sexta-feira, 23 de março de 2012

Corinthians e Vasco não são melhores que os outros. Mas são diferentes dos outros.
Assim que o Brasileirão acabou, a ESPN fez um programa “Bola da Vez” com o técnico Tite. Alguém perguntou que time ele mais temera durante o campeonato, e Tite não titubeou: o Vasco. Não apenas por ter sido o segundo colocado, mas porque, segundo Tite, não é difícil perceber quando um time está coeso, decidido, forte – e fez um gesto apertando as duas mãos. Pra mim ficou claro que Tite não falava de forma, digamos, filosófica, esse papinho de união, pacto etc. Tite se referia à maneira como o Vasco se comportava dentro do campo, pois é o que vale. 
Na quarta-feira eu estava vendo Corinthians x Cruz Azul, enquanto conversava com minha filha pelo telefone. Lá no Rio, ela assistia a Vasco x Libertad. Nina gosta muito de futebol e entende do assunto. Os dois jogos estavam no início do segundo tempo, quando ela interrompeu o que eu falava pra dizer: "O Vasco tá dando um calor danado nesse time paraguaio. Tá a maior pressão. O gol vai sair já, já." Menos de um minuto depois, ela me interrompeu de novo para avisar: "Pronto. Gol do Vasco. Juninho." Enquanto isso, aqui em São Paulo, o Corinthians cercava o Cruz Azul de todo jeito e revelava, pelo menos pra nós, brasileiros, um grande goleiro – o mexicano Corona, tão bom quanto a homônima cerveja. 
Mas o assunto desse post é o seguinte: Corinthians e Vasco, no papel, não são melhores do que Flamengo, Fluminense e Inter. (O Santos fica fora disso, por estar acima de todos e resolver tudo na base da qualidade.) Por que, então, Corinthians e Vasco conseguem uma intensidade de jogo que você não vê nos outros? Calor, pressão, domínio absoluto, há quanto tempo a torcida do Flamengo não vê isso num jogo do time, mesmo contra adversários fracos como o Emelec, por exemplo? Com exceção de duas partidas – aquela inacreditável, inexplicável, totalmente atípica e, por isso mesmo, desconsiderável vitória sobre o Santos por cinco a quatro e aquele finalzinho contra o Fluminense, que Bottinelli definiu com dois belos chutes de fora da área –, quando mais o Flamengo foi buscar um jogo que parecia perdido, como a gente tem cansado de ver Corinthians e Vasco fazerem? Pelo contrário: o que o time mais tem feito é entregar jogo ganho. 
O Inter, muitas vezes, se comporta de modo irritantemente blasé. O Fluminense tem bons jogadores, mas me dá a impressão de que algo ali não dá liga. Não sei explicar de onde vem essa diferença que a gente nota claramente no Corinthians e no Vasco. Se alguém souber, a caixa de comentários está aí pra isso mesmo. 
O Fox Sports tem um jeito diferente de mostrar os jogos. Eles usam uma câmera bem alta, com plano totalmente aberto, e ontem foi curioso ver o Santos contra um time que simplesmente se recusava a cruzar a linha do meio-campo. Eram os onze lá atrás sem qualquer pudor, e tome pancada. Poucas vezes vi isso. Futebol requer dois times em campo, se não é linha de passe, bobinho, dupla de praia (ainda se joga isso no Rio?). Aí a luz acabou no Pacaembu, logo depois acabou lá em casa, e não vi mais nada. O que vi, achei engraçado. Coisas de Libertadores.

3 comentários:

  1. tite, oswaldo de oliveira e geninho. 3 otários com sorte do futebol.

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  2. O Tite e diferente .... ele tem otariebilidade com sorteabilidade.... nao confunda

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  3. Pois é, concordo com vocês, Jaime e Magalha, mas quem é bom técnico de futebol hoje?Trabalhando no país!!!
    Acho que ambos os times tem algo importante. Quem senta no banco não se melindra, não se acha melhor que o outro. Os jogadores se respeitam, não há uma estrela. Por isso mandamos aquele vagabundo, bêbado.... embora.

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