segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

O Flamengo nunca perdeu clássico no Engenhão, o Fluminense não ganha clássico desde 2010, o Vasco 100% é o time da virada.
Uma das coisas mais bacanas do futebol acontece quando mitos viram pó e estatísticas são rasgadas e atiradas ao vento, feito papéis com as notas das escolas de samba paulistanas nas mãos de um simpatizante da Império da Casa Verde. Em apenas cinco dias, os três mitos do título desse post foram pro espaço, em jogos disputadíssimos e surpreendentemente muito bons. 
Um dia vi o alucinado do Bernardinho declarar que uma das coisas que mais atrapalham o trabalho dos treinadores no Brasil é o maniqueísmo da imprensa e da torcida. Bernardinho reclamava – com razão – que aqui é assim: quando se ganha, tudo foi maravilhoso; quando se perde, nada prestou. Os três a zero que o Fluminense sapecava no Vasco até os trinta e oito minutos do segundo tempo aparentam uma atuação de gala do primeiro e uma tarde catastrófica do segundo, só que não foi bem assim. O Vasco jogou com a mesma valentia dos últimos tempos, mas a falha de Fernando Prass no gol do Deco perturbou o time e matou o jogo. O Fluminense voltou a mostrar o problema que pode se transformar em pesadelo na Libertadores: a zaga não ganha uma bola alta. O Vasco teve nada menos do que cinco chances claras de marcar em cabeçadas – duas com Dedé, uma com Nílton, uma com Diego Souza e a do Eduardo Costa, que entrou. Na Libertadores, com aqueles campinhos acanhados e times que, por limitação técnica, usam e abusam de levantar bolas na área, vai ser um sufoco. 
Pra quem via o jogo sem maiores envolvimentos, foi uma pena a cabeçada do Dedé na trave, no lance seguinte ao gol de Eduardo Costa. Um segundo gol do Vasco, naquele momento, originaria com certeza os dez minutos mais tensos do futebol carioca em muitos anos. 
A fórmula de disputa do Campeonato no Rio é muito louca, mas deixa as coisas bem mais animadas do que no Campeonato Paulista, que demora demais pra valer de verdade. Querem um exemplo? Fernandinho infernizou a vida da defesa palmeirense, fez gol num bonito chute de pé direito de fora da área, beijou o escudo, regeu a torcida, pintou e bordou. Como todos sabemos que nada disso acontece na vida real, essa extensa e desnecessária fase do Campeonato Paulista é uma tremenda mentira. Mas tem gente que aproveita pra se firmar e tem gente que vai costurando um ponto de interrogação na camisa. 
No São Paulo: ultrapassada a compreensível fase de deslumbramento, que o fez afundar junto com todo o time do Botafogo na reta final do Brasileirão de 2011, Cortês voltou a jogar o futebol que o levou à seleção brasileira. Cícero também fez bom jogo e Lucas continua sendo uma incógnita. Aliás, era mesmo o caso de fazer esse frege todo com a CBF pro cara participar de uma partida que não valia nada? Eu, hein. E o Jádson? Bom, eu ainda não sei qual é a do Jádson, e acho que ninguém sabe. Ponto de interrogação por baixo daquele número dez na camisa. 
No Palmeiras: Juninho foi boa contratação, e Daniel Carvalho também, embora não entre em minha cabeça essa dificuldade que jogador de futebol tem para emagrecer e recuperar a forma. É mimo demais. E depois de várias tentativas equivocadas, como Welington Paulista, Fernandão e Ricardo Bueno, parece que o time finalmente encontrou um centroavante. Barcos dá trabalho. Henrique continua atabalhoado e Maikon Leite permanece sem saber se corre ou pensa. Mas, como todo o time, pode melhorar jogando ao lado do Barcos. 
De qualquer modo, tudo isso só poderá ser confirmado quando o campeonato chegar à fase final. Até lá, segue sendo uma longa brincadeira.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Um time com a cara do Joel.
Enquanto segue essa briga de cachorro grande entre a Sky e o canal Fox Sports, rubro-negros que moram em São Paulo e corintianos que vivem no Rio terão dificuldades pra ver os jogos de seus times na Libertadores. Secando tudo e todos, Jaime Agostini me passou um link onde dá para acompanhar qualquer partida pelo computador. Claro que é uma bosta ver o jogo no laptop, com um telinha menor que gol de futebol de botão e a bola do tamanho de uma bolinha de tênis, mas pude ter uma ideia do que foi o Flamengo contra o Lanus. Continuo sem acreditar que consiga ir longe, porque certas deficiências técnicas não há arrumação tática que resolva, mas ontem foi possível ver pelo menos um esboço do que talvez venha a ser um time de futebol. Mais pragmático que Luxemburgo, e com mais disposição pra treinar o time dentro de campo do que pra fazer negócios e política fora dele, Joel logo percebeu que aquela zaga pueril precisa de proteção por todos os lados. Aos românticos e puristas, lembro que o melhor Flamengo dos últimos tempos, o do segundo turno do Brasileirão de 2009, jogava exatamente assim – e olha que era dirigido pelo Andrade, amante e fino representante do futebol-arte: um meio de zaga pouco confiável, dois laterais mais soltos e três cães de guarda marcando forte no meio-campo, com o Williams correndo exclusivamente pelo lado direito, pra cobrir e liberar o Léo Moura. Ou seja: se Ronaldinho Gaúcho e Vágner Love fizerem setenta por cento do que fizeram Petkovic e Adriano naquela competição, o time pode até dar um caldo. Não sei como a coisa vai funcionar quando tiver que sair pro jogo – na próxima partida, contra o Emelec no Engenhão, por exemplo –, mas ficou com uma cara. Feia, concordo, mas uma cara. 
Botei pra gravar o jogo do Corinthians, mas acho que não vai rolar não. Um a um com o Deportivo Táchira, da Venezuela? Melhor deixar pra lá. 
Ninguém brilhou na primeira rodada da Libertadores, mas o único problema ficou com o Vasco. O Inter largou na frente com sobras. Santos e Corinthians não venceram seus jogos fora contra adversários fracos, mas não terão dificuldades pra chegar à próxima fase. O Flamengo só precisa reduzir um pouco a sua imensa capacidade de fazer bobagens. A presença do Boca Juniors no grupo do Fluminense não assusta, porque se classificam dois e os outros dois não ameaçam. Quem vai ter que se virar é o Vasco, por ter perdido em casa e porque seu grupo é equilibrado. O tal do Libertad, do Paraguai, é um time chato, que eliminou o Fluminense na última Libertadores e o São Paulo na última Sul-Americana. Ali vai ser embaçado.
Para encerrar por hoje: não acompanho muito o futebol internacional, mas esse time do Arsenal é uma farsa, né não? Lembra o América dos meus tempos de infância. Camisa vermelha, jogava bonito, era querido por todos, mas não ganhava nada e foi o time que inaugurou, aos meus ouvidos, a expressão “nadar, nadar e morrer na praia”. O América sempre nadava, nadava e morria na praia. Todo mundo adora o Arsenal – incluindo Muricy, José Trajano etc –, mas aí você vai ver, o time está dezessete pontos atrás do Manchester City no campeonato inglês e ontem tomou uma chinelada do Milan dessas de perder o rumo de casa. Tremenda mentira. 
Bom Carnaval, e semana que vem a gente volta.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Algumas coisas do fim de semana.
Há muito tempo, quando ainda era possível ler a Veja, a revista publicou uma entrevista com a mulher do então ministro da Fazenda Pedro Malan. Ela era toda descoladinha, abusava das gírias e completava cada frase com uma vírgula e a palavra “malandro”. Na edição seguinte da revista, um dos maiores redatores da história da propaganda brasileira, Neil Ferreira, enviou para a seção de cartas duas linhas geniais, com o seguinte comentário: “Coitado do Pedro, malandro. Não deve ser mole ter em casa uma adolescente de quarenta anos.” Lembro dessa história toda vez que vejo o Ronaldinho Gaúcho jogar. Sim, é talentoso, é habilidoso, é inventivo, mas parece um jogador da Copa São Paulo de Futebol Júnior. Não sei se alguém aí já viu algum jogo dessa tal Copinha, mas ali o futebol parece um esporte individual, em que a molecada joga pra si e faz questão de apresentar, em cada lance, uma pequena amostra do seu arsenal de habilidades. Não há uma jogada do Ronaldinho em que ele não tente uma caneta, um lençol ou um toque de letra, mesmo que isso atrase o contra-ataque ou exponha o time. Como se trata de um cara que já ganhou Copa do Mundo, Champions League etc, isso é bem mais do que desnecessário. É ridículo.
Já escrevi aqui no blog que, por motivos familiares e gratidão a quem me iniciou no incomparável universo do futebol, não torço contra o Fluminense, a não ser no Campeonato Carioca, porque ali o Flu ameaça a hegemonia do Fla. Mas tem se tornado irritante o jeito como o tricolor vem encarando as derrotas. Não há um jogo que o Fluminense perca sem que chovam reclamações, xingamentos e suspeitas sobre a arbitragem. E aí vira um círculo vicioso: quanto mais reclamam, mais o Fred se joga na área com gestos escandalosos e menos os juízes caem na conversa. O atual Fluminense é mais um desses casos que volta e meia observo no futebol brasileiro: um time começa, com ou sem méritos, a ser cantado em prosa e verso, e aí não admite perder. Quando perde, a culpa é de todo mundo, menos do próprio time. No último domingo vi, mais uma vez, o Vasco ganhar do Fluminense no peito e na raça. Tem um time inferior, um elenco muito menos rico, mas não se intimidou nem mesmo com o gol que levou cedo, caiu pra dentro e virou o jogo. Juízes erram no domingo para um lado e na quarta-feira para o outro, e absolutamente não é isso que explica o fato do Fluminense não vencer um clássico regional há onze jogos. Ninguém pode gostar de perder, mas saber perder é obrigatório. 
Por falar em dificuldade para vencer clássicos regionais, o tricolor paulista vai pegando o cacoete do tricolor carioca. Treinador ousado é sempre um problema, e preciso admitir que aqui a palavra “ousado” é um eufemismo: na verdade, Leão inventou. Escalou mal, substituiu pessimamante e não soube aproveitar a ausência de três dos principais jogadores do Corinthians. Claro que o pênalti cobrado por Jádson à la Ronaldinho interferiu, mas faz parte do jogo, ué. O São Paulo contratou bem, dispensou melhor ainda e o time pode dar samba. Mas seria bom que o Leão não inventasse, que o Lucas não pipocasse nos grandes jogos e que o Dênis saísse do gol nas cobranças de escanteio. A defesa deu mole no gol do Danilo, mas, ao contrário do que afirmaram Cléber Machado, Caio e Casagrande na transmissão da Globo, ele tinha que ter saído naquela bola. 
No domingo retrasado, pouco mais de oito mil pessoas foram ao Engenhão pra ver Flamengo e Botafogo, que foi um bom jogo. No último domingo, pouco mais de sete mil pessoas foram ao Engenhão pra ver Vasco e Fluminense, que também foi muito bom. Outro dia, Bonsucesso e Macaé se enfrentaram no estádio de Édson Passos para um público de dez pessoas. Isso: dez pessoas. Uma dezena. Acho que, nos meus tempos de Rua Lauro Muller, eu nunca joguei uma pelada com apenas dez pessoas assistindo. Estão esperando o que pra fazer uma reavaliação séria do Campeonato Carioca?

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Agora sim: começou a temporada.
No tradicional encontro familiar de fim de ano, na casa de minha irmã mais velha, em Araruama, meu irmão Mário lamentava: pronto, agora vai começar essa encheção de saco dos estádios da Libertadores, as arbitragens da Libertadores, o jeito de bater lateral na Libertadores, o tiro de meta da Libertadores. Por um lado ele tem razão, por outro não. 
É mesmo exagerado o mito criado em torno da Libertadores, que eu acho que só vai acabar no dia em que o Corinthians ganhar a taça, mas é uma competição diferente sim. O que não chega a ser grande novidade: até a Copa do Brasil, que é um torneio dos mais vagabundos e para o qual ninguém daria a menor bola se não fosse a vaga na Libertadores, é bem diferente do Campeonato Brasileiro. E por aí vai. Mas os jogos da Libertadores são sempre tensos, não existe aquela frescura de juiz marcar falta em todas as disputas e dar cartão em qualquer pancada. Futebol tem pancada, tem malícia, neguinho chega junto, quem não gosta que vá jogar, assistir, narrar ou comentar outra coisa. 
Pois bem: começou a Libertadores e com ela começa de verdade a temporada de futebol no Brasil, já que não dá pra levar a sério esses estaduais em que o São Paulo enfrenta o time do MST do Pontal do Paranapanema e o Flamengo encara a seleção dos índios acampados na Praia de Camboinhas. 
Apesar da vitória, o Fluminense ontem não foi nada bem e só o Deco jogou bola. Fred jogou durante três minutos. Thiago Neves, que entrou no fim, aumentou a movimentação, procurou jogo, mas conseguiu muito pouco. Wagner foi uma decepção: além de não ter feito nada, creio ter garantido sua ida para a reserva com aquela expulsão idiota. O Fluminense parece ter montado um time que do meio pra frente vale muitos milhões de dólares, mas que do meio pra trás não vale dois tostões furados. Quem viu o jogo ficou sem acreditar que o fraco Arsenal não tenha feito um golzinho sequer, diante de tanto bate-cabeça da zaga tricolor. É verdade que a péssima atuação no jogo de ontem não quer dizer muita coisa: ano passado o Santos começou muito mal, passou raspando para as oitavas e acabou campeão. 
Como escrevi no post de 18 de fevereiro de 2011, com o título “O futuro da Libertadores”, continuo achando que a competição vai se transformar, cada vez mais, num minibrasileirão. O problema é que, esse ano, um monstro nos espera: a volta do Boca Juniors. E nós, brasileiros, trememos de medo quando temos o Boca pela frente.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O que salva os estaduais são os clássicos. O resto é sonífero.
Até ontem, todas as minhas tentativas de assistir a jogos dos campeonatos estaduais, tanto do Rio quanto de São Paulo, tinham terminado no mais profundo sono. 
Não tenho uma opinião definitiva a respeito da sobrevivência dos estaduais. No momento, penso que eles devem continuar sim, mas assumidamente encarados como pré-temporada, o que exigiria um campeonato repensado, com menos times, menos jogos e muito menos tempo de duração. Pré-temporada de três meses e meio não existe. 
De qualquer modo, os clássicos de ontem foram assistíveis. 
O calor e a volta atrasada das férias têm parte da culpa, mas o Santos ainda parece no ritmo do segundo semestre do ano passado, quando se desinteressou pelo assunto futebol e, na única vez em que quis se interessar, os amiguinhos do Messi não deixaram. 
Já o Palmeiras começou 2012 do mesmo jeito que levou a vida em 2011, com Valdívia se machucando e gols acontecendo em bolas paradas do Marcos Assunção. Felipão deveria dar noventa por cento do salário dele ao Marcos Assunção. 
Sabe quando a gente é moleque, vai disputar uma pelada e na hora do par ou ímpar vê que ali estão treze caras? Aí, pelo jeitão da coisa a gente saca que não vai chegar mais ninguém pra completar e que não vai rolar time de fora? A solução é pegar o mais inútil e deixar um dos times com um a mais. Pois o Flamengo tem um desses inúteis. O Deivid. Apesar de todos os pesares, Flamengo e Botafogo fizeram um jogo animado, com várias chances de gol, três bonitos chutes no travessão – dois do Andrezinho e um do Renato Abreu – e meia dúzia de boas defesas do Felipe e do Jéfferson. Quero fazer um convite aos meus amigos aqui de São Paulo: aproveitem a Libertadores e vejam o Flamengo jogar. Aquela zaga é motivo de deliciosas gargalhadas e diversão garantida.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Vanderlei, a queda e a multa.
De vez em quando a gente dá uma empinada no nariz, faz pose de cidadão civilizado, lembra dos quinze anos de Arsène Wenger à frente do Arsenal ou dos vinte e cinco de Alex Ferguson dirigindo o Manchester United, e passa a europeicamente condenar a troca de técnicos. Claro que mudar o treinador a cada duas semanas não funciona, mas torná-lo vitalício também me parece temerário. 
Vejo Vanderlei Luxemburgo da mesma forma que sempre vi jogadores polêmicos, como Paulo César Caju, Edmundo, Romário, Adriano etc. Não dou a mínima se o cara gosta de pôquer, se faz negociatas, se assedia manicures e outras prestadoras de serviço, o que ele tem que fazer é chegar lá e resolver. No caso de Luxemburgo, isto significa pôr o time pra jogar um bom futebol – coisa que, no Flamengo, ele não conseguiu. 
Ficou um ano e meio lá com uma autonomia que eu nunca vi em outro técnico rubro-negro, mandou um monte de gente embora – todos acertadamente, sejamos justos – e ganhou dois dos jogadores mais valorizados do mercado brasileiro (Ronaldinho Gaúcho e Thiago Neves), além de Felipe, Alex Silva, Júnior César, Aírton, Bottinelli e Jael, todos indicados por ele. Não tem do que reclamar. E não me venha com esse papo de que livrou o Flamengo do rebaixamento em 2010. Aquele time era suficientemente ruim para cair, mas nem mesmo quando esteve sob os desastrosos comandos de Rogério Lourenço e Silas chegou à zona de rebaixamento. 
O que eu não entendo, e que talvez seja um princípio de explicação para a dureza crônica dos clubes brasileiros, é essa história de multa. 
Vamos supor que, nesse momento, o Flamengo estivesse empenhado em contratar o Dorival Júnior. O cara é considerado um dos bons técnicos da nova geração, está em um dos clubes mais organizados do país, com certeza ganha bem e recebe em dia. Ou seja, esse aí tem todo o direito de exigir: beleza, eu topo, desde que haja uma multa de tantos milhões pro caso de vocês me mandarem embora. O caso de Luxemburgo era o inverso, pois tinha acabado de ser demitido do Atlético Mineiro, de onde saíra deixando o time na zona do rebaixamento, e estava no mais absoluto desvio. 
Faz algum sentido, caso decida dispensá-lo, o São Paulo pagar uma milionária multa ao Leão, depois de o ter tirado do ostracismo? Ok: contratos precisam ser respeitados, mas que sejam feitos então contratos mais curtos, com salários menos indecentes e bônus pelos resultados, sei lá. Mesmo porque, se o cara estiver fazendo o time jogar bem e ganhar, quem vai querer mandá-lo embora?

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Nada mais que a obrigação.
A gente sabe que essa história de obrigação de ganhar, no futebol, é bobagem. Foi justamente a infeliz obrigação de ganhar que causou as maiores decepções na história de nossos clubes e da nossa seleção. No entanto, se por um lado os chavões são detestáveis, por outro lado não precisamos brigar com eles. De zero a dez, o Real Potosí não tem um jogador sequer que mereça nota dois. Em matéria de futebol aquilo ali é, como diria Caetano, o avesso do avesso do avesso do avesso. 
O Flamengo fez o necessário para evitar o vexame e o suficiente pra mostrar que dificilmente irá muito longe. O miolo de zaga é de uma insegurança assombrosa, os volantes erram passes de trinta centimetros, a saída de bola se dá em slow motion, não há armação, não há objetividade e o estático centroavante de seis milhões de reais (parece que é isso o que o Flamengo deve a ele) só está mesmo esperando a grana sair para se aposentar. 
O ataque vai ficar mais rápido e perigoso com Vágner Love, pode ser que a zaga melhore – apesar disso ser uma incógnita – com Marcos González, mas falta muita coisa. E esse tanto que falta, para um time que é dirigido há um ano e meio pelo mesmo treinador, é inadmissível.