foi para a final do primeiro turno. A bola pune. 
A passagem do Flamengo pra decisão do primeiro turno não esconde que Vanderlei Luxemburgo ainda não conseguiu armar o time. Pelo contrário: tem contribuído com algumas invenções que cairiam bem no parágrafo acima, e delas não abre mão nem por decreto. Primeira: apesar do elenco não oferecer nenhuma opção boa pra lateral esquerda, Egídio continua sendo a coisa menos ruim que o time tem pra jogar ali. É triste, mas é verdade. Segunda: da mesma forma que centenas de torcedores compraram tijolinhos para a construção do CT, parece que Renato Abreu comprou uma vaga no time. É um cara que luta bastante e pode resolver o jogo numa cobrança de falta, mas impressionam os mil engenhos que o técnico é obrigado a fazer para mantê-lo entre os titulares. Terceira: insistir com o centroavante que tem entrado em campo – pesado, estático, com pouca transpiração e nenhuma inspiração – é dar murro em ponta de faca e abusar da paciência de uma torcida sabidamente impaciente. Ontem o Flamengo jogou fora sessenta minutos do jogo por causa dessa teimosia, e o time só entrou em campo quando o Praga de Mãe saiu. Quarta: colocar Ronaldinho Gaúcho de centroavante revela desespero e absoluta desorganização tática. Enquanto o time está ganhando, os problemas vêm sendo varridos pra baixo do tapete. Mas uma hora dessas o caldo entorna e o barril explode. Já o Botafogo mostrou o de sempre: boa organização, marcação forte, Loco Abreu agitando lá na frente e Jéfferson pegando até pensamento. O problema é que falta qualidade individual em várias posições e, na hora dos pênaltis, prevaleceu o que parece ser um carma botafoguense nesse tipo de disputa com o Flamengo. 
Mogi Mirim e Palmeiras jogaram no mesmo horário que Flamengo e Botafogo, mas como o Palmeiras lidera o Campeonato Paulista, decidi prestigiar e botei o jogo pra gravar. Quando soube do resultado, declinei. Acredito que nem o mais verde dos palmeirenses aguentaria ver a gravação de um jogo entre Palmeiras e Mogi Mirim que terminou zero a zero. Espero que os torcedores do Palmeiras que leem o blog compreendam. Aliás, preciso muito que pelo menos um deles – o Papp – compreenda. Porque, se não, minha batata vai assar. 
Antes que os amigos são-paulinos reclamem, faço questão de repetir, reforçar e reesclarecer: não tenho o Paulistão em pay-per-view, daí que só consigo ver os jogos do campeonato que são transmitidos na tevê aberta ou no SporTV. Se quando eu vejo o São Paulo perde, juro que a culpa não é minha. Já disse aqui no blog que, por opção, eu não voltaria a ver o Juan jogar. Mas o Lucas compensa. 
Pelo mesmo motivo acima, não consegui acompanhar Corinthians e Santos. Vi apenas um compacto, e todo mundo sabe que compactos não refletem a verdade dos jogos. Deu pra perceber que o Corinthians está mais rápido – mais ou menos na mesma proporção de que, sem qualquer malícia, cabem dois Liédson dentro de um Ronaldo – e que o time se supera em determinação quando as rivalidades regionais entram em campo. Também está claro que essa fase do Campeonato Paulista pouco importa para os quatro grandes, que evidentemente estarão entre os oito finalistas, mas precisa servir para os clubes se acertarem. Como o Corinthians passa por um processo de remontagem, depois da saída de Elias, Roberto Carlos, Ronaldo e Jucilei, e não tem outra competição pra jogar até que comece o Campeonato Brasileiro, o Paulistão passou a ter para o time uma importância que não tem para os demais, e ganhar virou obrigação. O problema é que as últimas experiências mostram que esse tipo de obrigação não tem dado muito certo.

8 comentários:

  1. bairrista. paga pra ver a incrível taça guanabara, mas não vê o paulista. pelo menos pega o link e assiste na gatonet. aliás acabo de perceber q vc é um baita de um pé-frio. qdo vê jogo do São Paulo, ele perde ou joga mal. não assiste o paulista, não. melhor assim. qto ao filhodumaputa... que alegria. ele é um merda, o rei do morre-morre. logo os torcedores do flu vão desejar o mesmo que desejo pra ele e o filho dele. é um cagão e isso prova como o último título brasileiro foi um aborto do futebol. já o São Paulo foi leve, rápido, veloz e tudo isso SEM O R.SOUTO. claro que foi contra o grande brangantino, que na forte taça guanabara seria finalista e campeão, mas temos q comemorar a evolução. porém não me vai me causar espanto se domingo, contra a portuguesa de pompéia, o nosso glorioso professor coloque r.souto entre os titulares novamente. isso pq meu técnico cabe muito bem no seu primeiro parágrafo.

    ResponderExcluir
  2. Jaime: não dá pra ver tudo, e a razão do pay-per-view é obviamente o Brasileirão e não qualquer um desses estaduais desnecessários. O Carioca veio de brinde - poderia ser o Paulista, claro - mas aí tive que respeitar minhas origens. Pé-frio? Como assim? A explicação tem um pouco de lógica: vejo o São Paulo quando ele joga fora e a partida é transmitada no canal aberto, ou naquele horário de dezoito e trinta do domingo. Outro dia li - não sei se essa história continua - que o São Paulo era o único grande a perder para pequenos no Paulistinha. E a culpa é minha? Carpegiani gosta mesmo de inventar, e muito. Basta começarem a dizer que o time se acertou e você vai ver: vai pôr Rogério na ponta esquerda, Fernandão de líbero e é claro que o Rodrigo Souto tem que voltar. Se ele não voltar, o blog vai viver de quê?
    Abração.

    ResponderExcluir
  3. Jorge, acho que resolveram me tirar do calabouço e pude trabalhar no sábado vendo o São Paulo, no domingo meu Corinthians, mas aí veio a compensação....São Bernardo x Noroeste...que dureza!!! Bem, o São Paulo jogou muita bola, Dagoberto, Lucas e Fernandinho (como é fominha esse cara!!!) jogaram muito. Legal foi ver o Cacharrel perder mais um pênalti, aliás, como bate mal!!!! Mas foi show de bola. Meu timão me surpreendeu. Quando vi que o Santos viria "completo" (não entendi o Maycon Leite e Zé Love no banco) fiquei temeroso, mas logo no início o Corinthians tomou gosto pelo jogo e dominou a partida. Lógico que após o gol o Santos cresceu, mas nada assustador. Eis que lembrei, o técnico do Santos é o Adilson Batista! Aí fiquei mais tranquilo. Vitória do timão, mesmo com o Tite. Por fim, São Bernardo e Noroeste.....só para ilustrar...o Noroeste perderia para o América do Rio.
    Grande abraço.

    ResponderExcluir
  4. Murta, achei a vitoria corinthiana muito importante. Afinal, os dois gols marcados pelo fabio santos podem refletir um forte aumento em sua multa recisória para o exterior a niveis de Lucas e Ganso. Essa conquista serve de estimulo para a sequência do Timão da Libertadores e dá moral para a estréia do time na Copa do Brasil. E mais: pode criar um clima festivo para a estréia de Kaká, que irá substituir Ronaldo....É, alegria de pobre dura 90 minutos, né...Abs. Marcus Weber

    ResponderExcluir
  5. lembrei de outra coisa, murta. mais uma estréia com gol no São Paulo. tinha colocado isso em um post e, pelo visto, essa é a salvação: uma estréia por jogo.

    ResponderExcluir
  6. Luiz Eduardo: Maicon Leite e Zé Love no banco, com Diogo em campo, é piada de mau gosto. Coisas dos nossos brilhantes inventores.

    Marcão: infelizmente para os corintianos, você tem razão. O jogo não valia nada mesmo.

    Jaime: acho uma bela ideia. E se vocês estiverem precisando de gente para estrear balançando a rede, tenho um lista enorme que pode ser buscada imediatamente lá da Gávea. Interessado? Agora, outra coisa: vocês vivem reclamando do Dagoberto, e todo jogo eu vejo o cara largar os companheiros um monte de vezes na frente do gol. Tá certo que nunca chegou a ser o que prometia no Atlético Paranaense, é um pouco cisqueiro e tal, mas é bom jogador. Quer trocar pelo centroavante do meu time?

    Abraços.

    ResponderExcluir
  7. Meus amigos anônimo, Marcus Weber e Marcão (deve ser a mesma pessoa..rsss), realmente não vale nada. Tem algum outro time de São Paulo jogando outros campeonatos?

    ResponderExcluir
  8. Fala mais do eu time, Murta! E compra esse tal de PPV! Assim vc acaba com essa desculpinha esfarradapa q não assiste jogos do São Paulo pq não tem isso, não tem aquilo... rs
    Bom, é isso! Onde vai ser o almoço hj?

    Roger

    ResponderExcluir