segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Só no Campeonato Brasileiro acontece isso. 
Quando era técnico do São Paulo, Ricardo Gomes costumava ser acusado de jamais ter brilhado em seus trabalhos anteriores aqui, o que era verdade, e de não conhecer suficientemente o futebol brasileiro. Ricardo respondia às provocações sempre com educação e inteligência. Numa dessas vezes, depois de uma partida do São Paulo pelo Brasileirão de 2009, Ricardo Gomes tirou um sarro dos repórteres que participavam da entrevista coletiva. Para enfatizar o equilíbrio do campeonato, perguntou se alguém ali também o acusaria de não conhecer o futebol europeu – ele que vivera mais de quinze anos na Europa – e garantiu: o Brasileiro é o único campeonato do mundo em que é possível o líder jogar em casa com o lanterna e perder. Sábado, Fluminense 1 x Atlético Goianiense 2 mostrou que Ricardo Gomes tinha razão. 
Apenas para confirmar meu reconhecido pé-quente, sobretudo quando se trata de jogos do São Paulo, sábado assisti à vitória do tricolor sobre a Portuguesa. Lucas deu muito trabalho, a defesa vacilou como sempre e o jogo foi assim-assim. Mas o que importa é o seguinte: eu estava lá em frente à tevê, firme e forte, e meu irmão Mário é testemunha.
Mesmo disputando o campeonato com boa dose de desinteresse, o Corinthians não perdeu uma de suas características principais: é, disparado, o time brasileiro que mais e melhor dá botes. Sem puxar muito pela memória, lembro que Flamengo, Fluminense e São Paulo tomaram gols corintianos em saídas de bola abafadas. Na condição em que se encontra, era obrigação do Palmeiras levar isso em conta e passar noventa minutos de concentração absoluta ontem no Pacaembu. Não compartilho da opinião generalizada de que o rebaixamento palmeirense é irreversível, porque ainda falta muita coisa, mas o jogo de ontem era especial. Uma vitória no clássico poderia dar ao Palmeiras a força e a moral de que o clube tanto precisa para reagir. A imperdoável bobeira do Juninho no gol de Romarinho desestabilizou o time, que não estava jogando mal, e pôs tudo a perder. 
Uma pergunta: tá certo que o empurrão do Obina no Paulo André, no gol anulado do Valdívia, foi escandaloso, mas vocês não estão de saco cheio desse negócio de bandeirinha marcar falta o tempo inteiro? Bandeirinha está lá pra fazer três coisas: indicar quando a bola sai pela lateral, apontar se é tiro de meta ou escanteio e marcar os impedimentos que existirem. Tem nada que ficar coapitando o jogo. 
Não houve post no meio da semana passada – trabalho pra cacete aqui na agência –, mas até que o Flamengo não jogou mal de todo na derrota para o Santos. Teve, inclusive, uma grande chance de vencer a partida, mas Vágner Love meteu na trave a bola do jogo. Eram quase quarenta do segundo tempo, com zero a zero no placar. Aliás, uma das explicações para o que vem acontecendo com o time passa pela fase do Love. Senão, vejamos: desde que Dorival Jr. chegou, o Flamengo só venceu três vezes. Dois a zero no Figueirense, dois a zero no Náutico e um a zero no Vasco. Cinco gols do Vágner Love. Quando Love começou a jogar mal e sua bola parou de entrar, o time não ganhou mais de ninguém. Como já acontecera contra o Santos, o Flamengo também não foi mal ontem. Levou um gol em falha geral de marcação, mas aquela foi a única chance do Grêmio. Houve seriedade, disposição e até superioridade no jogo, contra um adversário bastante consistente. O problema é que, como bem disse o Johnny aqui na agência outro dia, não é mais hora de jogar bem e não vencer. Isso vale no início do campeonato, quando ainda tem toda água pra rolar e derrotas ou empates, com o time evoluindo, não significam muita coisa. Agora, não. Agora, é preferível jogar mal e ganhar. E a gente sabe que Flamengo é Flamengo: chega semana que vem, faz um monte de bobagens em Goiânia, toma um chocolate do Atlético Goianiense e o desespero renasce. Vamos torcer – pelo menos eu vou – pra que não.

5 comentários:

  1. Acho q o unico time q saiu de uma situação parecida com a do Palmeiras foi o Flu com o Cuca... mas alem do Cuca tinha o Fred e um time q nao fazia sentido estar naquela situação... ao contrário do Palmeira q e um time muito limitado e abriu mão da metade do primeiro turno em fução da Copa do Brasil... certo ou errado foi uma taca q deu certo na conquista do titulo mas eles estao colhendo os frutos de ter conseguido apenas 4 vitorias em 19 jogos.... se vai cair ou nao eu nao sei.. mas ta bem perto... ontem contra o Corinthians teve muita motivacao e garra... suficiente pro sem nocao do Luan cavar seu vermelho... o cara ja tinha sido advertido pelo arbitro no lance do gol q nao iria mais tolerar nenhuma jogava com mais "vontade" do atacante ... dai na jogada seguinte ele fz uma papagaiada daquela.... fudeu o time fudeu a entrada do Maicon Leite q teria uma avenida ali na lateral direita...
    Se o Ganso chegar com a vontade q ja teve no Santos o São Paulo vai dar trabalho nessa reta final... dai nem vc evita as vitorias kkkk

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  2. O Palmeiras tá nessa situação muito pelo fato de ter largado o campeonato brasileiro no começo pra dar prioridade a Copa do Brasil. O Corinthans fez a mesma coisa, dando prioridade pra Libertadores, mas sem perigo algum, pois tem de fato um bom time, era lógico que após o fim da libertadores, o time ia sair do Z4. Já o palmeiras, com o time que tem, não se pode dar a tal luxo. È que a copa do Brasil engana, não dá pra comparar com o campeonato brasileiro... o unico time bom que o palmeiras pegou na copa foi o grêmio. E o nível da copa do Brasil é tão baixo que os dois finalistas estão brigando pra nao cair. Ai eu pergunto, vale a pena ganhar a copa do brasil e depois ficar nesta situação?

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  3. Alvíssaras, Jaime. O Flamengo e o Murtinho estão mostrando que podem mudar o jogo. Ele viu o São Paulo jogar e o seu time ganhou. Agora só falta o meu Mengão ganhar uns cinco jogos pra eu poder pensar em um fim de ano tranquilo. Vamos ver se tudo continua assim. Abraço.

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  4. Magalha:

    Sim, a situação do Flu era bem parecida, e outro dia vi em algum lugar – não chequei – que nos últimos onze jogos o time venceu sete e empatou quatro. Isso é campanha de campeão e dificilmente vai se repetir. O que eu acho, e tudo indica que em relação ao Palmeiras eu esteja mesmo enganado, é que ainda tem muita gente ali na zona de perigo. Flamengo, Coritiba, a Portuguesinha que vinha bem deu uma parada, não sei se esse time do Bahia é mesmo confiável, o Náutico ainda pode vacilar. E também já li que o Atlético Goianiense, no ano passado, conseguiu uma reviravolta pouco provável. Sei lá. Quanto ao São Paulo dar trabalho, depende do referencial. Pra disputar o título, acho que não dá mais não. São catorze pontos de diferença para o Fluminense e doze para o Atlético, que ainda tem um jogo a menos. E adivinhe contra quem? Além disso, o Luís Fabiano vai se machucar, o Cícero vai jogar de centroavante, fica complicado. Só que, para o São Paulo, pouco importa o Brasileirão, não é isso? A única coisa que vale no mundo é a vaga na Libertadores. Então, tá tudo certo.

    Johnny:

    Não. Eu não tenho a menor dúvida de que não vale. Quer dizer, vale se estivermos falando de clubes de porte médio – Coritiba, Figueirense, Sport, por aí. Com ou sem essa bosta de vaga na Libertadores, clubes grandes e suas torcidas deveriam ter a obrigação de enxergar a Copa do Brasil como um torneio de importância menor. Acho que já escrevi isso aqui, mas seu comentário merece uma repetição. Quando ganhou a Copa do Brasil de 2006, o único time de primeira divisão que o Flamengo enfrentou foi o Vasco, na decisão. Ano passado o Vasco ganhou a Copa do Brasil sem encarar nenhum dos outros onze grandes clubes brasileiros. Mas as torcidas se iludem, a mídia superestima, treinadores obviamente a enaltecem – Felipão, que não ganhava nada há dez anos e é obviamente um treinador em absoluta decadência, voltou a ser um técnico vencedor, o nosso “grande técnico copeiro”. Tudo bobagem.

    Valois:

    Ontem li que o Flamengo estava muito perto de acertar com o Cléber Santana. Portanto, lamento, meu irmãozinho, mas pode esquecer essa história de fim de ano tranquilo.

    Abraços gerais.


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