quarta-feira, 6 de junho de 2012

A disputa de pênaltis na marca do pênalti. 
Não foram exatamente essas as palavras, mas na semana passada o presidente da Fifa, Joseph Blatter, disse que "quando uma partida é decidida nos pênaltis, o futebol perde sua essência". E completou: “Talvez Franz Beckenbauer, com o grupo de trabalho Futebol 2014, apresente propostas de soluções para isso". (Beckenbauer preside uma espécie de comitê que discute ideias para melhorar o esporte.) 
Olha, Mr. Blatter, eu não sou jornalista esportivo, nunca fui dirigente de clube ou federação, jamais me locupletei aprovando verbas de patrocínio ou sedes de Copa do Mundo, mas desconfio que o senhor andou lendo meu humilde blogzinho, mais especificamente um post publicado no dia 23 de fevereiro de 2011. Lá estão duas sugestões bem simples que repito agora, já que Beckenbauer se recusa a atender meus telefonemas. 
Primeira: acabar imediatamente com a disputa de pênaltis e fazer com que a prorrogação dure até que alguém vença. Nada substitui o clássico “primeiro gol acaba” das nossas peladas. Esse papo de que alguém pode morrer em campo (francamente!) é conversa pra boi dormir. Em janeiro desse ano, Djokovic e Nadal ficaram cinco horas e meia seguidas na quadra, disputando a final do Aberto de Tênis da Austrália, e os dois estão aí, vivinhos da silva e esbanjando saúde. O cansaço diminui a capacidade de marcação, aumenta os erros de lado a lado e proporciona chances de gol. 
Ouso afirmar o contrário: com a regra do “primeiro gol acaba”, a maioria das prorrogações duraria menos do que hoje, até porque neguinho não se acomodaria diante da possibilidade de empurrar a decisão para as cobranças. Acho que se poderia pensar em dobrar o número de substituições em jogos que fossem para a prorrogação, mas disputa de pênaltis é mesmo uma aberração que, na linguagem sofisticada da autoridade máxima do futebol, “acaba com a essência do jogo”.
Outra regrinha básica que deveria ser mudada, e esta sem grandes discussões, é a permissão que os goleiros têm de defender com as mãos bolas atrasadas sem intenção. Proponho rigor absoluto: atrasou com o pé, um abraço. Com ou sem intenção, o goleiro que se vire. 
Além dessas, claro, tem a questão do “gol fora vale dois”. Espero que Blatter e Beckenbauer tenham visto os oito jogos das quartas de final dessa Libertadores.

4 comentários:

  1. Concordo plenamente Murta....
    Deixei um recado pra vc. no post anterior. kkkk
    Abraço.
    Bom feriado.

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  2. Pra mim não, Luiz. Você deixou um recado pro Imperador, não foi? E você viu que o homem está assíduo na fisioterapia, inclusive chegando antes da hora marcada? Claro que até agora foram só duas sessões, mas isso é o de menos. Profissionalismo absoluto.
    Abração.

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  3. Ô Luiz, desculpa aí. Só agora vi o tal recado a que você se referiu. Mas ó: não entra nessa não. Jaime Agostini ganha uma bela de uma grana do blog para criar polêmica com o blogueiro e aumentar a audiência.
    Abraço grande.

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  4. Concordo que a prorrogação com "morte súbita" é interessante e valoriza a essencia do futebol. Mas a clássica disputa por penaltis já está enraizada tão profundamente no futebol que é dificil imaginar um clima de suspense e emoção tão grande
    como esse. Quantas disputas de penaltis épicas, históricas, o mundo já viu... será que valeria a pena excluir definitivamente este momento único do mundo do futebol?

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