segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Pílulas do final de semana.
Com Júlio César em dia de Rogério Ceni, Ricardo Oliveira em dia de Washington e Rodrigo Souto em dia de Rodrigo Souto, o jogo de ontem deixou claro que a dificuldade do São Paulo para derrotar o Corinthians já virou uma coisa patológica. Se no post da última sexta-feira escrevi que, quando o time vai bem, o que se destaca no São Paulo é sempre o aspecto coletivo, quando as coisas vão mal não é tão difícil perceber as falhas individuais. Ilsinho é um jogador extremamente gracioso, que passa o pé sobre a bola, faz embaixada, aplica o elástico, dá caneta, mas na hora em que deveria acompanhar o Dentinho, só olhou. Rodrigo Souto é uma nulidade. Eu costumo implicar com o Fernandão, mas não concordei com a sua substituição ontem. Acho até que o Carpegiani encontrou um lugar em que ele pode ser útil, sem ter que correr para marcar, sem precisar de rapidez para concluir e usando sua lucidez e seu toque de bola para largar um companheiro na cara do gol de vez em quando. Como já tinha o Jean jogando no meio e o Corinthians estava todo atrás, armando o bote, Carpegiani poderia ter sacado o Rodrigo Souto para colocar o Marlos. E o cara de pau do Ricardo Oliveira, que queria outro pênalti igualzinho àquele pessimamente marcado contra o Cruzeiro? Todo mundo esteve muito bem no Corinthians, mas dois caras jogaram uma monstruosidade: Júlio César e Jucilei. E mais: com Dentinho na frente, o Corinthians é outro. 
O Atlético Paranaense está longe de ser um grande time, mas é um time. Já o Flamengo não passa de uma piada, que só não é ainda mais sem graça porque os que estão abaixo dele na tabela não conseguem engrenar. Essa rodada foi mais uma a cair do céu para o bando do Vanderlei: dos times que estão atrás do Flamengo, o único vitorioso foi o irrecuperável Grêmio Prudente. O Flamengo está dando uma sorte danada no campeonato e nunca entrou na zona de rebaixamento muito mais pela incapacidade alheia do que por méritos próprios. O jogo de ontem foi outra tristeza, sobretudo no primeiro tempo, e Vanderlei Luxemburgo também tem culpa no cartório. O time jogou os primeiros quarenta e cinco minutos com um a menos, por causa da insistência em escalar o Deivid. Agora não tem mais jeito: como faltam apenas quatro rodadas, Deivid já assegurou o troféu de pior atacante do Brasileirão. Além de ser a maior decepção entre todos os repatriados. O gol do Atlético Paranaense – um pênalti ingênuo e precipitado, cometido pelo experiente e tranquilo Maldonado – teve início numa bola infantilmente perdida por Juan no meio-campo. De novo e como sempre. 
O Atlético Mineiro não tem time para cair. Rever, Diego Souza e Diego Tardelli seriam titulares em qualquer clube do Brasil. Serginho, Daniel Carvalho e Renan Oliveira são bons jogadores. Escrevi outro dia sobre a utilidade do Obina. Apesar da saída patética no segundo gol do Santos, o goleiro Renan Ribeiro promete. Só que, diante da situação complicada, o time tem jogado com uma ansiedade que chega a assustar. Os caras apertam, marcam, correm, dominam, mas acabam perdendo os três pontos nos detalhes. Foi assim contra o Botafogo no outro sábado, foi assim contra o Santos nesse sábado, espero que seja assim no sábado que vem. 
Ontem de manhã, enquanto a casa dormia, vi quinze minutos de Lazio x Roma. (É impossível assistir a mais de quinze minutos do campeonato italiano.) Como o Lazio lidera a competição esse ano e o Roma ficou em segundo lugar no ano passado, me arrisco a dizer que Fluminense, Corinthians, Cruzeiro, Internacional, Santos e São Paulo ganhariam aquele campeonatozinho ordinário com três ou quatro rodadas de antecedência. 
Na condição de candidatos ao título, Cruzeiro e Fluminense entraram em campo como favoritos e fizeram o que tinham que fazer. Com isso teremos um final de campeonato tão sensacional quanto o do ano passado, e com um detalhe importante: times diferentes na briga. Em dois mil e nove, Flamengo, Inter e São Paulo chegaram à última rodada com chances de levar o caneco. Em dois mil e dez, os possíveis campeões são outros: Fluminense, Corinthians e Cruzeiro. Os gramados são ruins, o nível das arbitragens é sofrível, a maioria dos craques está fora do país, mas o Brasileirão é um grande barato. O campeonato mais equilibrado e mais disputado do mundo. 
O estatuto do blog exige que aqui só se fale de futebol, mas abre espaço para certas situações que merecem uma citação rápida. Segundo informações do UOL, Jenson Button escapou de ser assaltado, no sábado, devido à perícia do motorista da Mercedes blindada que levava o piloto. Já os engenheiros da Sauber não tiveram a mesma sorte, e dançaram na mão dos vagabundos. Pra quem vem de uma cidade segura e ordeira, como o Rio de Janeiro, é difícil se acostumar com notícias feito essas. Falar nisso: quem ganhou a corrida, o Nikki Lauda?

Um comentário:

  1. Murta! Em futebol o clube não pode demitir que nem em agência de propaganda, não? Se eu sou teu diretor de criação e vc faz um texto de merda, eu relevo uma, duas ou até três vezes. Vai depender um pouco do meu carinho por você ou do meu momento, concorda? Mas vai chegar uma hora eu que eu vou mandar às favas os escrúpulos da amizade e, junto com ela vou te mandar pra casa do cacete! Afinal de contas, você estará colocando o meu na reta.
    Por que o Flamengo não pega o Deivid, o Juan, o William, esse viado que dizem ter jogado bem na Portuguesa e manda esses bostas pra maison du carreille, como dizem os fraceses?

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