Minhas preferências para as oitavas da Libertadores.
Ontem tivemos mais uma prova de como o futebol é fascinante e inexplicável.
Vou pegar a agência de propaganda onde trabalho como exemplo. Fico numa sala com mais de vinte pessoas, das quais cerca de quinze acompanham o esporte. Ontem, quem podia ver o jogo todo, viu. Quem não podia ver tudo, acompanhava o que era possível. E quem não podia ver nada – alguém precisa trabalhar na agência – recebia notícias pelos outros ou via internet.
Por mais paradoxal que possa parecer, todos esses caras gostam de futebol e todos torciam pelo Chelsea. Por que, não sei. Aí você conversa sobre futebol com esses mesmos caras, e eles dizem que uma das causas da mediocrização do futebol brasileiro foi a seleção de 82 ter perdido a Copa do Mundo, agravada pela conquista da de 94. Ou seja: fascinante e inexplicável.
A eliminação do Flamengo, ainda na fase de grupos da Libertadores, trouxe dois benefícios. O primeiro é obrigar os mandatários do clube a enxergar a verdade, e aceitar de uma vez por todas a necessidade de uma chacoalhada geral. Mas não me venham com dispensa de Rodrigo Alvim e Maldonado. Isso é mais do que óbvio e é muito pouco. Precisa sair muito mais gente, e gente que até agora era titular do time. Tem que cortar na carne.
O segundo benefício é que, sem o clube do coração na disputa, é possível acompanhar a Libertadores com todos os confortos de ser um peru de fora, torcendo apenas por bons jogos. Sendo assim, faço aqui minha declaração de torcida nas oitavas, com as respectivas justificativas.
Fluminense x Inter: torço para o Fluminense por motivos familiares e porque gostaria de ver, nas quartas, uma reedição de Fluminense x Boca Juniors. Dito isto, claro está que no jogo Unión Española x Boca Juniors, vou torcer pelo Boca. Universidad de Chile x Deportivo Quito, torço para o Universidad de Chile, que não tem craques mas é um time muito bem armado. É bom que siga adiante. Libertad x Cruz Azul, Libertad, porque não me conformo com essa absurda história de time mexicano disputar a Libertadores e, se vencer, não ir ao Mundial de Clubes. Pensando nas quartas de final, torço para o Corinthians contra o Emelec e para o Vasco contra o Lanús. Corinthians x Vasco tem tudo pra ser uma disputa quentíssima. Torço para o Santos contra o Bolívar, por causa do Ganso e do Neymar, e para o Atlético Nacional contra o Vélez. Além da Universidad de Chile, o Atlético Nacional foi o outro time estrangeiro que gostei de ver jogar. Eles têm dois atacantes rápidos e enjoados (Pabón e Mosquera), e uma certa irresponsabilidade ofensiva que dificilmente leva à conquista de títulos, mas que torna as partidas muito mais bacanas.
Resumindo: Flu, Boca, Universidad de Chile, Libertad, Corinthians, Vasco, Santos e Atlético Nacional. Mas atenção: não são palpites, que eu não sou trouxa. São apenas minhas preferências.