terça-feira, 26 de junho de 2012

Coisas que já dá pra dizer nesse início de Brasileirão. 
Os mais novos eu não sei, mas os mais antigos devem estar espantados com a velocidade das partidas. Eu estou. Times mais rápidos que outros sempre existiram, só que isso era visto como uma boa vantagem. Acabou. Hoje todo mundo joga como se estivesse numa prova de cem metros rasos. Sábado eu dei uma espiada nos minutos finais de Atlético Mineiro e Náutico, o Náutico perdia por quatro a um mas, ainda assim, saía da defesa para o ataque com muita velocidade. Um pouco mais cedo, o mesmo acontecera com Vasco e Cruzeiro. Time rápido virou commodity, e não há como jogar futebol atualmente sem condicionamento físico perfeito, pulmões a plena carga e um foguete no rabo. Chega a cansar quem está assistindo. 
Com as atenções voltadas para a Libertadores e – um pouco menos, claro – para a Copa do Brasil, o Campeonato Brasileiro tá demorando a engrenar. Entretanto, certas coisas a gente já consegue perceber. Uma: dificilmente o Corinthians vai brigar pelo título. Se ganhar a Libertadores, a justa ressaca vai durar o resto do ano, só vai se falar no jogo com o Chelsea e o Brasileirão não terá qualquer interesse. Se perder, é provável que jogadores fundamentais – Paulinho e Leandro Castán, por exemplo – saiam, e não será tão simples assim rearrumar a casa. Duas: com todos os pontos que deixou de ganhar nas seis primeiras rodadas, por causa da Libertadores, e com Neymar e Ganso na seleção olímpica, o Santos também está fora da briga. Três: o atual time do Flamengo não chega a ser tão ruim quanto o de 2010, mas tem se esforçado pra chegar lá. Pode até melhorar se conseguir contratar os dois ou três caras certos, mas para brigar pelo título precisa de mais do que isso. Como escrevi outro dia, na resposta a um comentário do Johnny, duas ou três contratações bem feitas podem ajustar um time e colocá-lo na briga, mas o que está pintando é uma disputa entre Vasco, Fluminense, Cruzeiro e Inter. Eu talvez devesse incluir aí nessa lista o São Paulo, porque não há como olhar para o Campeonato Brasileiro sem enxergar um time paulista na luta pelo título. Mas tá difícil. 
Perder para o Grêmio no Olímpico não chega a ser um problema. Pelo contrário: é sempre um resultado possível e assimilável. Ainda mais no caso do Flamengo, que definitivamente não combina com o clima do Sul. De 2007 pra cá, foram apenas duas vitórias, contra Paraná e Figueirense, em vinte e sete partidas jogadas em Porto Alegre, Caxias do Sul, Florianópolis e Curitiba. Mas há derrotas e derrotas. Em 2009, por exemplo, o Flamengo perdeu para o Grêmio no Olímpico por quatro a um, só que o goleiro Victor saiu de campo dizendo que aquela tinha sido a melhor atuação de sua carreira. Victor fez quatro ou cinco defesas espetaculares, em lances cara a cara com Adriano Imperador e Emerson Sheik. Agora, perder para o Grêmio do jeito que o Flamengo perdeu no domingo é terrível, porque foi uma dessas derrotas que não deixam esperança, não indicam possíveis dias melhores, não permitem olhar para o futuro. Eu não vi, mas ouvi dizer que o mesmo aconteceu com o São Paulo no jogo com a Portuguesa.

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