segunda-feira, 3 de outubro de 2011

O que acontece com o São Paulo quando pega adversários de responsa?
Quando fui ao Morumbi no dia sete de setembro, no milésimo jogo de Rogério Ceni com a camisa tricolor, me diverti com os comentários da gangue do Setor Azul, comandada pelo Jaime. O primeiro tempo terminou um a um, contra o fraquíssimo time do Atlético Mineiro, e um dos torcedores mais antigos esbravejava: “Isso aqui agora é campo neutro! Todo mundo vem aqui e faz o que quer”. Além de pontos incompreensíveis perdidos em casa no primeiro turno, o time abrira o segundo turno perdendo para o Fluminense por dois a um. O São Paulo acabou vencendo aquele festivo jogo com o Atlético, mas a performance no Morumbi tem sido estranha – a começar pelo inédito fato de ter sido derrotado, ali, pelos quatro clubes cariocas. Mas tem outra coisa no São Paulo que me intriga, e não é uma implicância, não é uma opinião, é uma constatação: o time tem muita dificuldade para se impor nos grandes jogos. Também não pretendo entrar no tenebroso rumo das estatísticas, mas vejamos. Como o Brasileirão dois mil e onze virou uma reedição dos saudosos torneios Rio-São Paulo, vamos fechar o raciocínio nos jogos entre esses oito clubes. Só clássico. Só pedreira. Pois bem: o São Paulo já disputou onze dessas partidas e ganhou apenas uma, contra o Fluminense, e mesmo assim lá na primeira rodada, com o campeonato ainda longe de ter engrenado. Meus amigos são-paulinos não me queiram mal, mas a impressão que dá é que, quando o bicho pega pra valer, o time atual parece mais um bando de meninos. O que mantém o São Paulo vivo na briga é que, como a gente sabe, o que decide um campeonato como esse são os pontos perdidos contra os pequenos. (Foi aí, por exemplo, que o Corinthians jogou no colo do Fluminense o título do ano passado.) Quando Ricardo Gomes dirigia o time e sofreu seu primeiro AVC, dizia-se que o verdadeiro significado da sigla era Ausência de Vitórias em Clássicos. Ricardo saiu, Carpegiani passou, Adílson veio e a ausência continua. Será que é problema do técnico? 
Por ser o time que eu torço e, consequentemente, o que mais acompanho, posso até estar enganado. Mas tenho a nítida sensação de que o Flamengo é o mais irregular entre todos os times do campeonato. Não é admissível jogar tão mal quanto jogou semana passada contra o América Mineiro, apesar da vitória, e fazer uma partida tão consistente quanto a que fez ontem contra o São Paulo. Firme na marcação, consciente na posse de bola, perigoso nos contra-ataques. Confesso que eu não sei como o Ronaldinho consegue se controlar diante do desperdício das chances que ele cria, e não atenua muito as coisas dizer que o Rogério Ceni foi o melhor jogador do São Paulo. Fez dupla no Santos com Pelé, e depois brilhou também no São Paulo, um centroavante chamado Toninho, que era muito frio dentro da área e costumava dizer o seguinte: “Não adianta mandar a bola na direção do gol e achar que você fez o seu trabalho. O bom atacante tem que olhar pra onde está concluindo e jogar a bola fora do alcance do goleiro.” Parece fácil, não? 
Se não gosto de reclamar da arbitragem quando meu time perde, imagine quando ele ganha. Mas não dá pra deixar passar a covardia do juiz Fabrício Neves Correa em não expulsar o Dagoberto, que fez a falta mais feia da partida menos de um minuto depois de receber o cartão amarelo por tirar a camisa na comemoração do belo gol. É o que eu sempre digo: ele queria prejudicar o Flamengo? Claro que não: a expulsão do Lucas, que mudou o jogo, foi injusta, por causa do exagero no primeiro cartão amarelo. Depois disso, a expulsão do Willians foi mais absurda ainda, porque sequer houve falta no lance. Não é má intenção, é que os caras são fracos, inseguros e sem critério. Mas não ter peito para expulsar o Dagoberto pegou mal à beça. 
Com o final de semana em Itapeva, no interior de São Paulo, visitando a sogra e comemorando os aniversários da minha mulher e do cunhado flamenguista, só foi possível assistir a São Paulo e Flamengo. O blog fica devendo a vascaínos, corintianos, tricolores cariocas e botafoguenses.

3 comentários:

  1. Jaime, rebaixado no carioca,3 de outubro de 2011 às 10:13

    isso chama cu na mão. time e técnico cagão. sem maturidade pra ser líder e muito menos campeão. ele tirou o luis fabiano, ok. tava cansado, ok. já tinha combinado, ok. mas colocar o carlinhos paraíba? o lucas não marca ninguém. não perdemos marcador nenhum no meio campo pra colocar um volante. só chamou os caras pra cima. pede pra tomar vaia. tira o luis fabiano, coloca o henrique e recua o dagoberto. tanto viu q fez merda, q depois tirou um volante e colocou o henrique. não precisava desse merda, q além de não fazer porra nenhuma, ainda desviou a bola no gol do renato. aliás, alguém pode me dizer se alguma vez a bola já desviou no zidane, no pelé, no zico (dentro ou fora do maracanã)? a bola sempre desvia em desgraçado? é incrível q 63 mil pessoas num estádio e um clima de festa não motiva um cara de 20 anos como o casemiro. esse garoto tem q tomar um pau. e o dagoberto? fez aquela papagaida na comemoração do gol e depois chuta o cara pra ser expulso. é muito safado esse sujeito. ele tem q entender q a vida toda ele foi e sempre vai ser coadjuvante. ele nunca vai ser estrela em lugar nenhum. o junior cesar, q era banco do juan, cruzou 3 bolas na cabeça de jogadores do flamengo, até sair o gol. o juan não acerta uma. tem q ficar fora da libertadores de novo, vender rhodholfho, lucas e casemiro (foda-se q vão embora cedo. q fiquem com depressão, toquem fogo na casa e de preferência morram queimados), sumir com dagoberto, c.paraíba, marlos, fernandinho, juan e jean, e começar tudo do zero. contratar direito. jogador com vontade e raça. subir da base e deixar bem claro pra eles q ainda não são porra nenhuma. e, claro, achar/inventar/pagar o dinheiro q for pra um técnico q preste.

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  2. so tenho uma duvida... o Chicao deu lugar ao Paulo Andre pelo q me lembro em funcao das bolas aereas e muitos gols de cabeca... dai vem a duvida o primeiro gol do Vasco foi como? e qm deveria ter marcado?
    sem mais

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  3. Como vocês viram, o presidente de honra do blog está possesso. E coberto de razão.

    1. Eu não sei por que nossos técnicos - todos, sem exceção - gostam de comprar esse tipo de briga. Com menos de três minutos de jogo, a torcida do São Paulo já começa a pedir Rivaldo. Eu não concordo, mas paciência. Então, se o Luís Fabiano precisava sair, por que o cara não aproveitou pra colocar o Rivaldo? Aí, se perde o jogo ele tem a defesa pronta: não era isso que vocês queriam? Pôr o Carlinhos Paraíba naquele momento foi como assinar que a partida estava sob o controle do Flamengo.

    2. Já vi centenas de gols contra, alguns esquisitíssimos, mas foi mesmo comovente o esforço que o Carlinhos Paraíba fez para desviar aquela bola e matar o Rogério. Não é qualquer um que faz aquilo não. E o Jaime está certíssimo: muita gente vai dizer que foi azar, mas esse tipo de coisa só acontece com cabeçudo.

    3. A preguiça e o desinteresse do Casemiro já foram citados várias vezes aqui no blog. Não dá pra entender. Lembro de uma entrevista do (desculpe, conselheiro) Muricy no programa "Bola da Vez", quando ainda era técnico do São Paulo, em que ele disse que o problema de Cotia é que "faltava fome" à garotada que saía de lá. É uma boa teoria e Casemiro é um ótimo exemplo.

    4. Na hora não pensei nisso, e nem quando escrevi o post. Mas, realmente, não pode ser descartada a hipótese do Dagoberto ter cavado uma expulsão no lance da falta no Galhardo. Por quê? Sei lá. Pelo mesmo motivo que a gente não consegue entender o tédio do Casemiro.

    5. Canso de ver jogos de times grandes em que, quando as coisas vão mal, a primeira reação da torcida é gritar o clássico "queremos raça". Quase nunca procede, porque quase sempre o que falta é qualidade mesmo. Mas o caso do São Paulo me parece diferente. Ninguém em sã consciência pode dizer que os times são-paulinos que conquistaram a Libertadores em dois mil e cinco e os três campeonatos brasileiros nos anos seguintes eram um primor de técnica e habilidade. Mas era duro ganhar deles. Agora, os caras entram em campo como se fossem passear de mãos dadas no parque com o filhote de três anos. E isso, diante de sessenta e três mil torcedores apaixonados. Jaime Agostini tem todo o apoio do blog em sua diatribe.

    E quem também tá apoiado é o grande Magalha. Sai Fulano, entra Sicrano, e nossos times continuam tomando gols de bola parada aos montes. Gozado. Antigamente, um dos recursos das nossas zagas para afastar jogadas de perigo era botar a bola para escanteio. Hoje, parece mais seguro cometer um pênalti. Escanteio contra defesas brasileiras é meio gol.

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