quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A importância de ser campeão da Copinha.
André Dias; Rafael Almeida, Nando, Guilherme e Bruno Bertucci; Douglas, Marcelinho, Sasha e Fernando Henrique (Arnon); Boquita e Jadson (Vinícius). Esse foi o time do Corinthians que venceu a Copinha em dois mil e nove. Incluindo o Boquita, que chegou a fazer algumas partidas no time de cima sem jamais convencer, os outros despontaram rapidamente para o anonimato. Um ano antes, Paulo Henrique Ganso jogou a Copinha pelo Santos e foi eliminado nas quartas de final. 
Em condições normais de temperatura e pressão, é possível dizer que ganhar a Copinha não quer dizer nada. Categorias de base existem para descobrir e preparar jogadores, e não para ganhar títulos. Quando os juniores ainda eram chamados de juvenis, lembro de uma sequência de títulos do Fluminense, lá no Rio, que se explicava por suas duplas de zagueiros formadas por caras grandalhões que espanavam a entrada da área. O que o Fluminense não percebia é que aqueles caras só eram grandalhões em relação aos miúdos atacantes adversários. Quando chegavam ao time de cima, a superioridade física acabava e sobrava só a ruindade. 
No caso do Flamengo, entretanto, a conquista da Copinha deve ser vista com um pouco mais de boa vontade, pela absoluta bagunça em que o clube se transformou já há algum tempo. Dizem que o Centro de Treinamento dos garotos do São Paulo, em Cotia, é excelente. O do Cruzeiro também. Enquanto isso, a molecada rubro-negra treina em um lugar, almoça em outro, descansa não sei onde. Se ainda assim os caras chegam lá e ganham – eliminando, inclusive, São Paulo e Cruzeiro –, algum mérito devem ter. 
Vi poucos momentos dos jogos e gostei do goleiro César, do volante Luís Felipe Muralha e do meia Adrian. Guilherme Negueba sabe jogar bola, mas falta muito para se transformar num jogador de futebol. (São coisas diferentes.) Agora é esperar. Daqui a dois anos a gente volta a conversar sobre esses caras.

4 comentários:

  1. Luiz Eduardo Loureiro26 de janeiro de 2011 às 04:37

    Bom dia Jorge!
    Concordo plenamente com seu comentário a respeito do Roberto Carlos. Preocupante acharem que ele está "voando".
    Abraços

    Luiz Eduardo

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  2. Apesar do exemplo do time corintiano de 2009 que não emplacou ninguém, tem o famoso contra-exemplo do time do Flamengo campeão de 90 que tinha Junior Baiano, Paulo Nunes, Marcelinho, Djalminha e acabou, misturado a jogadores mais experientes como Junior e Gaúcho, ganhando o Brasileiro de 92. Claro, não estou afirmando que vamos ganhar o Brasileiro de 2013 (até pq a fórmula atual de competição é bem diferente daquela de 20 anos atrás, o campeonato é 'outro'), mas sabendo mesclar essa molecada com caras mais experientes como Leo Moura, Maldonado e, por que não, R. Gaúcho e T. Neves, é possível montar um time bem interessante.
    Mas, claro, isso só o tempo dirá.

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  3. Luiz Eduardo,
    É mesmo impressionante a capacidade que as nossas torcidas têm - todas, sem exceção - de acreditar no inacreditável. Abração.

    Thomas,
    Pra você ver como a coisa é mais complexa do que parece: mesmo nesses exemplos que você deu, os dois jogadores mais talentosos não "aconteceram" no Flamengo. Eu chego a achar estranha a idolatria que a torcida corintiana tem pelo Marcelinho, que no Flamengo nunca foi mais do que um jogador comum. Djalminha, idem. Brilhou no Guarani, no Palmeiras, na Espanha, mas no Flamengo não vingou. O eixo do post está no fato de que o grande objetivo das categorias de base não é (ou, pelo menos, não deveria ser) ganhar títulos. Tem que descobrir, corrigir os erros, orientar (você não acha que, tão novinho, tão novinho, o tal do Guilherme Negueba já não merece uns cascudos?) e preparar para o time de cima. Eu preferia ficar vinte anos sem ganhar a Copinha, mas revelar um Ganso a cada vinte anos. Já tava de bom tamanho.
    Abração.

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