Um bom começo.
O futebol brasileiro começa o ano de dois mil e onze com duas boas notícias: a volta do Ronaldinho Gaúcho e a aposentadoria do Washington.
Washington parar de jogar é surpreendente, já que, na verdade, ele nunca começou. É preciso reconhecer: o cara sempre teve raça, superou por muito mais tempo do que se previa o problema no coração, lutava até o último minuto das partidas, honrou a camisa dos clubes que defendeu. Mas, ave-maria, como o bichinho era ruim de bola.
Claro está, pra todo mundo, que não há chance de termos o Ronaldinho Gaúcho jogando como nos tempos do Barcelona, como naquele antológico chocolate em cima do Real Madrid no Santiago Bernabeu. Aquilo lá, nunca mais. Mas é legal pro futebol brasileiro o retorno de jogadores que ainda desequilibram. Sou contra o repatriamento sem critério, que acaba trazendo de volta caras que nunca jogaram bola aqui no Brasil mas que, provavelmente por conta da astúcia de seus empresários, passaram algumas temporadas no exterior. Ou caras que não se aguentam mais em pé, e vêm pra cá por achar que no Brasil sempre dá para enganar mais um pouquinho. Mas quando alguém vai lá fora e traz o Robinho (mesmo que por apenas um semestre), o Fred, o Emerson, o Douglas, a qualidade dos jogos melhora e nosso futebol sai ganhando. Adriano e Ronaldo Fenômeno são casos à parte – o primeiro pelo excesso de polêmica e o segundo pelo excesso de peso –, mas ambos foram campeões, fizeram a festa de suas torcidas e mostraram para nossos craques de exportação que é possível voltar a jogar no Brasil.
Tentando ser imparcial, acho que o Ronaldinho Gaúcho deveria ter optado pelo Grêmio. Primeiro pela história, e depois pelo momento. Acho bacana o caso do Verón: depois de enriquecer na Europa, decidiu passar seus últimos anos de carreira no clube que o revelou, o Estudiantes. E voltou jogando bola, comandando o time na conquista da Libertadores de dois mil e nove. Milionário, campeão mundial pela seleção brasileira e eleito duas vezes pela FIFA o melhor jogador do mundo, Ronaldinho Gaúcho poderia seguir o exemplo de Verón e optar pelo Grêmio. O segundo motivo é técnico: se ele está voltando pra jogar futebol em alto nível, teria que escolher o único dos três pretendentes que vai disputar a Libertadores. Qual o sentido de, nessa altura da vida, enfrentar o Palmas de Tocantins pela Copa do Brasil? Entretanto, como eu torço para o Flamengo e não tenho nada a ver com a confusão armada pelo irmão e empresário, gostei.
Acredito que, pelo talento indiscutível e pela sorte de não ter sofrido contusões graves, Ronaldinho Gaúcho ainda pode incendiar jogos, levantar títulos e fazer sucesso no futebol brasileiro. Mas é bom lembrar o que Telê Santana disse para o Reinaldo, quando ele tinha dezesseis anos e começava a brilhar no Atlético Mineiro: “Meu filho, no futebol o passado não conta; se você não jogar nada na quarta-feira, ninguém vai se lembrar dos gols que você fez no último domingo.”
Tava com saudades. Saudações rubro-negras. Bjs.
ResponderExcluirSaudade de mim ou do blog? Espero que seja dos dois.
ResponderExcluirAbração.
Dos dois, é claro!
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