segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Pílulas do final de semana.
Ontem, no clássico de Minas Gerais, o placar mostrava quatro a um para o Atlético Mineiro, mas o Cruzeiro tinha finalizado mais de vinte vezes, sendo seis chances reais de gol, enquanto o Galo finalizara apenas cinco vezes. Na Vila Belmiro, o Santos terminou o primeiro tempo ganhando por dois a zero, mas o lanterna do campeonato e virtual rebaixado Grêmio Prudente virou o jogo e venceu. Dois bons exemplos para mostrar por que o futebol é um esporte incomparável. Ou, como diz o Jaime, o único. 
Foi a rodada que o Corinthians pediu aos céus. Dos dez primeiros colocados, só Corinthians e Botafogo venceram, com a diferença de que no Botafogo ninguém ousa pensar em título. Há sonhos de G3, G4, essas coisas, mas todos sabem que até isso já estaria muito acima das possibilidades do time. E além da rodada, foi também o jogo que o Corinthians pediu aos céus, porque o Palmeiras entrou em campo como se estivesse fazendo um amistoso de pré-temporada contra o Mirassol. Não me conformo com o desinteresse de Felipão e do Palmeiras pelo Campeonato Brasileiro, mas os adversários não têm nada com isso. Embora sem jogar grandes coisas, o Corinthians foi muito melhor o tempo todo e só correu algum perigo em dois ou três lances de bola parada do – adivinhem – Marcos Assunção. Mas clássico é sempre clássico, e com ou sem interesse de uma das duas partes, vitórias em clássicos sempre levantam o astral. A boa notícia para o Corinthians é que o Elias voltou a correr muito e a jogar bem. Há más notícias também, mas como o time está na briga, melhor esperar pra não queimar a língua. 
O Cruzeiro e Atlético de ontem foi tão sensacional quanto o São Paulo e Santos da semana passada. Da mesma forma que o Santos, o Cruzeiro perdeu as duas últimas partidas, mas isso não me parece um sinal de declínio: é que o campeonato é dureza mesmo. Tiago Ribeiro e Montillo, por exemplo, jogaram muito. O problema é que alguns momentos de apagão na zaga e o oportunismo do Obina definiram as coisas para o Galo. 
O nome do final de semana, sem dúvida alguma, foi Washington. Depois de ficar oito jogos sem fazer um golzinho sequer, ontem marcou. Contra. E ainda teve que pagar o mico de ver toda a torcida adversária gritar seu nome em coro e em agradecimento. De qualquer forma, o Fluminense reassumiu a liderança, apesar de ter completado cinco jogos sem vitória. E tem mais duas paradas duras por aí: na próxima rodada pega o Grêmio em casa, e na outra encara o Inter fora. Mas agora não tem mais moleza pra ninguém. Que o diga o Santos. 
Já está mais do que provado que futebol e festa são como água e azeite. A torcida do Flamengo deve lembrar a festa que foi feita para comemorar o bicampeonato estadual em 2008 e a despedida de Joel Santana. O problema é que a dupla comemoração aconteceu no campo, um pouco antes do jogo contra o América do México pelas oitavas de final da Libertadores. O Flamengo vencera a primeira partida, fora de casa, por quatro a dois, e podia até perder por dois a zero ou três a um que estaria classificado. O jogo terminou três a zero para o América e o Flamengo deu tchauzinho para a competição. Nada mais justo do que comemorar os setenta anos de Pelé, ainda mais na Vila Belmiro. Só que o Santos está brigando pelo título e tinha tudo para se beneficiar de uma rodada que teria sido extremamente favorável. Deu um bico na chance e fez as coisas ficarem bem mais difíceis. 
Não deu pra entender o Vasco no jogo de ontem. Mostrava firmeza atrás, era pouco ameaçado, atacava com mais perigo e saiu na frente. É verdade que o Flamengo voltou um pouquinho mais animado para o segundo tempo, mas nada que assustasse tanto. De uma hora pra outra, o Vasco começou a mostrar um nervosismo surpreendente, até porque o time está praticamente de férias. Não tem como ser rebaixado, não dá pra ser campeão, não vai chegar na Libertadores. Pra que esse furdunço todo? Felipe tinha faniquitos, Dedé (bom zagueiro) entrou de sola na canela do Williams e ganhou cartão vermelho, PC Gusmão perdeu o controle e também foi expulso. Apesar da crônica incompetência rubro-negra, não havia nada a fazer a não ser empatar o jogo. No time do Flamengo, a única coisa boa foi perceber que o garoto Diego Maurício aos poucos vai se firmando: toda bola que ele pegava, levava perigo. E entre tantas coisas ruins, a pior de todas foi constatar que, mesmo com um golzinho aqui, outro ali, Deivid continua sendo um fortíssimo candidato a pior atacante do campeonato. Haja paciência.

2 comentários:

  1. Fala, Murta!
    Ontem na hora do jogo eu me lembrei muito de você. Dada à minha ignorância crônica sobre futebol (eu gosto é ver o Flamengo, o resto eu tô cagando), pensei cá comigo: vou perguntar ao Murta se esse cara, o Deivid, sabe jogar mesmo, ou se já jogou alguma vez na vida. Puta que pariu!
    Grande abraço e saudações R&B. Valois.

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  2. Pois é, Valois.
    Deivid jogou muito bem, foi campeão e fez sucesso no Corinthians, no Cruzeiro e no Santos, só que chega uma hora em que o futebol acaba, né? Não sei se o dele acabou, mas tá com toda pinta. O cara não domina uma bola. Não acerta passe de dois metros. Páreo duro com Val Baiano. Eu fiquei desconfiado quando li que ele não estava nos planos do Fenerbahce para essa temporada. Se o cara não está nos planos do Fenerbahce, vai servir pro Flamengo? Aí entra aquela história que falei no post sobre os repatriados. Muitos deles parecem essas bandas de rock que vêm tocar no Brasil quando nem reconhecem mais uns aos outros e exigem cadeiras de rodas no camarim.
    Abração.

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