Da série “A língua é o chicote do corpo” – 6.
Jogavam Atlético Mineiro e Botafogo, em Sete Lagoas. Aos vinte e cinco do segundo tempo, Joel Santana tirou o sempre apático Lúcio Flávio e colocou Edno em seu lugar. O comentarista Maurício Noriega, do SporTV, soprou e mordeu. Disse que a substituição do Lúcio Flávio era corretíssima, que ele não estava aparecendo para o jogo, que quando aparecia não dava a velocidade que o time precisava etc. Mas que a opção pelo Edno era equivocada: Renato Cajá seria muito mais útil ao time, por sua visão de jogo, seu toque de bola e sua capacidade de armação. Menos de cinco minutos depois, Edno pegou uma bola já no campo do Atlético e enxergou Loco Abreu entrando livre pela esquerda. O lançamento saiu preciso, o uruguaio invadiu a área e, com uma ausência de egoísmo rara em atacantes, rolou para o próprio Edno, que acompanhava a jogada e fez um a zero. Já nos acréscimos, Edno pegou uma bola ainda na zaga botafoguense, arrancou em velocidade, driblou um adversário e enfiou novamente sob medida para Loco Abreu, que tocou por cima do Renan Ribeiro e matou o jogo. A favor do Maurício Noriega, diga-se que é um cara educado e que não se presta ao papel de dono da verdade. Mas no sábado ele deu um azar danado.
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