sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Efeito Espanha: o lado bom e o lado ruim.
Houve um momento do futebol brasileiro em que técnicos espertos pegavam volantes de boa técnica e os transformavam em zagueiros excepcionais. Isso aconteceu com Roberto Dias no São Paulo, com Leônidas no Botafogo, com o paraguaio Reyes no Flamengo e, no exemplo mais emblemático de todos, com Wilson Piazza na fenomenal seleção brasileira de setenta. 
A era do futebol de resultados (uma bobagem completa, mas vamos em frente), inverteu a história: treinadores obtusos pegavam zagueiros botinudos e os transformavam em volantes. Com isso, abria-se uma vaga no time para mais um zagueiro-zagueiro e empurrava-se o volante original um pouquinho mais pra frente, transformando-o em meia. Hernanes do São Paulo e Ibson do Flamengo eram ótimos volantes que viraram meias burocráticos. Depois, os mesmos técnicos que fazem isso reclamam que não existe mais meia no futebol brasileiro. Bidu. 
Essa tendência predominou até onze de julho de dois mil e dez, quando duas seleções com três atacantes chegaram à final da Copa do Mundo e, sobretudo, com a vitória da mais ofensiva delas, a Espanha. Justiça seja feita: o Santos do primeiro semestre já jogava  assim, com três caras bons de bola no meio-campo (Arouca, Wesley e Paulo Henrique) e três atacantes (Robinho, André e Neymar). O problema é que, por não ter disputado a Libertadores e não ter mantido o time pro Brasileirão, o Santos ficou apenas com os títulos de segunda linha, e muita gente – inclusive eu – manteve um certo ceticismo em relação à fórmula. 
Mas o fato é que, agora, todo mundo quer jogar daquele jeito, esquecendo que bons jogadores são sempre mais importantes do que esquemas táticos. O Santos e a Espanha tinham os caras certos. Ok. Mas no final da última temporada até o Flamengo andou se assanhando, ao escalar Diego Maurício, Deivid e Diogo no ataque. Deu errado, claro, como de resto deu errado tudo que o Flamengo tentou no ano passado. 
Meu amigo Magalha, corintiano radical, ontem estava uma arara com as opções táticas do Tite no empate contra o Tolima. Antes do jogo, a imprensa noticiou que o Corinthians voltaria ao esquema que mais sucesso obteve de dois mil e oito pra cá. Só esqueceram de lembrar ao gênio que teve essa ideia que o André Santos, o Christian, o Elias e o Douglas não estão mais lá. Mas eu continuo achando que o Corinthians passa para a próxima fase.

6 comentários:

  1. ih, virou paulista: nem um comentário sobre a inacreditável sequência de derrotas do vasco?

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  2. Luiz Eduardo Loureiro28 de janeiro de 2011 às 09:27

    Pois é, meu caro Jorge. Eu era bombardeado por alguns corinthianos. Diziam que o Douglas era um jogador apático, que pegava poucas vezes na bola e não corria. Meus amigos, a bola é que tem que correr. O cara pegava 07 vezes na bola e deixava os companheiros de time na cara do gol pelo menos 04 vezes. É isso que falta ao Corinthians. Sem dizer que não dá pra comparar Christian e Elias com Ralf e Jucilei. Tudo isso vem ao encontro dos seus argumentos. Faltam volantes e meias que joguem de cabeça erguida. Bem...sei que vou sofrer um bocado mais na quarta-feira.

    Abraços

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  3. Lucas,
    Ainda não. A questão é que, como se trata de futebol, tenho medo de certas coisas. (Superstição? É bastante possível, sendo neto e filho de quem sou.)
    Vai que eu desço o sarrafo aqui, chega domingo e os caras dão um sacode na gente? Com que cara eu fico?
    Beijo pra você, pra Clarice e pro futuro rubro-negrinho.

    Luiz Eduardo,
    Depois da entrega do prêmio da CBF, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, vi o Ronaldo Fenômeno encher o Douglas (que não estava presente) de elogios no SporTV. E aí é o seguinte: é elogio de quem conhece, né? Quarta-feira você vai sofrer um pouquinho sim, mas acho que o Corinthians segue na competição.
    Grande abraço.

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  4. Luiz Eduardo Loureiro28 de janeiro de 2011 às 10:36

    Obrigado pelo apoio...rssss...vamos precisar.
    Quanto ao Vasco...mais uma vez você está com a razão, como diz aquele velho ditado: "clássico é clássico e vice-versa".
    Abraço.

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  5. Pôrra, Murtinho. Vc é um gênio. Não sabia que vc entendia tanto de futebol. Outra coisa: pelo que entendi nos comentários aí de cima, vc vai ser vovô, é isso mesmo??? Se for, é um golaço!!! Bjs.

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  6. É isso aí, Valois. Golaço de placa, da tabelinha Lucas e Clarice. E a maior torcida do mundo não para de crescer. O moleque só chega no final de maio, mas já ganhou o minimanto sagrado.
    Beijão.

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