quarta-feira, 31 de março de 2010

Finalmente, no Rio, um juiz de futebol que gosta de futebol.
No último domingo pudemos ver, no Campeonato Carioca, um juiz apitando muitíssimo bem. No clássico entre Fluminense e Vasco, Willian de Souza Nery deixou o jogo correr, não marcou faltinhas do tipo não-me-toque, permitiu o choque, a marcação firme, a entrada dura. Até que enfim. Já no Campeonato Paulista, o melhor de tudo foi o primeiro gol do Corinthians, numa jogada que lembrou aquele time que tinha André Santos, Christian e Douglas, e que apresentou o melhor futebol em conjunto jogado no Brasil em 2009. Mais duas boas notícias: Philippe Coutinho e Fernandinho. Philippe Coutinho é muito bom jogador. Se estiver disposto a treinar para melhorar as conclusões, pode virar craque. Fernandinho também é bom, mas precisa entender que não dá pra driblar o tempo todo. O quarto gol do Corinthians começou numa jogada errada dele, prendendo demais a bola no contra-ataque que poderia ter dado a vitória ao São Paulo. Como gosta de dizer Muricy, “a bola pune”, e quem acabou ganhando o jogo foi o Corinthians. Fernandinho sabe jogar. Mas tem que tomar cuidado pra não virar outro Denílson.
Cracaço em campo de pelada. 
Quem lê o blog sabe que o blogueiro implica com a Libertadores. Mas não é à toa: ontem, o jogo entre Juan Aurich (da cidade peruana de Clachayo) e Estudiantes de la Plata foi disputado em campo de grama sintética. Ou seja: se tiver jogo da Libertadores e o São Paulo quiser alugar o Morumbi pra show da Madonna ou da Beyoncé, não tem problema: pode vir jogar aqui no Playball de São Caetano. 
O que salvou o jogo de ontem foi que o Verón estava em campo. Sou fã. Costumo dizer que eu preferia ter meio Verón no time a ter três Riquelmes. Ontem ele fez o de sempre: defendeu, atacou, deu velocidade quando a jogada pedia, prendeu a bola quando era hora, catimbou, provocou, respondeu às provocações com picardia, lançou, chutou, bateu escanteio e saiu com os três pontos no bolso. Um monstro.

terça-feira, 30 de março de 2010

Hoje tem marmelada.
Atenção: hoje, terça-feira, 30 de março, às 21 horas na ESPN, um dos jogos mais polêmicos de toda a história das Copas do Mundo: Argentina seis, Peru zero, em 1978.
A diferença entre jogo emocionante e jogo bom.
Muitas vezes, de tanto uma coisa ser falada, ela acaba virando verdade. Por exemplo: Zinho. O cara foi três vezes campeão carioca, campeão da Copa do Brasil e bicampeão brasileiro pelo Flamengo; bicampeão paulista, campeão da Copa do Brasil, bicampeão brasileiro e campeão da Libertadores pelo Palmeiras; campeão gaúcho e da Copa do Brasil pelo Grêmio; campeão mundial pela Seleção Brasileira. Em todas essas campanhas, foi titular absoluto. Mas em 94, naquele time ultradefensivo do Parreira, ele pegava a bola no meio-campo, não tinha com quem jogar, girava à procura de alguma possibilidade e pronto: um comentarista fez a graça, disse que ele parecia uma enceradeira, a história se repetiu e Zinho terminou a carreira com essa imagem colada na sua perna esquerda. De tanto as pessoas repetirem, a gente acaba acreditando que todo jogo que termina zero a zero é ruim. Não é. E de tanto as pessoas repetirem, a gente acaba acreditando que todo jogo que termina quatro a três é bom. Nem sempre. É indiscutível que um jogo que termina quatro a três, com alternâncias no placar, viradas etc, é emocionante. Mas daí a ser bom, vai certa distância. Pra começar: clássico cheio de rivalidade exige marcação atenta, concentração absoluta, vacilo zero. E quando o jogo termina quatro a três, claro está que nada disso aconteceu. Não vi Corinthians e São Paulo inteiro, muita gente boa disse que foi um jogão, mas o que vi achei estranho: dos três gols do São Paulo, o goleiro Rafael Santos falhou feio em dois; dos quatro gols do Corinthians, a cabeçada do Alex Silva lembrou Oséas, o erro do Miranda no gol do Danilo foi primário e Rogério Ceni aceitou uma bola que, francamente, daquela distância, rasteira e no meio do gol, não existe. Emoção não faltou. Qualidade, talvez.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Os publicitários ingleses e as chuteiras coloridas.
Falam dos chineses, dos fenícios, dos gregos e a versão mais aceita diz que foram os ingleses. Tudo cascata: quem inventou o futebol, de verdade, foi o Pelé. Mas fiquemos com a versão mais difundida. 
Quando a primeira pelada começou e as duas equipes erravam mais passes do que a zaga do Flamengo, um inglesinho parou a brincadeira e sugeriu que um dos times passasse a jogar sem camisa. Mas era na Inglaterra, frio pacarai, não dava. Daí outro inglesinho pediu a todos que dessem um pulo em casa: metade voltaria com camisetas brancas, metade com camisetas pretas. Pronto. Inventava-se o uniforme e eliminavam-se as desculpas esfarrapadas para os erros na saída de bola. 
O futebol cresceu e dominou o mundo, foi ficando cada vez mais profissional e chegamos ao formato de hoje: jogadores do mesmo time atuam com camisas, calções e meiões da mesma cor, mesmo design. Ninguém nunca se preocupou com as chuteiras, pelo singelo motivo de que elas só existiam na cor preta. Mas agora é preciso pôr ordem na casa, porque virou bagunça. 
Chuteira deveria fazer parte do uniforme. Aquela balbúrdia policromática é terrível sob o ponto de vista estético e – estou convencido – também sob o ponto de vista psicológico: o cara bota uma chuteira roxa com detalhes em abóbora e acha que é craque. 
Isso me lembra um redator extraordinário com quem eu trabalhei na Provarejo, o Fred Coutinho. Ele dizia ser um grande admirador dos publicitários ingleses, que se vestiam da forma mais careta possível mas que, quando sentavam pra trabalhar, piravam, viajavam, faziam coisas do cacete. Aqui no Brasil, reclamava o Fred, acontece o contrário: o cara chega todo colorido, todo esfuziante, todo fashion, senta pra trabalhar e faz uns anúncios lamentáveis. 
Acho que tá acontecendo a mesma coisa com a chuteira colorida, e não foi à toa que Romário proibiu o uso delas no América. O Baixinho conhece.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Times com sono.
Vi os primeiros trinta minutos de Flamengo x Tigres ontem, e só não dormi porque o jogo começou às 19h30. (Diferentemente do que alguns desavisados podem pensar – meu amigo Gobato, por exemplo –, o citado Tigres não é mexicano e o jogo não era pela Libertadores. A partida valia pela sexta rodada do segundo turno do Campeonato Carioca e o Tigres é um estranhíssimo time de Xerém, que tem o Centro de Treinamento mais moderno do estado e é bancado por um milionário nicaraguense chamado Miguel Larios.) Vi boa parte do jogo do São Paulo. Não vi, mas posso imaginar o que foi o jogo do Corinthians. Pra fechar o raciocínio, outro dia o treinador do Cruzeiro, Adílson Batista, declarou que estava difícil motivar seus jogadores para o Campeonato Mineiro. Ora bolas, se é para o Flamengo jogar com aquela preguiça, se é para São Paulo e Corinthians entrarem no jogo como se estivessem entrando pra treinar, se é para o Cruzeiro se sentir desmotivado, por que os clubes que estão na Libertadores não assumem a bronca e disputam os campeonatos estaduais com seus times reservas? Ricardo Gomes outro dia anunciou os nomes de seus titulares. Tirando todos esses jogadores, o São Paulo poderia entrar em campo com Bosco no gol, Xandão, André Luís e Renato Silva na zaga, Cicinho na ala direita e Jorge Wagner na esquerda, meio-campo com Rodrigo Souto, Carlinhos Paraíba e Marlos, na frente Roger e Fernandinho. E ainda deixei de fora o Marcelinho Paraíba. É um timaço? Não. Dá pra encarar o Santos, do jeito que o Santos tá jogando? Também não, embora a gente saiba que clássico é clássico. Mas dá pra disputar o Campeonato Paulista mais ou menos no nível que o São Paulo vem fazendo? Dá, fácil. O mesmo vale para o Corinthians. Júlio César; Moacir, Paulo André, Leandro Castan e Dodô; Marcelo Matos, Jucilei, Theco e Morais; Iarley e Souza. Idem pro Flamengo, pro Cruzeiro, pro Inter. Já fiz um post falando dos meus questionamentos sobre a Libertadores, mas se ela é o grande sonho de consumo do futebol brasileiro, então dedicação total. Os titulares são esses, os reservas são aqueles. Titular que não corresponder, sai. Reserva que se destacar, entra. O que não pode é a preguiça, a falta de compromisso, a desmotivação.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Arbitragem no Campeonato Carioca.
Até agora, já foram marcados sete pênaltis a favor do Botafogo, seis a favor do Fluminense, cinco a favor do Vasco e quatro a favor do Flamengo. No jogo entre Fluminense e Boavista, em menos de trinta minutos Rodrigo Nunes de Sá deu dois pênaltis para o Fluminense e expulsou dois jogadores do Boavista. No jogo entre Botafogo e Duque de Caxias, Pathrice Wallace Corrêa Maia deu três pênaltis a favor do Botafogo. Essa arbitragem de não-me-toques está transformando o futebol praticado no Rio em outro esporte, onde todo mundo se joga no chão o tempo todo, onde o choque normal é sempre punido com falta, onde os pênaltis (que quase nunca são pênaltis) ainda vêm acompanhados de cartões amarelos automáticos. Aí chega o Brasileirão, os juízes apitam como têm de apitar e o resultado é o que a gente tem visto nos últimos anos: no mínimo dois clubes do Rio lutando desesperadamente pra não cair. É óbvio que o fraquíssimo nível da arbitragem não é o único problema do futebol carioca e está longe de ser o maior, mas também ajuda.

terça-feira, 23 de março de 2010

Morrendo pela boca.
Tem comentarista que não aprende. Não falo dos erros a que está sujeito quem participa de uma transmissão ao vivo, mas de opiniões que viram sinônimos de arrogância e funcionam como tiro no pé. Quando se trata de futebol, certas coisas jamais devem ser ditas, porque o risco de se cair no ridículo é enorme. Na partida contra a Argentina pelas eliminatórias da Copa, disputada em setembro do ano passado, o Brasil jogava bem, ganhava de dois a zero e Paulo César Vasconcellos (que é um dos melhores) comentava no SporTV. Até que o lateral argentino dominou a bola na meia-direita e o Paulo Cesar lascou, cheio de estilo: “Repare como o sistema defensivo da seleção brasileira não permite nenhum tipo de jogada mais aguda por parte do ataque argentino.” Dito isso, o lateral empurrou a bola para Dátolo, que dominou na entrada da área e mandou uma cacetada no canto esquerdo do Júlio César. Gol. Paulo César Vasconcellos se fez de morto. Nenhuma palavra. Sorte dele que, logo depois, Kaká enfiou aquela bola e Luís Fabiano fez o terceiro. Aí o comentarista voltou ao ar, todo pimpão, pra deitar falação sobre a precisão do Kaká, a categoria do Luís Fabiano etc.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Notas rápidas sobre o fim de semana (4).
Flamengo e Botafogo fizeram um jogo bacana, muito disputado, com boas atuações dos dois goleiros e placar definido somente no último lance. O único problema foi, justamente, o placar final: dois a dois. É a sétima vez que acontece nos últimos vinte jogos entre os dois times. Coisa estranha.
Notas rápidas sobre o fim de semana (3).
No ano passado, depois de demitir Cuca, o Flamengo convidou Vagner Mancini para treinar o time. O salário oferecido era de oitenta mil reais, pouca coisa para um estrategista do calibre do Professor Doutor Vagner Mancini. Ele não topou e perdeu a chance de ser campeão brasileiro. Sábado, contra o poderoso esquadrão do Olaria, Mancini escalou o Vasco com três zagueiros e dois volantes. Com menos de quinze minutos já perdia por um a zero, resultado que se manteve até o fim. É como dizia meu pai: técnico bom é aquele que não atrapalha.
Notas rápidas sobre o fim de semana (2).
E o Santos continua passeando e dando show, tanto na Copa do Brasil quanto no Campeonato Paulista. Quem gosta de futebol aguarda ansiosamente, pra ver como o time vai se comportar na hora de decidir. Como diz meu amigo santista Marcelo Henriques, essa é a hora que separa os homens dos meninos.
Notas rápidas sobre o fim de semana (1).
Depois da corridinha no mormaço, de algumas cervejas antes do almoço e de um almoço muito além do necessário, me acomodei no sofá pra ver Corinthians x Grêmio Prudente e pensei que, naquele momento, não havia nada no mundo mais preguiçoso do que eu. Mas havia sim: o futebol jogado pelo Tcheco.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Libertadores, fim do primeiro turno.
Os times brasileiros ganharam os cinco jogos que disputaram em casa. Como, no segundo turno, todos jogarão mais duas vezes em casa (o São Paulo, ontem, já jogou e ganhou a primeira), o mais provável é a classificação dos cinco. Claro que haverá um ou outro tropeço, o Cruzeiro está numa situação um pouco mais complicada, mas todos têm grandes chances de seguir em frente. Depois do jogo de ontem, Ricardo Gomes disse que o São Paulo encontrou o time ideal. Rogério Ceni, Jean, Alex Silva, Miranda, Júnior César, Richarlyson, Hernanes, Cléber Santana, Léo Lima, Dagoberto, Washington e o mais importante de tudo: do outro lado, o Nacional do Paraguai.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Esclarecimento aos amigos corintianos.
Alex Borba, Magalha, Tiago, Letícia, Rodney, Felipe, Tony, Toninho, Serginho e Daniela Squarzoni que me desculpem, mas tá difícil falar do Corinthians na Libertadores. Por compreensíveis razões de audiência, Flamengo e Corinthians têm jogado sempre no mesmo dia e mesmo horário, e aí não dá pra ver.
O surto de Santiago.
O jogo seguia sob controle, com o Flamengo seguro atrás, procurando atacar com velocidade e criando as melhores chances. Até que, um pouco antes dos quarenta minutos, Juan pegou uma bola quase no meio-campo e começou a recuar. Recuava, dava um totozinho na bola. Recuava, dava um totozinho na bola. Tive a impressão de que ele ia chegar diante do Bruno, gritar “Eu sou Jesus Cristo” e fuzilar o goleiro do seu próprio time. Só que não deu tempo: antes disso, foi desarmado, o Universidade do Chile criou uma jogada perigosa, incendiou a partida e logo depois fez o primeiro gol. O Flamengo virou um bando, como costuma acontecer quando o time fica em desvantagm no placar, mas por sorte o primeiro tempo estava no fim. No início do segundo tempo, o empate caiu do céu (em lance irregular), mas a coisa estava feia. Rodrigo Alvim saiu jogando errado – aliás, o time errou ontem na saída de bola o que não errou o ano passado inteiro – e, pra completar, Bruno tomou uma tremenda penosa. Eu ia dizer que Adriano está pesado, lento e sem incomodar a zaga adversária, mas percebi que seria injusto. Adriano não jogou.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Neymar e Paulo Henrique. Sem precipitação.
Neymar é rápido, habilidoso, parte pra cima e joga pra frente. Paulo Henrique tem uma percepção do jogo que virou raridade no futebol brasileiro. Tudo bem, mas vamos com calma. Pra chamar alguém de craque, o buraco é mais embaixo. O cara tem que levar o time nas costas, tem que ganhar clássicos embaçados, tem que conquistar títulos importantes. A questão não é de idade, mas de portfolio. Robinho e Diego tinham mais ou menos a idade dos dois quando se classificaram para as finais, eliminaram o São Paulo, tiraram o Grêmio, ganharam do Corinthians e foram campeões brasileiros. Aí sim, deixaram de ser promessas e puderam reivindicar o rótulo de grandes jogadores. Neymar e Paulo Henrique ainda não fizeram nada disso. Pelo contrário: em 2009, Neymar fracassou no Mundial Sub-17, Paulo Henrique disputou o Mundial Sub-20 sem brilho algum e ambos fizeram parte do time que terminou o campeonato brasileiro em 12º lugar. Aliás, também falta chão pro time do Santos ser considerado tudo o que tem sido. No ano passado, nessa mesma época, o Palmeiras era um time rápido, envolvente e incisivo, Keirrison era o novo monstro da grande área etc. O Palmeiras não ganhou o estadual, saiu cedo da Libertadores e entregou de bandeja o Brasileirão mais fácil de todos os tempos. Keirrison parou de fazer gols, não foi aproveitado pelo Barcelona, virou reserva no Benfica e agora é reserva na Fiorentina. Pra que a pressa? Neymar e Paulo Henrique jogam um futebol encantador e têm tudo pra virar craques. Mas não custa nada esperar um pouquinho.

terça-feira, 16 de março de 2010

Um torneio esquisitão.
No texto de apresentação do blog eu falei de algumas opiniões pouco ortodoxas sobre futebol. Elas vão aparecer aos poucos por aqui. Há também uma longa lista de implicâncias: jogador que comemora gol com dancinha ou mandando a torcida adversária calar a boca (esses caras nunca viram o Pelé comemorando gol?); artilheiro que só faz gol em jogo fácil; comentarista que não aprende que certas coisas no futebol jamais podem ser ditas; Riquelme; chuteiras coloridas (Romário fez muito bem em vetá-las no América); essa idiotice chamada “homem de referência” e por aí vai. Outra delas é a Libertadores. Implico. A mídia taca fogo, as rivalidades regionais se exacerbam, mas eu cismo em achar a Libertadores, pelo menos tecnicamente, um torneio meio esquisitão. Agora em 2010, na fase pré-grupos, o Real Potosí perdeu do Cruzeiro por sete a zero. O que nos permite concluir que o Real Potosí é uma espécie de Naviraiense que fala castelhano. Na semana passada, vi jogos do Caracas, do Deportivo Itália, do Deportivo Quito e do Nacional do Paraguai. Todos fraquíssimos. Se a gente arrumar um goleiro aqui na Y&R, faz jogo duro com qualquer um deles. Entretanto, não vou brigar com o Brasil: se todo mundo acha Libertadores o máximo, bola pra frente. Mas vamos combinar que é no mínimo estranho um campeonato em que nenhum clube brasileiro tem mais títulos que o Olimpia do Paraguai.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Os dois Adrianos.
Nessa confusão toda envolvendo Adriano, é preciso separar as coisas. Seleção é seleção, Flamengo é Flamengo. Se o cara continuar nessa levada, é claro que não dá pra disputar Copa do Mundo. Mas o Flamengo tem que pensar diferente. Nos últimos anos, o time teve um monte de atacantes abstêmios e monogâmicos, só que nenhum deles resolvia nada. Adriano chegou e foi logo ganhando um título que o clube não levava desde 92, além de ter sido um dos artilheiros do campeonato. Ou seja: mesmo se não jogar na Libertadores, mesmo se não ajudar o time na briga pelo inédito tetra estadual (ontem contra o Vasco, por exemplo, só não foi pior em campo que o Dodô, que entregou dois pênaltis nas mãos do Bruno), já valeu a pena. Da mesma forma que vale a pena investir em psicólogos, psiquiatras, AA, hipnose, o que for. A seleção não pode esperar. O Flamengo pode.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ele jogou?
No final da década de 90, houve um jogo qualquer do Flamengo no domingo e Athirson não viu a cor da bola. No dia da reapresentação, a comissão técnica avisou que só iria treinar quem não tivesse participado do jogo. Os outros poderiam ir pra piscina. Quando Athirson abriu o armário pra pegar a sunga, Petkovic falou pra ele: “Você não, Athirson. Você não.” Se a comissão técnica do São Paulo fizesse o mesmo na reapresentação depois desse jogo contra o Nacional, o Marcelinho Paraíba poderia ir pra piscina?
Sou mais o Ipatinga.
Vi o jogo do São Paulo ontem. Se aquele Nacional do Paraguai disputasse o Brasileirão, eu apostava no Ipatinga e dava dez pontos de vantagem.
Só futebol.
O blog pretende seguir à risca uma irretocável frase do meu amigo Jaime Agostini. Segundo o Jaime, “esporte é futebol; o resto é educação física”.
Valeu.
Esse blog não iria pro ar se não fosse a paciência do Alê Santos e do Daniel Alves. Alê criou a marca e cuidou do registro – coisa que eu, anta tecnológica assumida, seria incapaz de fazer. Daniel finalizou, com carinho e competência, a marca em 3D. Obrigado aos dois.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Apresentação.
Os culpados por esse blog são meu filho Lucas, que costuma se divertir com minhas opiniões pouco ortodoxas sobre futebol e sempre me incentivou a escrever sobre elas, e o time do Flamengo que ganhou o Brasileirão 2009. 

Dois motivos me fizeram torcer, além do normal, por esse titulo. 

Primeiro: queria que o Andrade levasse o caneco, para provar que o campeonato mais disputado do mundo pode ser vencido por um técnico simples, que trabalha sem arrogância, sem querer falar difícil e sem ganhar um salário das arábias. 

Segundo: o título rubro-negro era fundamental pra que eu pudesse defender com mais credibilidade o sistema de mata-mata. Enquanto o Flamengo não fosse campeão brasileiro sob a fórmula dos pontos corridos, meus argumentos sempre poderiam ser acusados de mero chororô. 

Quando vi o grande Tostão desenvolver a mesma teoria em relação ao Andrade e quando li uma entrevista do Mário Sérgio pedindo a volta do mata-mata, aí me animei de vez. 

Sendo assim, entra em campo nesse exato instante, e sob os olhares desconfiados de sua acanhada torcida, o jorgemurtinhofc.