quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Felipão é copeiro. Mais um mito que cai.
Não sei se isso acontece em todos os países que gostam de futebol, mas aqui no Brasil a gente tem uma dificuldade danada para entender que o futebol acaba. Mais cedo para os jogadores, claro, mas também para os técnicos. Por isso a gente ainda quer ver o Ronaldinho Gaúcho na seleção (tem gente que fala até no Fenômeno!), por isso Gilbertos Silvas, Klébersons etc são convocados mesmo com o prazo de validade vencido há tempos, por isso o Fluminense contrata Belletti, o São Paulo contrata Fernandão e a torcida do Flamengo grita em coro o nome do Pet em todos os jogos do time. Não é fácil para os jogadores perceber a hora de parar, mas a gente gosta de alimentar os mitos. 
Quando começou a lengalenga em torno do novo técnico da seleção, e Felipão liderava as preferências da torcida brasileira, fiz um post aqui no blog em que eu perguntava sobre os títulos de Felipão após a Copa de dois mil e dois. Nenhunzinho. Zero. Nada. Eu não entendia como é que ainda tinha tanto prestígio assim um técnico que não ganha um título sequer há mais de oito anos, e que conseguiu perder a final da Eurocopa, em casa, para o fantástico futebol da Grécia. 
Mas as pessoas enchem a boca pra falar do Felipão. E o que Felipão fez no Palmeiras? Um monte de bobagens. Tem no elenco o melhor lateral-direito do Brasileirão do ano passado, mas desistiu rapidamente dele para improvisar ali um dos bons meias-direitas do Brasileirão do ano passado. Perdeu um lateral, não ganhou outro e, de quebra, ainda perdeu o meia. Repetiu o erro com Kléber: ao tirá-lo de sua verdadeira posição, perdeu o que antigamente chamávamos de ponta-de-lança e não ganhou um centroavante. Em reconhecimento à boa acolhida por parte da cidade, vi alguns jogos do São Caetano quando Luan estava no time. Era um atacante chato, brigão, que dava trabalho e fazia gols. Claro que jogar no São Caetano é uma coisa e jogar no Palmeiras é outra, mas Felipão transformou esse atacante perigoso num esforçado marcador de laterais. 
Aí vem aquela história: mas que culpa tem o Felipão se o Márcio Araújo vai na bola daquele jeito e deixa o contra-ataque armado para o Goiás? Sim, mas se o técnico não tem culpa quando o time erra e perde, também não tem mérito quando o time acerta e ganha. E se não tem nem culpa nem mérito, pra que contratar um técnico ganhando perto de oitocentos mil por mês? 
O time é fraco. Ok. Então, no ano que vem, que se contrate o Fabrício e o Montillo do Cruzeiro, o Emerson e o Conca do Fluminense, o Elias e o Jucilei do Corinthians. Mas aí, com um time desses, volta a pergunta: pra que contratar um técnico ganhando perto de oitocentos mil por mês? Se levarmos em conta a relação custo-benefício, sou mais o Joel Santana. E se for para comparar copeiros, sou mais a D. Inês aqui da agência.

3 comentários:

  1. Dona Inês, escala o café da manhã como ninguém.

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  2. Grande Murtinho,

    Acompanho sempre o blog, muiot bom, ainda mais agora que nós torcedores eternos do rubro-negro estamos no CTI cheio de tubos, mas vamos sair dessa já neste sábado, SERÁ???/
    Abraços,

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  3. Pois é, Jó.
    Há um ano a gente roía as unhas na torcida pra ficar com o título. Domingo a gente vai roer as unhas na torcida pra não ter que encarar a bisonha segundona.
    E o que faz a nossa nadadora? Nada.

    Grande abraço.

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