Pílulas do final de semana.
O Fluminense teve um momento complicado no campeonato, quando Emerson se machucou, Fred permanecia fora, o ataque não funcionava e parecia que o caldo ia entornar. Aliás, entornou, mas o Corinthians desperdiçou a chance de garantir o título com uma série absurda de pontos perdidos no Pacaembu, incluindo um empate com o Ceará e uma derrota para o Atlético Goianiense, o que permitiu ao Fluminense se recuperar. O jogo de ontem, contra o Guarani, lembrou aquele Flamengo e Grêmio da última rodada do campeonato passado: visivelmente mexido com a importância da partida, o Flu entrou em campo carregando uma estranha mistura de apatia com nervosismo. Mas creio que as notícias que chegavam dos outros jogos ajudaram a devolver a tranquilidade ao tricolor. Achei bacana o gol do título ter sido feito pelo Emerson. Um baita atacante que tem mais de trinta anos mas era desconhecido no Brasil até o ano passado, por ter feito toda sua carreira no exterior. É rápido, se movimenta o tempo inteiro, acredita em todas as bolas, não dá sossego à zaga adversária, bate bem com os dois pés, um perigo. E é o único bicampeão brasileiro em 2009/2010, já que participou da campanha do Flamengo no ano passado até o comecinho do segundo turno, formando uma ótima dupla de ataque com Adriano. Várias vezes deixei claro, aqui no blog, que futebol e justiça são como água e azeite. Por isso, falar em título justo é bobagem. Mas não há o que reclamar. O Fluminense foi quem liderou o Brasileirão pelo maior número de rodadas, somou os nove pontos indispensáveis nas três últimas partidas e ontem não deixou de ser campeão em nenhum momento do jogo. Um time que fez várias apresentações excelentes e que, mesmo quando faltou qualidade, soube jogar com determinação. É assim que se ganha um campeonato como esse, em que é impossível manter o nível alto nas trinta e oito rodadas. Quando falta bola, tem que ser na raça. E o Fluminense sempre teve uma ou outra. Lá em cima, meu pai e meu irmão devem estar de porre até agora.
O Corinthians montou um elenco forte, misturando uma garotada boa (Jucilei, Elias, Bruno César, Dentinho) com caras experientes, mas a sensação que fica é que, na hora da verdade, alguma coisa não deu liga. Como é que um time que quer ser campeão, e tem todas as condições para isso, nas últimas três rodadas perde quatro pontos para duas equipes que terminaram o Brasileirão rebaixadas? É inconcebível. Essa é a hora do campeonato em que você tem que atropelar, passar por cima, sair matando. Mas o Corinthians fez o inverso, e deu mole. Não dá para, justo na reta de chegada, empatar com o Vitória, empatar com o time reserva do Goiás, e depois querer pôr a culpa no São Paulo e no Palmeiras.
O Botafoguinho deu uma de América. Até meados dos anos setenta, o América – lá do Rio – sempre montava bons times, que nadavam, nadavam e morriam na praia. Sabendo que não dava pra chegar ao título, o Botafogo transformou em alvo a vaga na Libertadores, mas entregou o ouro naquela surpreendente derrota em casa para o desinteressado mistão do Internacional. Jogar contra o Grêmio no Olímpico é sempre um osso duríssimo, e ontem não foi diferente. De qualquer modo, continuo achando que Joel Santana fez aquele elenco chegar bem mais longe do que qualquer um poderia imaginar. E o Grêmio encerrou com brilho a extraordinária campanha no segundo turno. Renato Gaúcho deve estar insuportável, e com razão.
Depois do título do Fluminense, o grande destaque futebolístico do final de semana foi a atuação do Serginho na disputadíssima pelada na Praia de Pernambuco, na festa de fim de ano da Young. Uma aula de como se joga na zaga. Marcou firme, fechou o golzinho, deu carrinho, se jogou no chão, comeu areia, e ainda saía tocando com a velha categoria de sempre. Segundo ele, foram seis jogos sem levar gol. Esse é o verdadeiro Sérgio Baresi, o rei da praia.
Murta muito obrigado pelo carinho, mas quem é este tal Sérgio Baresi mesmo, rsrsrssrsrs!
ResponderExcluirPq o Sergio sou eu, mas Baresi este sobrenome eu nunca ouvi falar, rsrsrsrs
ResponderExcluir