segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Será que Gilson Kleina ajudará a desmascarar o Felipão? 
Torço com entusiasmo por toda situação que nos faça enxergar o quanto nossos superestimados treinadores são picaretas e nós somos trouxas. Outro dia li que o time do Santos, com Neymar em campo, tem aproveitamento superior ao do líder Fluminense, enquanto que, sem Neymar em campo, o aproveitamento é inferior ao do lanterna Atlético Goianiense. O que faz o técnico do Santos, o queridinho da mídia Muricy Ramalho, além de gritar “dá no Neymar que ele resolve”? O que fez Felipão em mais de dois anos à frente do Palmeiras? Por favor, tenham o bom senso de não falar em Copa do Brasil. Por isso, seria muito bacana – e muito bom para o futebol brasileiro – que, com o semidesconhecido Gílson Kleina substituindo o superastro Felipão, o Palmeiras conseguisse escapar do rebaixamento. Claro que seria um passo ainda pequeno, pois sempre haverá um bando de neófitos no estádio, em jogo da seleção brasileira, pra gritar “Volta, Felipão”. Mas seria um passo. 
É preciso ser justo. Como já acontecera no Fla-Flu do primeiro turno, o Flamengo não jogou mal contra o Fluminense. E como já tinha acontecido nas últimas quatro partidas – Santos, Grêmio, Atlético Goianiense e Atlético Mineiro –, o Flamengo voltou a jogar bem ontem. Ganhar ou perder faz parte, e até mesmo a pouco racional torcida do Flamengo compreendeu isso, mas independentemente de resultados e classificação, nas cinco últimas rodadas o Flamengo teve um time de futebol em campo. Não pode desperdiçar tantas chances de gol, claro, mas perto do que a gente viu na imensa maioria das vezes esse ano, isso aí já é um tremendo avanço. 
Em 2011 o Flamengo reclamou por não ter um penaltizinho sequer marcado a seu favor em todo o Campeonato Brasileiro. A reclamação procede: não dá para acreditar que, em mais de três mil e quinhentos minutos de bola rolando, não tenha acontecido uma só falta dentro da área nos atacantes rubro-negros. Agora, tá explicado. Depois dos pênaltis perdidos por Vágner Love no domingo passado e por Bottinelli ontem, marcar pênalti a favor do Flamengo pra quê? 
Completando a história acima: não entendi a opção pelo Bottinelli. Não sou fã do Renato Abreu, mas já o vi cobrar pelo menos uma dezena de pênaltis no Flamengo, e nunca o vi perder nenhum. Até este Fla-Flu, só tinha visto o Bottinelli bater dois – fez um, perdeu outro. Ontem perdeu mais um, aos quarenta do segundo tempo. Esse pontinho pode fazer falta. 
O Fla-Flu foi excelente. E mesmo que não tivesse sido, o gol do Fluminense já valeria a assinatura do pay-per-view. O cruzamento-passe de Deco foi perfeito, Fred teve muita esperteza para se livrar da marcação e o voleio deve ter matado Bebeto de inveja. Golaço. Entretanto, creio que o Flu deu uma certa acomodada. Teve tempo e espaço para matar o jogo no contra-ataque, mas mostrou pouco apetite. Não vi a vitória sobre o Náutico na semana passada – ouvi dizer que foi no sufoco e com uma decisiva ajuda da arbitragem –, mas o time parece ter mesmo adotado a estratégia de vencer sem convencer e sem encantar. Em princípio, não há grandes problemas nisso: o próprio Fluminense em 2010 e o Corinthians em 2011 foram campeões sem jogar bem nas quatro ou cinco últimas rodadas. A questão é que ainda faltam onze, e aí o risco é grande. 
Nos jogos de ontem pelo Campeonato Brasileiro, respeitou-se um minuto de silêncio em homenagem à apresentadora Hebe Camargo. Nada contra. Mas como eu nunca assisti aos programas apresentados por ela e li várias coisas muito boas do Autran Dourado – “O risco do bordado”, “Ópera dos mortos”, “A barca dos homens”, etc. –, fiz de conta que aquele minuto de silêncio era pra ele.

6 comentários:

  1. Jaime, fazendo boca de urna,1 de outubro de 2012 às 06:33

    falou mal do muricy, já me ganhou. nem vou cornetar sobre o comentário bundão de torcedor de vôlei: "ganhar ou perder faz parte." murta, agora é a vez do jadson. esse tá na minha mira. cortez, maicon e rhodholfho eu já desisti.

    sócio do flamengo: vote wallim! chapa fla campeão do mundo (azul).

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  2. Eu sou sempre crucificado quando estou com os meus amigos são paulinos e falo "mal" do Muricy Ramalho. Sempre. Eu acho um absurdo: Os caras tem o muricy como um ídolo, etc. Um deles, numa extrema falta de noção, cometeu o sacrilégio de compará-lo com Telê Santana.
    Eu não falo mal do Muricy. Eu falo a verdade: Pra mim é um técnico retranqueiro, reclamão, refém da bola parada, todo time com ele vive no chuverinho. É que além de tudo, é um sortudo. Pegou o time do são paulo completamente montado em 2006 (time campeão da libertadores e mundial) e só tocou o barco. Ganhou no chuveirinho três titulos, e perdeu uns 10 mata-matas. Era o cara que, quando o time estava ganhando de 1 a 0 pro Guarantinguetá no morumbi, tirava um atacante e colocava um zagueiro. Depois no santos ele "se consagrou" como um "técnico campeão da libertadores" graças unica e exclusivamente ao Neymar. No jogo contra o barça, ele nao saiu do banco sequer pra dar uma bronca.
    Enfim, é um pé-quente, sem dúvidas, mas a contribuição dele é de títulos, e não de futebol. Pelo contrário: Ele é um dos símbolos do futebol feio e indigesto.

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  3. johnny, johnny! tô com vc. esse merda perdeu 13 títulos! 13! jogue isso na cara desses seus amigos, q devem usar os 3 títulos brasileiros como defesa desse desgraçado. ele é tudo isso q vc falou e mais um filhodumaputa. contra o barcelona foi isso mesmo. e sempre foi assim. tá tomando totó, fica sentado no banco. tá ganhando, fica do lado de fora do banco parecendo um boneco de posto, balançando os braços. esse cara é um maldito. tem q morrer na serra. qdo seus amigos começarem com esse papo, chuta a mesa, taca água no carvão e acaba com o churrasco.

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  4. Quero apenas deixar um comentário sóbrio e nada viesado sobre o belo gol do Fred no Fla-Flu de ontem. Antes, vcs lembram de um gol de falta (do Thiago Neves se não me engano) contra o Vasco pelo 1º turno. O jogo estava empatado, falta para o Flu na entrada da área. O Edinho empurrou o primeiro homem da barreira vascaína, o Thiago Neves cobrou exatamente ali, com a bola passando ao lado da barreira e sacramentando a vitória tricolor. Pois bem, ontem fomos vítimas de um lance da mesma natureza.
    Sempre ouvi que, em escanteios, quem marca os atacantes adversários são os volantes, pois os zagueiros estarão marcando os zagueiros do outro time que sempre sobem em bolas paradas cruzadas na área. Se vcs repararem no lance, o Gum (ou o Digão) segura o Amaral, que é quem deveria marcar o Fred no escanteio. O Frauches percebe, mas está por trás e o meio segundo que ele leva para tomar um atitude e sair atrás do Fred é suficiente para esse dar o passo em direção ao perfeito cruzamento do Deco e emendar sozinho para o gol.
    Não vi nenhum comentarista falar nada sobre isso, mas tenho certeza que esse gol foi ilegal.
    Aproveitando que estou aqui comentando, me estendo sobre mais um assunto. Bottinelli. Acho que sua única contribuição para o Fla este ano foi na última quarta, quando já ganhávamos do Atlético e, ao final do 2º tempo, ele demorava para cobrar uma falta sob a desculpa de que a bola estaria murcha. Só argentino pra enrolar dessa maneira, que artista! Fora isso, deveria ser reserva do Unión de Santa Fé, lanternita do Argentinón.

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  5. Jaime e Johnny,

    Que fique bem claro: não tenho nada contra especificamente o Muricy. Tenho contra todos – pelo menos, todos esses técnicos-medalhões que andam por aí. Felipão foi um treinador vitorioso, mas parou no tempo. E os títulos do Muricy precisam mesmo ser contextualizados, do jeito que o Johnny fez. Isso vale, inclusive, para a Libertadores do ano passado, que caiu no colo do Santos depois daquela inacreditável quarta-feira em que todos os clubes brasileiros (Grêmio, Internacional, Fluminense e Cruzeiro) foram eliminados. Mas aqui no Brasil não temos o hábito de fazer isso não. Só lembramos que o cara ganhou e o transformamos em mito.
    Outra coisa que precisa ficar clara, pra que eu não seja mal interpretado: não tenho nada a favor do Mano Menezes, que vem fazendo um trabalhinho muito do sarapa na seleção brasileira. Só que eu não vejo quem botar lá, diante das opcões que temos aqui. É deixar o barco correr e torcer pro cara atrapalhar o mínimo possível.

    Abraços.




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  6. Grande Thomas! Tava sumido, meu bom!

    Sim, houve falta do Edinho naquele gol do Thiago Neves contra o Vasco. Sim, houve falta do Digão no gol do Fred domingo. Mas, por mais estranho que possa parecer, nenhuma das duas é falta que se marque. Futebol tem dessas coisas. O maior exemplo disso talvez seja o famoso pênalti do zagueiro cruzeirense Gil em cima do Ronaldo Fenômeno, numa das últimas rodadas do Brasileirão de 2010. Aquilo foi falta? Foi. O juiz deveria ter dado pênalti? Não. Não me peça para explicar. Como dizia Chicó, no “Auto da Compadecida”, só sei que é assim.
    Quanto ao Bottinelli, eu sempre desconfio desses caras. Os argentinos são tão alucinados por futebol quanto a gente. E, apesar da economia deles estar há muito tempo mais para Lanús do que para Manchester City, eu não entendo como é que um argentino bom de bola sai de lá pra jogar no Chile (casos do Montillo e do Bottinelli) ou no Equador (caso do Barcos). Até eu me convencer que os caras são bons mesmo, demora. O Montillo conseguiu. O Barcos é um centroavante frio e de bons recursos dentro da área, mas irritantemente lento. E o Bottinelli, bem, o Bottinelli é um bosta.

    Abração e apareça mais vezes.

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