quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Poderia ser um jogo empolgante. Foi meio chatinho.
O primeiro tempo do Flamengo não foi o de um time que flerta com a zona de rebaixamento, e por isso deveria dar sangue a cada minuto. O segundo tempo do Corinthians não foi o de um time que pretende ser campeão. 
Vanderlei Luxemburgo quis inventar, escalando três atacantes, e nada deu certo. O problema não é o número de atacantes em campo: é o nome de cada um deles. E nos quarenta e cinco minutos em que esteve lá, Deivid confirmou o que está no post da última segunda-feira: é um dos piores atacantes do campeonato. 
Outro é o Iarley. É impressionante como ele desperdiça chances, sempre em jogos que o Corinthians termina empatando ou perdendo. Ou seja: esses gols que não aconteceram vão pesar no final. Ontem, quando a falta muito bem cobrada por Bruno César bateu no travessão e voltou para o meio da área, qualquer centroavante razoavelmente confiante teria tocado de primeira e corrido pro abraço. Mas parece que nem o Iarley confia mais nele. Quis matar a bola, tropeçou, se enrolou todo, e o Corinthians saiu do Engenhão com dois pontinhos a menos. 
O Corinthians jogou de um jeito muito parecido com o Flamengo do ano passado. Esperando do meio pra trás e marcando firme, para sair em poucos contra-ataques rápidos e mortais. A marcação funcionou, mas a ideia ofensiva não. Nos lances em que Ronaldo largou Ralf e Elias diante do Marcelo Lomba, a inversão de papéis foi cruel: se em vez de ter lançado, Ronaldo fosse o finalizador, a história das duas jogadas poderia ser outra. Mas para isso o Fenômeno teria que correr, e aí é pedir demais. E quando Tite trocou Iarley e Bruno César por Danilo e Paulinho, assinou embaixo que o empate estava de bom tamanho. Tá certo que o time tinha perdido o meio-campo, mas achei excessivo respeito por um Flamengo que não tem merecido tantos cuidados assim. Quem quer ser campeão precisa ter um pouquinho mais de ousadia.

2 comentários:

  1. Confesso que vi o jogo sem prestar muita atenção, justamente por estar meio chatinho, mas achei que faltou o Pet jogar um tempinho pelo menos. Vendo a zaga corintiana jogando em linha, um passe do Pet deixaria um atacante na cara de gol. Claro, daí isso resultar em gol são outros quinhentos...
    Tem um lance em que o Renato tem a bola dominada que isso ficou flagrante, ele não pode nunca ser o armador do meio campo.

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  2. Não, Thomas, não pode.
    Renato é esforçado, luta no campo inteiro e o tempo todo, mas não pode ser escalado como armador.
    Depois de ver Grêmio e Cruzeiro, escrevi sobre isso: futebol é muito diferente quando os times têm armadores de verdade em campo - no caso, Douglas e Montillo.
    (Dizem as más línguas que o Montillo só não foi para o Flamengo por interferência do empresário Eduardo Uram, que já teve muitos negócios com o clube e estava meio de fora ultimamente.)
    Também achei que o Vanderlei fosse lançar o Pet no segundo tempo, mas essa é outra verdade: o sérvio não tem jogado nada. Para o ano que vem, essa deveria ser a nossa prioridade. Encontrar um Douglas, um Montillo, alguém com talento pra jogar ali.
    Abraço.

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