segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Pílulas do final de semana.
Cabeça de técnico é algo que ninguém consegue compreender. No jogo entre Corinthians e Ceará, Adílson Batista escalou Edu no meio-campo e passou o primeiro tempo inteiro reclamando que o time estava sem velocidade. É a mesma coisa que o meu Diretor de Criação pedir pra eu escrever um anúncio em grego. E como o problema era falta de velocidade, no intervalo Adílson tirou Edu e pôs Danilo. Vai entender. 
Todo mundo diz, e o blog não foge à regra, que é normal no Brasileirão os times passarem por altos e baixos. Vale para todos, tanto os da ponta quanto os da rabeira. As quedas são normais, o que não quer dizer que não há que se preocupar com elas. No ano passado, por exemplo, quando começou a cair o Palmeiras não parou mais e acabou entregando de bandeja um título que estava no papo. O Corinthians talvez continue sendo o mais forte candidato, mas a torcida corintiana deve abrir o olho. Já são três jogos sem vitória, sendo dois deles no Pacaembu, e apenas dois pontos em nove disputados. A defesa tem falhado demais, Roberto Carlos se mostra nitidamente cansado e Bruno César está se achando. Menos, Bruno César, menos. 
A advertência também serve para o Fluminense. Com o surpreendente empate do Corinthians, tinha tudo para abrir vantagem, mas deu mole. Dominou o primeiro tempo, não foi incomodado pelo Grêmio Prudente, teve várias chances de matar o jogo e acabou jogando dois pontos fora. Além disso, perdeu Deco, o que servirá para responder uma pergunta que tem inquietado a torcida tricolor: será que é melhor jogar sem ele? Muita gente suspeita que sim, e agora chegou a hora da verdade. 
A contratação de Carpegiani, pelo São Paulo, pode ser vista como um risco calculado. Ele é um desses raros casos de excelente jogador de futebol que se transforma em bom técnico, mas é muito chegado a invencionices. Vinha fazendo um bom trabalho no Atlético Paranaense, mas eu mesmo vi alguns jogos do time – e cheguei a comentar aqui no blog – em que ele fez uma série de experimentos muito loucos e incompreensíveis. O problema é que existe uma enorme diferença entre fazer isso no Atlético Paranaense e fazer isso no São Paulo. No Atlético Paranaense, o time perde três ou quatro jogos às custas de invenções do técnico, neguinho atura. No São Paulo, na segunda derrota consecutiva o bicho já começa a pegar. Se tiver juízo e inventar menos do que costuma fazer, pode dar certo, porque conhece o assunto, vai pegar um time em baixa e terá as boas condições de trabalho que o São Paulo sempre oferece. A conferir. 
O jogo entre Botafogo e Flamengo confirmou um dos mais consagrados chavões do futebol: a tal história de que “clássico é clássico”. O Botafogo faz uma campanha boa, muito acima do que se poderia esperar do seu elenco, enquanto a situação do Flamengo é exatamente inversa. Não tem jogadores fabulosos, mas não era para estar nesse sufoco. No entanto, no clássico de sábado e mesmo sem jogar bem, o rubro-negro foi melhor. É verdade que o Flamengo só chegou ao empate com um pênaltizinho muito do maroto, mas o Botafogo não tem do que reclamar: o belo gol de Lúcio Flávio aconteceu na cobrança de uma falta que eu também não vi. No Botafogo, o renovado e surpreendente Joel Santana fez outra substituição ofensiva na metade do segundo tempo, mas dessa vez sem resultado prático. No Flamengo, Silas aparentava desinteresse pelo que acontecia em campo, certo como dois e dois são quatro de que a sua batata está pra lá de assada. 
Em boas jogadas feitas pelos lados do campo, em três ou quatro vezes a bola cruzou toda a extensão da pequena área botafoguense, sem que Deivid ou Diogo a empurrassem pra dentro. Diogo não tem resolvido nada, mas sai da área, procura jogo, cai pelas pontas, briga o tempo todo. Deivid é o cara que está lá para empurrar pra dentro. Desde que estreou ele fez dois bonitos gols, nos jogos contra Fluminense e Goiás, mas foram as únicas coisas positivas em nove jogos. É muito pouco. Fico com a sensação de que daria no mesmo jogar com Deivid ou com Val Baiano ou com Cristian Borja ou, se estivesse viva, com a Dona Myrian Nazareth Murtinho – minha mãe.

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