quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Os repatriados: muito mais fama do que proveito.
A dureza dos clubes brasileiros os obriga a essa política de repatriamento em massa. A única maneira de reforçar o time – ou iludir a torcida, dependendo do caso – é buscar no exterior jogadores brasileiros que já ultrapassaram o cabo da boa esperança ou que não acertaram por lá. É óbvio que só voltam pra cá os que já estão perto de parar ou os que têm suas ações em baixa, pelos problemas que a gente conhece: inadaptação ao frio, saudade da feijoada, ausência do pagode etc. Não tem dado muito certo. Deivid melhorou um pouquinho no jogo contra o Inter, mas até então suas atuações no comando do ataque do Flamengo chegavam a provocar constrangimento. Ainda no rubro-negro, até agora Diogo não aconteceu. Mas as decepções com os repatriados têm sido regra no país inteiro, e não apenas na Gávea. Edu e Danilo no Corinthians. Cléber Santana no São Paulo. Ewerthon no Palmeiras. Keirrison no Santos. Belletti no Fluminense. Leandro no Grêmio. Ou demoram séculos para entrar em forma, ou têm graves lesões musculares e saem de cena. Os sucessos são poucos: Roberto Carlos no Corinthians (apesar de ter começado a descer a ladeira nos últimos jogos), Tinga no Inter, Alex Silva no São Paulo (embora tenha desfalcado o time durante muito tempo), Felipe no Vasco (idem). Permanecem em observação Valdívia e Lincoln no Palmeiras, Ricardo Oliveira no São Paulo, Daniel Carvalho no Atlético Mineiro e até mesmo o Deco, que tem mostrado muita categoria, mas um certo estilo blasé que deixa na gente a impressão de que está disputando pelada em Indaiatuba. A nova realidade dos repatriados inverteu o problema da janela europeia: antes nossos clubes sofriam com a saída de jogadores para o exterior; agora sofrem com a chegada, porque apostam todas as fichas em caras que vêm como salvadores e acabam salvando apenas seus belos salários de padrões europeus.

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