terça-feira, 30 de março de 2010

A diferença entre jogo emocionante e jogo bom.
Muitas vezes, de tanto uma coisa ser falada, ela acaba virando verdade. Por exemplo: Zinho. O cara foi três vezes campeão carioca, campeão da Copa do Brasil e bicampeão brasileiro pelo Flamengo; bicampeão paulista, campeão da Copa do Brasil, bicampeão brasileiro e campeão da Libertadores pelo Palmeiras; campeão gaúcho e da Copa do Brasil pelo Grêmio; campeão mundial pela Seleção Brasileira. Em todas essas campanhas, foi titular absoluto. Mas em 94, naquele time ultradefensivo do Parreira, ele pegava a bola no meio-campo, não tinha com quem jogar, girava à procura de alguma possibilidade e pronto: um comentarista fez a graça, disse que ele parecia uma enceradeira, a história se repetiu e Zinho terminou a carreira com essa imagem colada na sua perna esquerda. De tanto as pessoas repetirem, a gente acaba acreditando que todo jogo que termina zero a zero é ruim. Não é. E de tanto as pessoas repetirem, a gente acaba acreditando que todo jogo que termina quatro a três é bom. Nem sempre. É indiscutível que um jogo que termina quatro a três, com alternâncias no placar, viradas etc, é emocionante. Mas daí a ser bom, vai certa distância. Pra começar: clássico cheio de rivalidade exige marcação atenta, concentração absoluta, vacilo zero. E quando o jogo termina quatro a três, claro está que nada disso aconteceu. Não vi Corinthians e São Paulo inteiro, muita gente boa disse que foi um jogão, mas o que vi achei estranho: dos três gols do São Paulo, o goleiro Rafael Santos falhou feio em dois; dos quatro gols do Corinthians, a cabeçada do Alex Silva lembrou Oséas, o erro do Miranda no gol do Danilo foi primário e Rogério Ceni aceitou uma bola que, francamente, daquela distância, rasteira e no meio do gol, não existe. Emoção não faltou. Qualidade, talvez.

2 comentários:

  1. De fato não foi um jogão. O que ouve foi um São paulo sonolento de dar pena e falhas gritantes que geraram muitos gols. Sem falar é claro do ultimo gol do Corinthians que foi comemorado como um gol de raça sendo que, na verdade, foi um baita golpe de sorte. Fica aqui o resgistro para o futebolzinho cada vez mais pifio do Ronaldo "fenomeno" (negrito nas aspas)

    marcelo henriques

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  2. Clássico se decide nos detalhes e se ganha nas falhas. E o Corinthians errou muito, já o São Paulo demais.Por isso, tb acho que não foi um "jogão" assim.

    Marcus Weber

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