A lição de domingo.
Não vi o jogo do Corinthians, e não posso falar muita coisa. Mas tenho visto, desde o Brasileirão do ano passado, muitos jogos do time. Por outro lado, quem acompanha o blog sabe que não tenho um pingo de paciência com as baboseiras dos nossos narradores e comentaristas, e poucas coisas são tão insuportáveis quanto o bom-menino Caio Ribeiro dizendo que o Corinthians mantém os jogos sob controle, que o Corinthians corre quando tem que correr, que o Corinthians diminui o ritmo quando tem que diminuir, que o Danilo isso, que o Jorge Henrique aquilo, um monte de asneiras. Ele só acerta quando elogia o Paulinho – pra mim o jogador mais importante do Brasileirão de 2011, apesar de estar longe de ser craque. Como não vi, não sei se Caio comentou a partida de ontem ou se foi o Casagrande, mas é óbvio que essa idiotice de controlar o jogo foi pro vinagre. Futebol é bacana do jeito que é, justamente, porque time nenhum consegue controlar nada. O que você pode é fazer dois ou três gols e decidir a parada – a não ser, claro, no caso do Flamengo, que faz dois ou três e entrega –, mas controlar jogo não existe. Quando tudo parece sob controle, vem um botinudo qualquer, dá um chute lá do meio da rua, a bola desvia em alguém, mata o goleiro e um abraço. Por sorte, a lição aconteceu nesse estadual meia-boca, a tempo do Corinthians entender que controlar jogo é conversa fiada e não repetir o erro na Libertadores. Mas vale a lembrança: apesar de toda a onda em torno da competição, a Ponte Preta é muito melhor que o Deportivo Táchira, o Nacional do Paraguai e no mínimo igual ao Cruz Azul. Ou seja: até agora foi como tirar doce de criança. A encrenca começa no mata-mata.
Gol olímpico é raro, e quando a bola entra lá na segunda trave, é sempre bonito. Entretanto, por mais que o batedor seja habilidoso e a cobrança traiçoeira, não há gol olímpico que não seja falha do goleiro. Deola deu mole, mas chega a ser covardia jogar a culpa de tudo em cima dele – que, de quebra, também falhou no terceiro gol. A jogada mais perigosa do Palmeiras em toda a partida foi uma cabeçada pra trás do Barcos, ainda no primeiro tempo. Ou seja: nada. Aí o jogo acaba e o time ainda tem a cara de pau de ir lá reclamar do juiz. Francamente.
Não teve graça. O São Paulo jogou como time grande tem que jogar contra time pequeno, marcou a saída de bola, apertou, fez gol cedo, chutou bolas na trave, obrigou o goleiro do Bragantino a trabalhar pesado, levou um sustinho de nada e ganhou com sobras. Luis Fabiano recebeu o terceiro cartão amarelo e não vai enfrentar o Santos, mas não deve fazer falta: desde que voltou ao clube, Luis Fabiano só tem resolvido fabulosamente contra os times pequenos. (Quem fala não sou eu. São os fatos. Leiam aqui.)
O Corinthians foi eliminado do estadual e agora vai pensar só na Libertadores. O Palmeiras foi eliminado do estadual e agora vai pensar só na Copa do Brasil. O Flamengo foi eliminado do estadual e agora vai ter trinta dias pra pensar em tudo que está fazendo de errado. As duas semifinais de turno entre Flamengo e Vasco, vencidas pelos vascaínos por dois a um e três a dois, foram as melhores partidas do Campeonato Carioca. Ambas foram sensacionais, o Flamengo não jogou mal em nenhuma das duas, mas isso deve ser posto na conta da rivalidade e do que os clássicos representam, porque a verdade é que o Vasco é muito superior ao Flamengo. O Vasco é um time, o Flamengo é um bando. Não achei pênalti do Felipe no Alecsandro, mas discutir isso é tapar o sol com a peneira. Pela terceira vez em pouquíssimo tempo, o Flamengo levou gols importantes com Felipe espalmando bolas para o meio da área (contra o Vasco, contra o Olimpia e novamente contra o Vasco). Pela décima vez, no mínimo, o time abre vantagem e não consegue garantir a vitória. Pela centésima vez o time morre faltando vinte minutos pro jogo acabar. Não acho que Joel Santana deva ser demitido. Acredito que ele não teve tempo e condições para acertar a falta de time herdada de Luxemburgo, e não vejo quem pudesse ser colocado ali pra resolver problemas que não são exclusivamente da competência do técnico. Mas precisa mudar muita coisa, e um mês talvez seja pouco.
Gosto do Barcelona e em nenhuma hipótese torço pelo Real Madrid. Nem pelo Mourinho. E apesar de reconhecer que se trata de um jogador muito perigoso, não há quem, sob o perfeito domínio de suas faculdades mentais, consiga aturar o Cristiano Ronaldo. Como o Real venceu, tudo isso deve ter influenciado na minha má vontade com o jogo de sábado, mas Barcelona e Real Madrid foi uma tremenda pelada. O Barcelona jogou muito mal e o Real Madrid não jogou. É muito provável que eu esteja errado, talvez não exista mesmo outra maneira de enfrentar o Barça, mas acho um absurdo um clube gastar o que o Real Madrid gasta para contratar e manter Cristiano Ronaldo, Xabi Alonso, Di Maria, Ozil, Khedira etc, para parecer um timeco de subúrbio, um Madureira qualquer, entrincheirado em seu próprio campo. Terça-feira vou torcer pro Barcelona contra o Chelsea. E quarta, claro, sou Bayern de Munique desde criancinha.
Realmente esse papo de que Corinthians controla jogo cansa. Pra mim o Corinthians vem dando é muito sorte faz tempo. Ah, faltou você falar de "mais um golaço do Neymar". (marcelo Henriques)
ResponderExcluirSim, Henriques, você tem toda razão. E além do golaço, a bola fantástica que ele meteu na cabeça do Maranhão, no lance do primeiro gol. O moleque é o capeta.
ResponderExcluirAbração e saudade.
Murta,
ResponderExcluirVc. deve ter visto os gols do jogo do Corinthians. Infelizmente o Julio Cesar não é confiável. Duas falhas lamentáveis. Concordo que o Corinthians não controla o jogo. No segundo tempo foi um jogo de defesa contra ataque, mas a Ponte teve seus méritos. Que sirva como lição e que o Tite repense e dê uma oportunidade ao Cássio.
Estou contigo, estou torcendo para o Barça e o Bayern. Dá gosto de ver os jogos da Liga dos Campeões. Aquele jogo do fim do ano deu a verdadeira noção da diferença entre os times brasileiros e europeus.
Abraço
Grande Luiz Eduardo,
ResponderExcluirGoleiro é uma profissão dos infernos, mas paciência. Passarinho que come pedra sabe o cu que tem. É preciso pegar todas, e só podem passar as que são mesmo indefensáveis. Lá no Flamengo o Felipe faz defesas mirabolantes, mas sempre encontra um jeito de entregar.
Apesar de não ser espalhafatoso e nem marrento - coisas que admiro - me parece que o Júlio César está longe de ter o equilíbrio emocional e a autoconfiança que caracteriza os grandes goleiros.
Quanto à diferença entre os times brasileiros e os europeus, evidenciada no chocolate do Barça em cima do Santos, insisto que vale a pena ler o longo e excelente texto do Nuno Ramos na edição de março da revista Piauí.
Grande abraço.
a derrota do Corinthians tem nome... 6X0 dai JH e CIa acham q sabem jogar bola... vai pra putaquepariu ele e esse filho da puta do JC
ResponderExcluirEstou contigo Magalha....
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