sexta-feira, 15 de junho de 2012

Queremos raça. 
Jaime Agostini terá de engolir suas injúrias e sua arrogância. Ontem acompanhei o jogo entre Boca Juniors e Universidad de Chile, e só mudei para São Paulo e Coritiba quando a partida na Bombonera acabou. E olha, quando saí do Fox Sports e fui pro SporTV, a coisa tava feia. 
O São Paulo não se encontrava, Paulo Miranda tinha sido expulso depois de uma jogada à la Anderson Silva, o Coritiba jogava melhor e a torcida tricolor pedia raça. Não entendi por quê. Outro dia escrevi aqui que não vejo no São Paulo a vontade e a pegada que têm, por exemplo, Corinthians e Vasco. Os tricolores Johnny e Jaime postaram comentários discordando, reclamando de alguns pontos do time mas elogiando o espírito. Ontem concordei com eles e discordei da torcida. 
Aliás, vejo que isso acontece demais em nossos times, e já constatei dezenas de vezes no Flamengo. O time é uma bosta, defesa insegura, ataque inoperante, meio-campo que não liga o nada a coisa nenhuma, entretanto a torcida põe a culpa de tudo numa suposta falta de raça. Creio que o torcedor comum tem uma certa dificuldade em admitir que seu time é ruim. 
Além do Coritiba ser, desde o ano passado, arrumado e difícil de ser batido, tinha um a mais em campo. E do jeito que se corre no futebol atual, não é fácil jogar com um a menos. O São Paulo continuou com os erros de sempre, mas tenho a impressão de que ontem não faltou raça. Agora, é óbvio: se o time precisa ganhar e a bola chega no Denílson, ele não sabe o que fazer com ela. Aí para pra pensar, perde tempo, não enxerga o cara entrando livre no outro lado do campo, toca pro lado, a torcida perde a paciência e grita “raça”. Será? O que falta ali é raça ou qualidade? 
Ao contrário do que costumam reclamar vários são-paulinos, Lucas quis jogo, lutou, correu atrás e fez um grande gol. Mas se o Lucas não fosse um jogador de muita qualidade, aquele gol teria saído apenas na raça? Não misturemos alhos com bugalhos. 
Uma pena que a tabela das duas competições tenha indicado Corinthians x Santos, no Pacaembu, e Coritiba x São Paulo, no Couto Pereira, para o mesmo dia. São os dois jogos que devem ter emoção na semana que vem, porque o Boca – apesar de não ter definido – abriu boa vantagem, e o Palmeiras, mesmo sendo o Palmeiras, me parece que liquidou a parada. 
Sr. Jaime Agostini, trate de se retratar pagando meu almoço: o São Paulo só venceu depois que passei a ver o jogo.

3 comentários:

  1. na verdade oq falta nesse time é um pouco de cada. raça e qualidade. e aí está o problema: qdo falta qualidade se compensa com raça... quer dizer q vc ligou a tv e saiu o gol? tenho certeza q vc ficava zapeando. na primeira os caras meteram uma bola na trave, na segunda o burro miranda tomou o vermelho. qdo ficou só no jogo do SPFC, levantou pra ir ao banheiro e o lucas fez o gol. ontem ele foi o único q se destacou. o casemiro já não tem mais oq fazer. é vender por qto aparecer. qto a esse almoço aí, só se for no são cristovão.

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  2. Falta um monte de coisas neste time mesmo, qualidade pode ser uma delas, raça nem tanto. Mas principalmente, o que falta é termos de fato um TIME. Não estou falando de elenco, de jogadores. Eu disse TIME, não um bando de bons jogadores correndo juntos num espaço com uma bola. Qual é o padrão tático do são paulo? Não existe. O Muricy sim aplicava um esquema tático no são paulo. Era um esquema retranqueiro, feio, feito apenas a base de chuveirinhos na area e que me deixava muito mais puto com o são paulo do que me deixa hoje, com o leão. No entanto, era um esquema, e titulos foram conquistados com ele, com um TIME. O Leão chegou e injetou uma boa dose de vontade, raça e disciplina no São Paulo, sou grato a isso. Mas quero acreditar que (num futuro proximo) que é possivel ter estras coisas e ter tambem esquema tático e futebol, sem precisar trocar técnico.
    Abraços!

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  3. Jaime:
    Ô muleke dos infernos, que não dá o braço a torcer. Sou pé-quente, rapaz! Liguei, batata: golaço.
    São Cristóvão, no almoço, é osso. Pilão Mineiro, pra gente se esbaldar na costelinha com cerveja.
    Abraço. Beijo na Amanda. Beijo na Lara.

    Johnny:
    Cara, eu acho que - guardadas as devidas proporções - São Paulo e Flamengo navegam num barco meio parecido. Pega o Coritiba. Pega o Figueirense. Ali não tem craque nenhum, não tem ninguém ganhando quinhentos mil por mês, mas dentro de campo a gente vê um time, e não um bando.
    Você não tem o mau costume de ver o Flamengo jogar, mas é exatamente isso: um bando. Às vezes o São Paulo também parece sem padrão, e acho que o Jaime tá certo quando diz que falta uma combinação das duas coisas, disposição e qualidade.
    A vantagem é que o futebol brasileiro tá mais ou menos nivelado, e se você acertar dois ou três detalhes no time, dá pra brigar.
    Quer um exemplo? Quando o tema é o Flamengo campeão de dois mil e nove, só se fala no Adriano e no Petkovic - que foram fundamentais mesmo. Mas o time só conseguiu se equilibrar a partir da terceira rodada do segundo turno, com a entrada (pasme!) do zagueiro Álvaro e do volante Maldonado. Dois caras medianos, mas que acertaram as coisas ali atrás e resolveram o problema.
    Conclusão: às vezes, pode ser mais simples do que a gente pensa.
    Abração.

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