Cinco notinhas rápidas sobre o futebol no fim de semana.
Como tenho assistido a muitos jogos do Corinthians e do Santos, por causa da Libertadores, ontem decidi deixar os dois de lado e acompanhei a partida entre o São Paulo e o valente catadão do Bahia (Fabinho, Titi, Gerley, Fahel, Lulinha, Ciro, ave-maria!). É estranha a sensação que o São Paulo provoca, ou pelo menos provocou nas partidas mais recentes que vi do time. A gente percebe que há bons jogadores e reposição aceitável nos casos de ausência dos titulares, mas sempre fica a impressão de que falta algo. A zaga não passa segurança, a armação das jogadas é lenta, os atacantes são egoístas, não existe vibração, não existe interesse. O filósofo e treinador de futebol de praia Neném Prancha dizia que “jogador de futebol tem que ir na bola como um faminto vai no prato de comida”. O São Paulo jogou ontem como se tivesse acabado de sair de uma feijoada.
O atacante Marcos Júnior, do Fluminense, foi vice-campeão da Copinha desse ano. Já entrou no time, vem jogando com desembaraço, fez um dos quatro gols do Flu na final do estadual contra o Botafogo e ontem, contra o Figueirense, fez o primeiro gol e deu um ótimo passe para Wágner fazer o segundo. Pergunto: se Marcos Júnior foi vice em 2012 e já tá ajudando o time de cima, onde estão os atacantes do Flamengo que foram campeões em 2011 e, portanto, deveriam ter mais experiência? Até agora só vi o Negueba, que é um fanfarrão. Cadê o Lucas, que fez gol à beça? Cade o Adrian, que arrebentou?
A torcida do Flamengo não vaiou Ronaldinho porque ele perdeu infantilmente a bola que deu origem ao gol de empate do Inter. A torcida do Flamengo vaiou Ronaldinho porque isto já aconteceu uma dezena de vezes. Ninguém aguenta mais. E segue o mantra: coitado do Vágner Love.
Outro dia, na futebolística novela “Avenida Brasil”, o personagem de Marcos Caruso decidiu assistir à reprise da final da segundona do ano passado. Mais ou menos parecido com isso, ontem eu estava interessado em ver o Figueirense jogar. É uma doença, admito, mas convivo bem com ela há tempos. O fato é que eu queria ver como estava o time que fez muito boa campanha no Brasileirão 2011 – só desandou nas duas ou três rodadas finais – e esse ano perdeu cinco jogadores importantes: Bruno e Wellington Nem para o Fluminense, Édson Silva e Maicon para o São Paulo, Juninho para o Palmeiras. Pelo menos ontem o Figueirense fez um bom jogo e deu pinta de que pode voltar a incomodar. Continua bem armado e tem um meia-atacante, Roni, que me pareceu muito bom.
Vocês sabiam que, no sábado, a seleção brasileira jogou? Eu não vi, mas o time fez três gols no primeiro tempo e tirou o pé no segundo, o que o técnico Mano Menezes achou muito natural. Quer dizer, então, que o time está definido. Que o Danilo, o Rômulo, o Oscar, o Hulk, o Leandro Damião, todos já garantiram suas titularidades e podem amarrar o burro na sombra. É isso? Porque, se não for, como é que o técnico tem a cara de pau de dizer que é natural? É seleção brasileira, cacete! Já escrevi várias vezes aqui no blog que detesto saudosismo, mas juro que, no tempo em que comecei a acompanhar futebol, seleção brasileira era muito diferente.
Muito bom murta, só acho o seguinte, sobre o Sâo Paulo:
ResponderExcluirConcordo que o time é desorganizado taticamente e que a zaga dá tanto arrepio ao torcedor tricolor que eu mesmo as vezes me pego sentido saudades do Fabão. Mas discordo que o são paulo tem um banco aceitável porém falta vibração. Penso inclusive que é ao contrario. Nosso banco é horrivel e carente, não dá, honestamente, pra disputar bem uma competição como o braisleiro tendo Edson Silva, Fernandinho, Piris e cia no elenco. Cortes é um grande lateral. Se machucar, quem entra no lugar? nao tem. Se o Rodolpho se machuca, quem entra? Enfim, o jogo de ontem foi a prova que o são paulo tem um elenco carente para uma competição como esta. Já Vibração e vontade não é o que falta neste time de 2012 do SP. Faltava ano passado, e muito (principalmente com aqueles dagobertos, digo, vagabundos que tinhamos). Mas esse ano o Sâo Paulo foi atrás muitas vezes de resultados adversos, ganhou muitos jogos de virada, muitos jogos bons (lembre-se de jogos como SP 3 x 2 Santos, Ituano 2 x 4 SP, SP 3 x 1 Ponte pela copa do Brasil, etc).
to fechado com o johnny. é tudo isso q ele falou aí.
ResponderExcluirGrande Johnny:
ResponderExcluirAntes de mais nada, é um prazer vê-lo passeando aqui na área. Maravilha.
Bom, vamos lá.
Não posso discutir isso com você, que não perde jogo do São Paulo e me parece tão crítico quanto eu. Se você afirma, acato, e as partidas que você cita podem ter sido mesmo provas de vontade de jogar bola. Entretanto, ontem não vi isso, como parece que também não houve semana passada, contra o Botafogo. (O que pode ser fruto da motivação compreensivelmente maior, nesse momento, pela Copa do Brasil.) Mas veja só um exemplo do que eu digo: é indiscutível que Maicon e Jádson (principalmente o Jádson) sabem o que fazer com a bola, mas ambos transferem a jogada da defesa para o ataque com lentidão entediante. Outro: já vi o Luís Fabiano dar várias e merecidas broncas no Lucas e no Fernandinho pelo excesso de individualismo, mas ele mesmo anda fominha toda vida – tanto que outro ilustre são-paulino, o Jaime, outro dia o elogiou por ter servido o Cortês em um dos gols em cima do Goiás, como se aquilo não fosse tão usual, certo?
Desde o início do ano venho dizendo que o São Paulo contratou bem. Não há no futebol brasileiro lateral esquerdo melhor que o Cortês. Nas vezes em que vi o Jádson, quando ele estava lá fora, gostei. Mas jogar daquele jeito aqui me cheira a uma certa falta de compromisso que afeta vários jogadores repatriados. Por que, não sei, só sei que é assim. Paulo Miranda foi uma dessas apostas que nossos clubes precisam fazer, e os melhores exemplos da atualidade talvez sejam o Ralf (Barueri) e o Paulinho (Bragantino). Aposta é aposta, né? Só esse ano o Luís Fabiano passou a ter condições de jogar de forma competitiva.
Que o time está mais forte que o do ano passado, isso é indiscutível, e acho que vale também para o elenco. Até porque eu não vejo coisa muito diferente em lugar algum. No Corinthians? Não sei. Você falou no Rhodolfo e no Cortês, mas tira o Ralf e o Paulinho daquele time. Cadê o centroavante reserva que resolve no Corinhians, agora que o Liédson tá devagar quase parando? O grande elenco seria então o do Fluminense? Mas o que aconteceu quando Fred e Deco ficaram de fora? Não é o fato de ter sido eliminado da Libertadores, mas sim o de praticamente não ter criado nada no tal jogo com o Boca.
Não há clube brasileiro que possa se dar ao luxo de manter quinze ou dezesseis caras de copa do mundo, como a gente vê no campeonato inglês, por exemplo. Aqui o buraco é mais embaixo, e as nossas exigências, creio, têm que ser proporcionais. Dentro delas, me parece que o São Paulo tá bem.
Abraço grande e volte sempre.
Jaime, desculpe.
ResponderExcluirRespondi sem perceber que você tinha comentado também, seguindo o relator.
Abraço grande. Beijo na Amanda. Beijo na cada dia mais linda Lara.
Murta ja que voce nāo fallout muito do Timão, quero colocar uma observação ago time do senhor Adenor (o tal de Tite)... O Corintians é a unica equipe do futebol mundial que inves de usar o media de ligação, criou o beque-de-ligão, ja quem esta saindo com a bola na função é o Castan enquanto os dois meias ficam Alberto's pleas pontas. Um paradigma que se deve ser discutido Pelops especialistas do futebol.... E mais, o Alessandro na lateral, meu Deus!!!!! Ja não foi percebido no jogo contra o Vasco o que else é capaz?! O que fica para analise é que ele será um dos responsáveis por marcar o Neymar no jogos da Libertadores,,e ele não costuma ter noites de Diego Souza.
ResponderExcluirFala, meu camarada. Como vai essa vida mansa aí?
ResponderExcluirCara, tenho a impressão de que o Corinthians ainda não se achou desde que o Liédson caiu de produção. Ali, o time perdeu o rumo ofensivo. Élton não deu certo (nem podia dar), Adriano não rolou, e o tal homem de ligação que faz mesmo muita falta era pra ser o Alex, mas até agora nada. Alex está longe de ser mau jogador, mas está mais longe ainda de tudo o que se esperava dele.
Quanto ao Neymar, você foi na ferida. Quando o Santos eliminou o São Paulo na semifinal do Paulista, o tricolor jogou melhor. Mas cheguei a escrever aqui que, contra Neymar e Ganso, não se pode errar. Ganso estará fora, mas o moleque endiabrado estará lá, firme, forte e partindo pra cima como sempre.
O bicho vai pegar. O couro vai comer. A cobra vai fumar.
Abração.
Grande murta!
ResponderExcluirConcordo com o que disse em relação ao último jogo. Jogou mal mesmo, com pouca vontade e o resultado saiu de bom tamanho. Mas creio que isso foi uma partida isolada, uma exceção. Assisti todas as partidas do SP esse ano e no geral, posso dizer que vi mais jogos bons e com um time de brio do que jogos com um time preguiçoso. Diferente do ano passado, que essa conta era exatamente ao contrário.
De fato, Luis Fabiano anda meio fominha nestes ultimos jogos. Mas não posso reclamar dele. É o líder, o artilheiro do time, o cara que fez 15 gols em 17 jogos esse ano. O Fernandinho é fominha igual, mas quem é, o que fez pelo São Paulo? É um Zero a esquerda em muitos jogos... Essa é a diferença. Todos os jogadores devem ser cobrados, mas alguns mais do que outros.
Sobre a partida contra o botafogo, essa sim o São Paulo jogou razoavelmente bem, na verdade, jogou muito melhor que esta contra o Bahia. Mas nessa partida do Botafogo, acho que foi mais azar que falta de competência... veja, quando está 2a1 pro SP, Tomamos 3 gols ridiculos: um penalti, uma falta despretensiosa que, desviada no cicero, não deu chances pro Denis e uma saída arriscada do Denis que resultou na lambança do Maicon. É que pelo resultado, é fácil ter a impressão que o São paulo foi massacrado e tal, mas não foi. E inclusive, esse jogo o Jadson jogou muita bola (e vem evoluindo bem nesses ultimos jogos, estou gostando de ver). Agora, pro diagnóstico total, quero ver a prova de fogo, que será a copa do Brasil. Aí tem que mostrar serviço e levar essa taça, que não está dificil assim de conseguir.
Abraço!