Mais uma vez, ele: o maldito marketing da classificação para a Libertadores.
Velhice é o diabo. O sujeito vai ficando velho e, é automático, fica também mais ranzinza.
O Atlético Mineiro jogou o futebol mais bacana de se ver no último brasileiro, e essa campanha pode marcar o retorno do time ao elenco dos grandes do nosso futebol. Ok. Mas a vibração ensandecida pelo segundo lugar no campeonato, com Ronaldinho Gaúcho dando socos no ar feito Pelé e batendo peito com Jô no estilo NBA, após a notícia do empate do Grêmio, francamente, aquilo foi patético.
Custei a me dar por vencido com todo esse frenesi em torno da Libertadores, mas não vou discutir com o país inteiro. Além disso, a Libertadores acabou virando uma extensão do Brasileirão disputada em mata-mata – exatamente o que eu defendo. (Existe algo mais sem graça do que os jogadores do Fluminense sendo avisados pelos repórteres que acabaram de ser campeões brasileiros?) Futebol tem que ter decisão, tem que ter estádio lotado na final. Essa tensão a Libertadores tem, e como ela já se transformou numa competição vencida por brasileiros, fica parecendo o Brasileirão do jeito que eu gostaria.
Aí entra o óbvio: da mesma forma que só perde pênalti quem bate, a condição primordial para ganhar a Libertadores é disputá-la. Mas não dá pra comemorar a vaga para um torneio que acontece todo ano com o mesmo entusiasmo que a Venezuela irá comemorar – se um dia isso acontecer – sua primeira classificação para a Copa do Mundo. E outra: aquela festa toda era porque, com o segundo lugar confirmado, o Atlético pulou a fase pré-grupos? Isso é medo do Tolima? Ou daquele time boliviano que enfrentou o Flamengo no ano passado, o tal do Real Potosí? Se for para temer adversários como esses, é melhor jogar a Copa do Brasil.
Nada contra o marketing, até porque não posso cuspir no prato em que como, mas não dá para engolir esse marketismo barato que tomou conta do nosso futebol. Um técnico como Vanderlei Luxemburgo, que já foi cinco vezes campeão brasileiro, tentando nos convencer que o objetivo é chegar entre os quatro primeiros. Um jogador como Ronaldinho Gaúcho, que ganhou Copa do Mundo, ganhou Champions League e foi eleito duas vezes o melhor do planeta, dando socos no ar por não ter que enfrentar o Jorge Wilstermann.
De novo e para encerrar: francamente.
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